Capitulo 2 - Casa comigo ou cai fora!

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Bukowski é uma escola, e por mais que eu estivesse tentando ser um bom aluno, não tinha aprendido porra nenhuma.

Jeann tinha 27 anos, era Advogada fazia algum tempo, trabalhava em um grande escritório na avenida paulista, mas ainda morava com sua mãe. Seu maior objetivo era casar e ter filhos, o sonho de constituir uma família não saia da sua cabeça. Seu antigo relacionamento tinha sido um fiasco, traída após 6 anos e 2 de noivado, Jeann vivia um inferno ao lembrar-se do seu passado. Há dois anos que não transava, era o orgulho ferido de ter sido enganada, desde então prometera nunca mais deixar ninguém enganá-la novamente, e assim mantinha firme sua decisão. Não gostava de cerveja, mas saia quase todos os sábados para os bares ao redor do seu trabalho para espairecer. Gostava da companhia de suas amigas, mas elas tentavam evitá-la, alegavam que Jeann trazia azar, mas que ela nunca deveria descobrir isso, então, podia vê-la sempre ao lado de sua sombra e solidão.

Certa noite, a conheci no bar O-Maleys, eu tinha chego mais cedo e estava tomando uma cerveja no balcão. O bar parecia apertado, mas se estendia pelo quarteirão inteiro, era de classe, tinha que ter grana pra entrar ali, ou melhor, para sair. Eu nunca fui o senhor do dinheiro e estava procurando alguma coroa que me bancasse naquela noite, ou se não teria que lavar os pratos e usar batom com saia. Já estava na quarta garrafa, as vistas começavam a embaçar, o jogo de luzes ameno parecia mais escuro e eu não conseguia mais enxergar o rosto das pessoas direito. 

Passava um jogo qualquer de Rubgy na televisão no teto, as paredes eram cobertas de tijolos que pareciam reais, ou eram reais, eu não sei, pois não toquei neles. Havia grupos de homens vestindo camisa de times internacionais e outros trajando social, e por mais que fosse um bar na elite, sempre frequentavam os mesmos grupos de trogloditas idiotas, não tinha como mudar o rumo da humanidade, Deus, é melhor apertar o botão do restart ou dá logo um GAME OVER.

Peguei a sexta garrafa, costumava contar quantas bebia enquanto não conversava com ninguém, e dificilmente eu freqüentava bares com amigos, eu não tinha muitos amigos, era um cara sozinho, comia quieto, agia na surdina, era como se ninguém soubesse da minha existência, não tinha nada melhor do que ser um fantasma. Terminei com minha cerveja e vi que uma linda mulher se aproximava, vestia um vestido branco, meio prata, seu cabelo cobria uma parte do seu rosto e a outra que era visível estava bem maquiada. Ela sentou-se ao meu lado e pediu uma bebida doce.

- Manda duas, eu pago. – disse ao balconista.

Ele me olhou com cara de desconfiado, sabia que eu não tinha dinheiro algum e me servia pela amizade.

- Muito obrigada, você é o... – perguntou ela.

- Me chamo Victor.

- Prazer, Victor, e meu nome, não vai perguntar?

- Eu não preciso saber do seu nome, tome a bebida e curta a noite, baby.

- Hum. Então você é durão, não é mesmo?

- Um homem não pode mais pagar uma bebida para uma mulher bonita que ela tem que dar em cima dele?

- Eu só queria retribuir o favor.

- Retribuir como? Me falando qual é o seu nome? Ele tem tanto valor assim?

- Não foi isso que eu quis dizer...

- E o que foi?

A bebida chegou, era suco de alguma coisa com Vodka, peguei as duas bebidas e dei a dela. Virei a minha e bati o copo na no balcão.

- Me desculpe, eu acho que exagerei um pouco. – disse a ela.

- Está tudo bem, eu até achei engraçado, me chamo Jeann.

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