sobre inícios, fins e recomeços.

nossa casinha

devia ter feito diferente
devia ter te falado tudo
mas eu não tinha nada
não sabia de nada

quantos desencontros
quantas verdades não ditas
quantas palavras não pronunciadas
ah se fosse diferente

as palavras que deixamos de dizer
se tornaram uma bola de neve
e agora como em uma avalanche
espero até que ela me leve
espero que ela me leve de volta pra ti

tantas coisas que devíamos ter feito
tantas memórias não criadas
os momentos que não dividimos
não sei mais se vale a pena
correr atrás de tudo isso de novo

éramos jovens demais
ingênuos demais
levando a vida como uma brincadeira
quando na vida real também quis dividir a casinha
mesmo agora, que a casinha está vazia
e sinto sua falta para dividir a comidinha

os castelos de areia que fizemos
queria que nosso futuro fosse feliz assim
mas agora estamos longe
e por mais que esse não seja realmente o fim
eu não entro mais em suas fronteiras

temos muito pra viver ainda
muito pra conhecer
lugares, pessoas, vidas diferentes
e só espero que a sua seja única

que você seja feliz, assim como era quando dividia o sorvete comigo
porque agora a única coisa que diviremos
é a memória de coisas não vividas