Capítulo 12

23 1 0
                                    

Chegando a Hawkins, os garotos foram correndo para a entrada receber o grupo de volta, Mike como sempre ia a frente, pois a cada retorno de Onze sentia que a vida havia recomeçado - exageros, diga-se de passagem -. Hopper desceu do carro primeiro, aquela mesma feição grossa ao olhar para o beijoqueiro Mike Wheeler vindo como uma gazela branca fina na direção do carro, como se fosse um rio no meio do Saara. Depois de Hopper, quem desceu não foi nenhuma das 3 Onze, mas sim Miles Morales, o rapaz que desceu olhando para Mike como se nunca houvesse visto ou como se aquele Mike fosse a loira do banheiro. Pasmo, ele moveu seus lábios devagar, forçando a garganta para que o ar atravessasse as cordas vocais e o som saísse. 

- Pe-Peter? 

- Lu-Lucas? 

 Onze desceu - A original - desceu junto com Amélia pelo lado direito, enquanto Ivanka desceu pelo lado esquerdo. 

- Eu acho que ele não é o Peter que você tá falando. - Diz Amélia.

- Mas... Mas... Ele é idêntico. 

- Quem é... - Lucas para na metade do caminho vendo uma pessoa idêntica a ele, um pouco maior, mas idêntica. -... esse cara? 

- Sou Miles Morales, e eu sou... o Homem-Aranha.

- Que??? - Dustin questiona com a boca cheia de salgadinho.

- Essa é a minha chips? - Questiona Hopper.

- Digamos que... sim. Mas como esse cara pode ser o Homem Aranha? Homem aranha é branco. - Diz Dustin repentinamente.

  Todos olham meio estranhados para Dustin. Ele percebendo o que acabara de dizer, diz:

- Não que... isso seja um problema, mas é estranho.

- Bom, eu sou do Harlem, e tinha um Homem Aranha branco no meu... sei lá... no meu universo. Era você. - Ele aponta para Mike. 

- Eu???

- O Mike? - Questiona Dustin.

- Claro que ele não se parecia com um esqueleto a base de leite ninho, mas... você era legal, me ensinou umas paradas maneiras, quer dizer o Peter... o Peter W. Parker.

  Miles olha por cima do ombro de Mike e avista Max, seus olhos ficam arregalados e suas pupilas se dilatam ao vê-la. 

- Gwen? 

- É...Eu? - Max questiona.

  Miles se aproxima de Max enquanto Mike abre caminho.  Ele fita Max como se estivesse vendo um diamante brilhante diante de si. 

- Você... Você tá diferente. - Ele diz.

- Hããã... Eu... Bom, eu cortei o cabelo um pouco.

- Seu cabelo era loiro e curto e você... Você...

- Opa. - Lucas entra no meio. - Foi mal garotão, mas a boneca já tem namorado.

  Max fitando as costas de Lucas fica vermelha com um pouco de vergonha.

- Ah... Desculpa, as vezes eu esqueço que estou em... outro universo. - Diz Miles coçando a cabeça. 

- Muito bem criançada, agora todos pra dentro, não querem suas caras estampadas no The New York Times, certo? - Questiona Hopper colocando todos para dentro como um pastor de ovelhas.

 Em algum lugar que não era o departamento da polícia, nem do FBI, nem da NSA, onde haviam jaulas feitas de vidro de 10 polegadas, aqueles que foram filmados pela imprensa estavam presos. Com o som que lembraria a um desavisado, tamancos holandeses de madeira de carvalho, Brenner estava atravessando o corredor acompanhado de seus auxiliares e alguns soldados, o olhar firme direto para frente, os lábios levemente curvados para cima, davam a Brenner uma perfeita face do cinismo. Ele parou diante da cela em que Norman Osborn estava, ainda vestido com sua armadura, sentado no canto, já não era a personalidade do Duende Verde que agora estava inativa. Assim que viu Brenner, Norman se levantou, parecia confuso, um tanto assustado.

- Norman Osborn. - Diz Brenner através de um comunicador. 

- Sou eu. Onde... Onde eu estou? - Norman vai se aproximando.

- Em um lugar seguro. Ao menos pra mim. 

- Eu... Eu não entendo. - Ele diz confuso. 

- Só há o registro de um Norman Osborn na história, filho de Joel Osborn, fundador de uma companhia de tecnologia dos anos 50, a Osborn Tech. Norman Osborn morreu aos 15 anos, atropelado por um trem. Seu pai entrou em depressão, assassinou a esposa e depois se suicidou.

- Suicídio? O meu pai não faria isso.

- O seu não, até porque você não pertence a mundo. - Diz Brenner.

  Brenner sai andando. 

- Ei, EI. ESPERA. - Grita Norman antes de ser silenciado.

  Brenner para diante da cela onde está o Homem Areia em sua forma humana.

- Steve Marko.

- Quem quer saber? - Ele está de braços cruzados e sorri em deboche.

- Os únicos registros de um Steve Marko é de um homem que caiu em um reator de partículas e morreu no anos 40. 

- Bom, eu devo estar em algum ano entre 70 e 90, eu vim de 2007, diferente desse Steve Marko aí que você falou, eu caí em um reator enquanto fugia da polícia e olhem só... - Ele transforma a mão em areia. -... E me tornei de areia.

- Habilidades impressionantes, senhor Marko. Guarde-as para mais tarde.

  E finalmente Brenner chega até a cela onde está Jane. Sem cerimônia, ele chega até diante do vidro. Brenner se impressiona em como aquela garota é idêntica a Onze, tirando o cabelo preto longo amarrado em rabo de cavalo, e a estatura maior, além das veias negras em seu pescoço. Assim que ela vê Brenner, sua feição muda de entediada para uma feição mais voltada para a surpresa. Ela se aproximou do vidro fitando seus olhos, tocou o vidro com a ponta dos dedos e disse:

- Pai? 

 Brenner sentiu um impacto após ouvir "pai". E então devagar ele deslocou sua mão e apertou o botão que abria seu microfone dizendo:

- Eu não sei se posso dizer que sou o seu verdadeiro pai, mas pelo consta você tem o mesmo sobrenome que o meu.

   Jane abaixa a mão, ela o fita deixando o tom de surpresa para neutro e um tanto vulnerável.

- Eu sei que não é. - Ela diz. - Mas você é idêntico a ele. 

- E o que ele era?

- Cientista. Foi ele quem me deu... - Ela hesita. 

- Deu o que? - Brenner insiste.

- Isso. - Ela mostra um pouco das veias. - Me deu todas as habilidades que tenho hoje, e tudo isso, porque ele me amava. 

- Eu entendo. - Diz Brenner pensando em Onze.

- Mas ele... aquele... aquele. - Sua voz se tornou mais vociferada. - Desgraçado... 

- Quem?

- O Homem Aranha, ele tinha que destruir tudo. Se eu pudesse... se eu pudesse destruir ele, e ter o meu pai de volta.

- Você pode. - Ele diz.

- Como? - Ela questiona se aproximando do vidro novamente.

- Venha. - Brenner abre a porta de vidro ficando cara a cara com ela. - Venha e você verá.


Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 25, 2022 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Stranger Things Into StrangerverseOnde histórias criam vida. Descubra agora