Olivia - O som do amor

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Lá estava eu, enfim na faculdade, quem diria que Olivia Fernandes ia chegar tão longe. Até ontem eu tava colando em provas e não era por que eu não sei nada não, é que eu não tinha muita perspectiva de vida, pra mim esse ciclo capitalista onde você trabalha pra viver acaba com todo mundo. E eu ia evitar que acabasse comigo, por que afinal cada um pode se salvar não é? Não, acabei aqui como todo jovem em busca de profissionalização pra trabalhar e morrer só.

Eu tinha que resolver umas coisas na coordenação da faculdade então me privei de meus hobbies pra resolver isso, por pura influencia da minha avó que acaba me ligando nas coisas.

Eu vi passar muita gente, e tava reparando em como nosso mundo é pequeno, tanta gente, tantos pensamentos e nossa acabei me perdendo olhando grupos e pessoas se dissipando neste enorme campus... 

Naquele momento em meio à música tocando, era 1950 da king princess, eu senti algo diferente como se me consumisse por dentro, a tal das borboletas, era como se eu pudesse fotografar milhões de aves sem nem cansar. Pois bem, fui localizar a razão de minhas reviravoltas internas.

Ela chegou perto e fez intenção de falar, mas foi interrompida pelo meu fone que reproduzia uma trilha sonora de filme.

_ Percebi que estava perdide. –Seus olhos eram tão lindos-

_ Perdão, quais são seus pronomes?

_Ela/dela, Elu/delu. – Acho que meu coração parou-

_Qual teu nome?

_Pode me chamar de Kay. - Seu cabelo cheira tão bem-

_Sim, estou perdida, obrigada por perguntar. Onde fica a coordenação?-Não sabia onde era a sala do curso da faculdade e como sou meio desorganizada piorei minha situação.

_Claro! Fica logo ali a direita!- Amém posso começar o curso de Design em paz.

_pode parecer estranho por que acabei de te conhecer, mas você gostaria de sair comigo? Sabe música, comida e uma conversa sutil na qual você repensa sua ida e acaba no fim saindo de novo por simplesmente não ter o que fazer?

_Seria a primeira vez que me convidam, então aceito.

_ Vamos em algum quiosque bater um papo, combinado?

_Claro! - Fiquei feliz por ela ter aceitado.

E como um poema é feito de um sentimento e é construído numa teia para virar algo onde se transpasse vida, o que eu sinto por alguém que mal conheci havia florescido então para marcar o acontecimento resolvi escrever, não que eu saiba, claro.

Ele começa assim, em meio a rabiscos...

"Em meio a musicas

Só escuto sua voz

Sei que pareço acelerada

Talvez consumida pela emoção

Mas sinto que depois disso você

Meio que está, no meu frágil e grande coração

Sinto algo diferente em você

Nesta vasta grande imensidão"

Logo depois de escrever fui para casa, e encontrei com minha avó fazendo um bolo de fubá.

_O vozinha, eu amo seus bolos!

_Minha filha eu sei que sim, vá se deitar que ja te levo um pedaço.

E assim termina um dia bom, onde borboletas se misturam a migalhas de fubá, e assim adormeci, bem devagar.

Te conheço a cada diaOnde histórias criam vida. Descubra agora