O amanhecer de domingo foi quente.
O quarto estava claro e sua vista estava escura.
A indisposição estranha vinha junto com a consciência da realidade. Aos poucos Wonwoo entendia a situação em que se encontrava.
O ar-condicionado havia desligado no meio da noite, talvez pelo timer ou por ele mesmo ter o feito sem se lembrar, e por isso seu corpo transpirava e o calor era incômodo.
Assim que suas vistas se acostumaram, Wonwoo se viu deitado no abraço aconchegante de Mingyu, que ainda dormia tranquilo. Ele afastou a cabeça apenas para ser abençoado com a visão angelical do moreno adormecido. Mingyu era lindo em qualquer circunstância, isso é fato, mas ele exalava pureza e preciosidade em sono e Wonwoo sentiu uma vontade imensa de o apertar e beijar inteiro.
Relutante de acordá-lo, Wonwoo levou a mão até seu rosto e começou a fazer carinhos sutis em sua bochecha e cabelo, sorrindo que nem um bobão durante o processo. Não contente, começou a distribuir seus beijinhos por seu rosto.
— Amor, precisamos levantar. — ele sussurrou contra a pele quente, deixando outro beijo.
Mingyu abriu os olhos devagar, piscando repetidas vezes e tentando se esticar na cama.
— Hm... Por que? Não quero. — Franziu o cenho enquanto puxava Wonwoo para mais perto, custando a manter os olhos abertos.
— A gente precisa tomar um banho, comer e se arrumar. Temos muito a fazer hoje, esqueceu? Bom, na verdade eu tenho, mas imagino que você vá também.
— Mais ou menos isso. Só que eu não quero sair daqui, sugar. — Wonwoo riu descrente.
— Mas eu ia te levar pra passear de lancha depois.
— Tudo bem. Certo. Vamos levantar. — Mingyu sorriu e o abraçou com mais força, beijando sua bochecha enquanto Wonwoo ria.
O mais velho deixou-lhe um selar nos lábios e se sentou na cama, se esticando. Mingyu foi o seguir, e assim que se ergueu e sentou na cama, fez uma careta e gemeu de dor. Wonwoo imediatamente ficou em alerta.
— O que houve?
— Eu acho que você me arregaçou.
Wonwoo piscou e abriu a boca em compreensão, explodindo em uma gargalhada, e se aproximou do corpo nu do maior o abraçando por trás, beijando seu pescoço e suas costas, acariciando seu peito. Mingyu tremeu rindo e agarrou suas mãos, fazendo carinho nelas e seguindo seus movimentos.
— Que peninha do meu amor. Você acha que um denguinho no banho ajuda?
— Olha... Acho melhor testarmos.
Os dois levantaram juntos e foram direto ao banheiro. Ainda agarrados, escovaram os dentes e entraram embaixo do chuveiro morno.
Claro, trocaram beijos e massagens durante todo o banho, e isso foi suficiente para relaxar os músculos e alegrar os ânimos.
Eles se arrumaram e desceram as escadas, sentindo a fome apertar e o cheiro de café invadir as narinas. Wonwoo foi na frente estalando os dedos e vendo a figura de seu pai à mesa.
— Bom dia, pai — ele parou imediatamente franzindo o cenho.
Hwan estava estático na cadeira, olhando para seu café como se visse uma pilha de dinheiro, carregando um sorrisinho suspeito no canto dos lábios. Ele nem ao menos respondeu seu bom dia ou sequer notou sua presença.
Mingyu veio atrás, igualmente confuso, e foram apenas pôr seu café, enquanto Hwan permanecia ali. Ele nem ao menos piscava.
O casal trocou olhares e se sentaram juntos. Entretanto, ao fazê-lo, Mingyu puxou o ar entre os dentes e fez outra careta rápida, atraindo finalmente a atenção de Hwan, que estranhamente arregalou os olhos e abriu de leve a boca, olhando para o garoto. Wonwoo apenas observava, sentindo um misto de dó, vergonha e talvez satisfação, já que Mingyu definitivamente não estava triste com aquilo.
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As Flores e Meu Girassol. (Meanie)
RomanceA insegurança é uma âncora. Prende as pessoas fracas no fundo do mar escuro. Jeon Wonwoo tem insegurança. Também é universitário. E floricultor. E apaixonado. Apaixonado. Há mais de um ano. Nunca conseguindo dar um passo a frente. Nadar para cima. P...