Capítulo 01

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                          Adônis Morris

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Adônis Morris

Nasci no Texas em uma cidade com apenas 33.778 mil habitantes, Socorro é uma cidade muito tranquila. Meus pais vieram morar aqui quando minha mãe descobriu que estava grávida, eles queriam uma cidade tranquila para criar uma criança, e isso realmente acontece até o dia que completei meus 7 anos de idade. Meus pais me deixaram na casa da nossa vizinha para comemorar os 10 anos de casados, estava noite quando recebemos a pior notícia, meus pais aviam sofrido um acidente de carro ao voltar para nossa casa. Os dois vieram a óbito no mesmo lugar do acidente.

Me tio, irmão da minha mãe que não tínhamos muito contato resolveu ficar com a minha guarda, nos primeiros dias ele me tratou muito bem, mas depois ele começou a mostrar quem ele realmente era. Todos os dias ele chegava em casa babado e drogado, me trancava no porão e me batia até que eu desmaiasse, todos os dias era o verdadeiro inferno. A única hora que eu me sentia bem era quando ia para a escola, meus amigos sempre me perguntavam o que era aqueles roxos em meus braços e eu sempre desconversava. Tinha muita vergonha do que eu passava. Lembro-me de todas as torturas que tive que passar nas mãos daquele verme.

— SEUS PAIS NUNCA TE AMARAM SEU FILHO DA PUTA, NA PRIMEIRA OPORTUNIDADE QUE ELES TIVERAM TE ABANDONARAM – ele ri como se tivesse dito a melhor piada do ano.

Eu estava amarrado em pé no porão enquanto ele chicoteava minhas costas, barrigas e pernas. Nunca no rosto para não deixar marcado.

— Ficará dois dias sem comida, quem sabe não aprende a ser um homem como eu – ele fala com tranquilidade.

E assim fiquei sem comida por dois dias, bebia tanta água na escola que chegava a passar mal, eu a tomava para preencher o vazio do estômago. O que não adiantava muita coisa já que vomitava por estar com a barriga vazia, na escola arranjava muitas brigas por causa do meu temperamento agressivo. Eu descontava minha raiva e minhas frustrações em meus colegas de classe, fazendo com que fôssemos todos os dias a diretoria. Eles chamavam o meu tio mas o mesmo não comparecia, então ficava sozinho escutando os sermões das professoras e dos pais dos meus colegas. Isso me fazia ficar ainda mais irritado, eu estava pedindo socorro em silêncio, mas ninguém me escutava, todos me jugavam como o menino que perdeu os pais e que provavelmente iria entrar para as drogas por conta disso. Mas ninguém percebia que estava daquela forma por conta dos abusos que sofria dentro de casa.

Quando completei meus 14 anos briguei novamente na escola, sai no soco com um dos filhos do xerife da cidade, o que não foi uma boa ideia. Fugi da escola logo que vi a burrada que tinha feito, mas ele mereceu, me insultou e até mesmo derrubou sua comida de propósito em minhas roupas. Sempre fui o garoto excluído da turma, fazendo com que todos os garotos me agredissem com palavras ou fisicamente. Por não ter pais que me protegessem do bullying que sofria eles abusavam ainda mais.

Lembro-me de correr pelas ruas desesperando por medo do que iria me acontecer, quando não aguentava mais a corrida parei em uma rua deserta e avistei um bar com muitas motos em volta. Revolvi entrar e pedir um copo d'água, estava muito cansado por ter corrido muito e também pelos dias que estava sem comida. Quando entro no bar percebo que está cheio de homens que logo voltam sua atenção para mim, me sinto desconfortável por todos pararem de falar e me olharem. Começo a chegar perto do barmen que está secando um copo com o guardanapo e olhando com a cara fechada para mim.

Adônis Morris - Série Hellish Demons Onde histórias criam vida. Descubra agora