A garota russa

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Blip... Blip... Blip...

Hopper da um soco no seu despertador, são 7am e está na hora de preparar o café antes do trabalho, já faz um tempo que Hopper não está mais sozinho, desde que adotou Onze, ele agora tem a nobre missão de preparar café com ovos mexidos para ele, e Eggos com bastante creme para Onze. Todas as manhãs fora das férias ele realizava sua rotina. Se levantava, ia até o banheiro escovava os dentes, lavava o rosto, vestia a camisa branca de guerra, e a sua calça com o coldre sem a arma, depois ia até a cozinha e preparava toda a comida, só para as 7:30 da manhã bater no quarto de sua filha e dizer:

- O café está na mesa.

Hopper apanhava sua caneca, levava até a varanda e lá acompanhava a névoa matutina até que Onze se aprontasse. Eles não conversavam pela manhã, só contemplavam sua refeição. Depois de saciar a fome matutina, Onze apanhava sua mochila e Hopper a levava para o colégio. Só na porta da Hawkins Middle School que Onze lhe dizia:

- Tenha um bom dia.

E ele respondia:

- Você também, não fica de graça com o Wheeler. 

- Até mais tarde pai. - Diz Onze dando de ombros.

  As escolas durante o ensino médio podem ser assustadoras para um novato, é como se aquele novato fosse um barquinho e o colégio um oceano tempestuoso, e os alunos como criaturas marinhas prontas para te devorar. Ao menos Onze tinha os seus amigos, e lá estava Maxine Hargrove acenando da porta de entrada enquanto uma manada de alunos passava por ela. Aquilo trazia segurança para Onze que agora enfrentava uma monótona rotina de estudante americano no segundo ano. Onze até se adaptara rapidamente, uma vez que nunca frequentou escolas em sua vida sofrida, e apesar desse fato, Onze aprendia muito rápido e captava as informações mais rapidamente que qualquer outro aluno, tanto que seu desempenho médio impressionava os professores que achavam se tratar de um prodígio.

- Pronta para a aula de literatura? - Pergunta Max.

- Sem duvida. - Diz Onze com um enorme sorriso no rosto.

- Credo, você parece gostar de literatura.

- Bom. Gosto de ler, acho bastante agradável de me imaginar em lugares distantes e mundos fictícios. 

- Bom, a única aula que eu gosto é de biologia, porque tem a dissecação. 

- Urgh. - Onze faz uma cara de nojo.

- Da última vez vcoê quase desmaiou. - Diz Max rindo de Onze.

- O sapo ainda tava vivo. Aquilo foi nojento.

- Eu não esperava de alguém que tem poderes, ter nojo de um sapo.

- Uma coisa não tem nada a ver com a outra. 

- Aham, sei. 

  Elas chegam até a sala, onde os meninos já estão, Onze obviamente se senta a frente de Mike Wheeler, e ele logo a cutuca no dorso lhe causando um breve arrepio. Ela devagar se vira para Mike que a olha com ternura, feliz por vê-la numa segunda feira monótona.

- Dormiu bem? - Pergunta Mike.

- Sim, e você? 

- Bom, tive uns sonhos meio loucos.

- Que tipo de sonho?

  O professor adentra a sala e interrompe Mike bem na hora em que ele iria contar seu sonho, fazendo-os voltar sua atenção para frente. O professor é meio gordinho, de barba grande e rosto gentil, em geral a classe gosta dele, por ser muito jovial e descontraído. Menos Dustin que odiava qualquer coisa que se relacionava com a escola. 

Stranger Things Into StrangerverseOnde histórias criam vida. Descubra agora