É errado eu te amar? • Ryeji

Capítulo 2

Yeji pov's on.

O dia até que passou rápido. Tivemos aula normal.

Na hora de embora, meu motorista já estava á minha espera. Me despedi de minhas amigas e entrei no carro.

No caminho todo para casa, fiquei pensando no que tinha acontecido no banheiro mais cedo com Ryujin. Eu não acreditava que tinha pedido o número dela, eu nem a conhecia direito. Ela poderia muito bem ser uma assassina ou psicopata, sei lá.

Mas ao mesmo tempo eu estava feliz. Era uma alegria que eu própria não reconhecia. Eu só tinha pegado o número da minha nova colega de classe, pq eu estava tão feliz por isso? Eu própria não conseguia entender.

Logo chegamos em casa, quando eu entrei, me deparei com a mesa já posta para o almoço e dessa vez, havia dois pratos na mesa, indicando obviamente que eu almoçaria com minha mãe hoje.

Eu logo pulei de alegria. Subi para meu quarto para poder me trocar e e almoçar com ela. Deixei minha mocinha na minha mesa de estudos e fui tomar um banho, me vesti e desci.

Quando eu desci, vi que minha mãe já estava praticamente acabando a refeição dela, nem se deu o trabalho me esperar.

ㅡ Mãe? ㅡ Disse em seguida me sentando à sua frente ㅡ Pq não me esperou?

ㅡ Desculpa, filha. Não sabia que você já havia chego ㅡ Disse em seguida dando a última golada no copo de suco ㅡ Eu já vou indo. Tenho que terminar de arrumar as malas.

ㅡ Ah, ok. Até depois.

ㅡ Tchau, filha ㅡ Saiu da mesa sem nem menos olhar para trás.

ㅡ Senhora, quer que eu te sirva agora?

ㅡ Não estou com fome, obrigada, Anita.

Eu não sentia mais fome, perdi o a petite repentinamente, pois, se eu não teria a companhia da minha mãe que eu quase nunca via, não tinha valido de nada ter pisado naquela sala de jantar.

Subi para meu quarto e me tranquei lá, não sai para nada, fiquei o dia inteiro deitada na cama, me sentindo mal.

Eu quase nunca tinha a companhia dos meus pais, eu valorizava muito isso, diferente deles.

Yeji pov's off | Ryujin pov's on

Enquanto eu e minha irmã estavamos no ponto de ônibus esperando para irmos para casa, eu fiquei pensando no que havia ocorrido mais cedo. Pq diabos ela teria pedido meu número? Queria ter uma amizade? Segundas intenções? Eu não sabia qual era a intenção de Yeji, só sabia que ela teria chamado minha atenção de alguma forma, uma forma que nem eu mesma poderia explicar. Talvez fosse o fato dela parecer aquelas meninas ricas e mimadas, mas ser diferente. Ou a sua beleza, que á destaca de todas a garotas daquele colégio.

ㅡ RYUJIN!

Logo fui tirada dos meus devaneios pelo grito escandaloso de minha querida irmã, que fez com que algumas pessoas até nos olhassem.

ㅡ O que foi, Yuna?

ㅡ O ônibus tá vindo.

ㅡ Tá, mas não precisava gritar quem nem uma louca.

ㅡ Louca é você que fica ai que nem uma mosca morta olhando pro nada.

ㅡ Você me respeita viu.

ㅡ Ai tá. Vamo logo.

Enfim, entramos no ônibus.

No caminho eu permanecia pensativa, meus pensamentos se resumiam em: escola, episódio do banheiro, Yeji, escola, Yeji, Yeji, os olhos de Yeji, a boca de Yeji, o cabelo de Yeji, o corpo de Yeji, o estilo de Yeji, a fofura de Yeji, Yeji.

Esses foram meus pensamentos em todo o caminho. Yuna as vezes falava comigo e eu apenas respondia com "Sim; Hum; Ok; Tá" sem nem ao menos saber do que se tratava os assuntos.

Chegando em casa, nosso pai já estava nos esperando na mesa. Ele estava terminado de colocar os copos quando entramos.

ㅡ Oi, meus amores. Como foi a aula?

ㅡ A minha foi demais, pai. Fiz amigos, tive aula de educação física e aula de música!

ㅡ E a sua, Ryujin?

ㅡ Desde quando aula no 3 ano do ensino médio é interessante, pai?

ㅡ Mas pelo menos teve algo que você gostou da nova escola?

ㅡ Das paredes.

ㅡ É...venham se não a comida vai esfriar.

Nosso almoço foi como os outros, conversamos, meu pai contou suas clássicas piadas e Yuna irritante como sempre, mas eu amo do mesmo jeito minha maninha.

ㅡ Quem vai lavar louça hoje?

ㅡ É a Ryujin!

ㅡ A não, mano! Eu tenho que resolver uma coisa.

ㅡ E essa coisa tem haver com a menina que você tava olhando no intervalo?

ㅡ Que? Nada haver.

ㅡ Que menina?

ㅡ Não é nada, pai. A Yuna tá louca!

ㅡ Louca nada, pai! Ela tava secando a garota.

ㅡ Ué, você e Bruna terminaram?

ㅡ A Bruna meteu um chifrão nela - Pisei no pé dela - Ai, sua ridícula!

ㅡ Olha só, eu vou pro meu escritório, ok? Por favor, não se matem.

ㅡ Vamos tentar.

ㅡ Ok. Tchau - Deu um beijo em nossas testas.

Depois disso, eu comecei a lavar a louça e pela bondade que bateu em Yuna, ela secou pra mim.

ㅡ A mamãe. Você ainda fala com ela?

ㅡ Não, ela do nada sumiu. Me bloqueou em tudo, até no insta, acho que ela viu minhas fotos com as Sofia.

ㅡ Que se foda também, ela que fique lá com o novo maridinho dela e a nova filha dela.

ㅡ Não fala assim, Ryujin, ela..só tá brava.

ㅡ Yuna, ela simplesmente nos abandonou pelo fato de eu ser lésbica. E abandonou nosso pai por ele nos aceitar e revelou o filho da puta do amante dela e foi morar com ele! E você acabou de me revelar que ela te bloqueou em tudo pq provavelmente viu fotos suas com sua namoradinha. Entende de uma vez, não somos mais consideradas por ela como filha dela, ok? Ela nos abandonou, ela é uma filha da puta que abandonou as próprias filhas e o marido pra viver de vez com o amante pq a filha é lésbica então não venha defender ela de novo!

Eu me irritei. Odiava ver Yuna defendendo nossa mãe, ela não merecia ser defendida, mas ao mesmo tempo, eu entendo Yuna. Também não é fácil pra ela, sempre foi a queridinha e de uma hora para outra, ela foi esquecida assim como eu.

O bom é que ainda temos o nosso pai. Que em nenhum momento nos julgo, e quando a mamãe foi embora ele só nos abraçou. Ele pode parecer feliz e alegre, mas eu sei que ele também tá sofrendo por isso. Sempre foi apaixonado pela minha mãe, pelo que ele dizia, ele era apaixonado por ela desde que se conhecia por gente. Então não era fácil, fazia 3 meses que ela havia nos deixado.

Apesar do meu odio por ela, eu a amava e sentia falta do seu abraço...