17. A PROCISSÃO DOS MORTOS

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— É MUITO ESTRANHO chuva em mês de junho por essas bandas! — vó Bigodão falou desconfiada, fechando as janelas do casarão, brigando contra o vento forte

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— É MUITO ESTRANHO chuva em mês de junho por essas bandas! — vó Bigodão falou desconfiada, fechando as janelas do casarão, brigando contra o vento forte.

Sentada no sofá, tia Marocas agasalhava a galinha Griselda, Bigodão estava procurando sarna para se coçar, se tinha que chover, que chovesse! Julieta também compartilhava da mesma opinião, não deveriam ter preocupação com uma coisa daquelas.

A garota chegou a cutucar a irmã para que ela desse sua opinião, mas Flavia estava com a cabeça nas nuvens, pensando em outras coisas, suspirando, achando romântica a chuva que caia lá fora.

— O Nino tinha que aprontar justo hoje e ter que voltar pra escola junto com o professor Erivaldo... — cruzou os braços, sentou-se na cadeira de balanço. — Se tinham que arrumar a biblioteca, por que num arrumaram de tarde?

— Porque o professor tinha que cuidar do pomar dele, num ia trabalhar a parte da tarde, uma coisa assim. — Julieta respondeu, lembrando-se da rosa que jogou no chão, talvez houvesse sido um pouco grossa. — De todo jeito, num acho certo o menino ter que voltar pra lá de noite, que arrumassem no oto dia.

— E ainda tem seu avô, que num chega logo! — voltou a ficar de pé, estava inquieta. — Aquele velho deve tá com a namorada dele, mas se for isso memo, ele vai dormir do lado de fora hoje, porque aqui ele num entra!

Enquanto isso, dona Clotilde e o professor Erivaldo também permaneciam inquietos, estavam na porta da escola dividindo uma sombrinha, tentando olhar ao longe, na esperança de descobrir que barulho havia sido aquele.

— Será que alguém bateu de carro? — dona Clotilde perguntou para o professor, que permaneceu em silêncio, tentando enxergar alguma coisa.

Nino permaneceu no corredor coberto, vendo os dois de longe, sentindo frio devido ao vento, se soubesse que iria chover teria levado uma blusa, só queria estar em casa, longe daquela escola que se tornava sinistra quando a noite caia.

Quando chegou foi até o banheiro e parecia um lugar completamente diferente, a luz estava piscando como se fosse explodir a qualquer instante, sentiu um arrepio na espinha, como se estivesse sendo observado, até que um raio o fez pular, quase infartar.

Correu de volta para a biblioteca, com medo de ser pego por sabe-se lá o que, foi quando ouviu outro barulho, mas esse era diferente, parecia uma batida, uma queda, sentiram um tremor, o professor e a diretora se encararam, pegaram o guarda-chuva e saíram.

— Parece que tem gente vindo acola! — dona Clotilde falou, apontando o dedo em direção aos forasteiros que vinham pela estrada.

Nino ficou alerta, voltou a sentir o corpo arrepiado, se levantou do banquinho que estava para ver:

Vô Elias carregava a garota que caiu do céu, estava ensopado, ofegante, com os braços cansados de tanto carregar a garota, mas não havia nem chance de dividir a sina com o primo Caetano, que a única coisa que havia feito desde que encontraram a menina foi dizer que não era uma boa ideia pega-la.

A JIRIPOCA VAI PIAR [VENCEDOR THE WATTYS 2022]Onde histórias criam vida. Descubra agora