O Rei está morto.
Essa deveria ser uma notícia feliz para a herdeira há não ser, é claro, pela última ordem que o Rei deixou.
Porque a felicidade é um sentimento que se vai mais rápido do que chegou e mesmo que o direito de sentar no trono fosse c...
Música que você pode ouvir lendo o capítulo: Ruelle - Madness
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II O menino e a morte
Copenhagen, Amalienborg, Palácio de Christian IX
Uma semana antes da princesa herdeira Belya Leblanc chegar ao orfanato Primavera
─ Então é isso que você me segure, ficará bastante óbvio que fui eu, não acha?
Céline Simonds refutou a sugestão precipitada de seu tio com enorme desinteresse, não havia nada de fabuloso em contratar um assassino para ceifar a vida da princesa herdeira daquele jeito tão sem graça. A viúva do rei mantinha suas orbes presas ao alvo posicionado no galho de uma das árvores, naquela manhã a área do bosque destinada ao treinamento de alguns guardas da realeza estava bastante calma. Ah, então é assim que pessoas comuns lidam com o luto, adorável.
A filha única da família Simonds concluiu soltando a flecha, quatro dias, o rei veio a falecer a exatos quatro dias e ainda assim, naquele momento fazer de Allan o herdeiro era a única coisa que dominava os seus pensamentos, seu falecido marido foi um inepto em todos os sentidos e nem na morte ele ousou decepcioná-la. Pobre princesa herdeira.
─ Vossa Majestade, essa é a forma mais rápida de se livrar do problema.
─ Tio William... ─ Céline respirou fundo mudando a direção da próxima flecha para o indivíduo de madeixas loiras a sua frente, a face do homem tornou-se pálida. ─ Eu odeio soluções rápidas além de não serem nada divertidas estão sempre destinadas a dar errado e eu jamais cometo erros ou tolero eles.
O barulho do objeto cortando o ar foi o suficiente para fazer William Simonds perder a força de suas pernas e cair de bunda no gramado, a flecha não o atingiria até porque ele não era o alvo. A atual rainha sorria triunfante.
─ Vossa Majestade!
─ Precisa encurralar sua presa, amedrontá-la e só então levá-la ao abate. ─ Céline ajudou o seu tio a levantar, afinal de contas ela sempre é educada. ─ Um animal com medo é completamente vulnerável, vou me livrar da herdeira e farei isso do meu jeito então não interfira. Belya Leblanc vai morrer mas não sem que eu me deleite com isso antes.
─ Vamos cavar nossa própria cova se demoramos demais.
─ Meu tio não seja tolo e pare de inverter os papéis, Belya Leblanc tem tudo a perder, não nós.
Céline Simonds sempre fôra uma mulher de princípios mas antes de tudo ela é uma mãe e mesmo que o trono nunca tivesse despertado todo o seu interesse tomar aquele maldito título tornou-se seu maior objetivo por apenas uma razão, seu precioso filho.