não há mais remédios.

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𝐀𝐓𝐎 𝐈 : aos que nascem quando o amor morre.

por que pensam que os doentes
querem tanto essa doença?
vivo num dilema entre explicar
ou acabar toda essa crença.

eu poderia simplesmente desistir
e te acusar
mas eu gostaria mesmo
é desistir e te abraçar.

porque eu sou uma grande covarde e nasci pra te perdoar.

eu poderia mesmo jogar tudo para cima
mas não valeria a pena,
meu coração é uma oficina.

eu tentei te consertar, mas
você não tinha defeitos!
o problema era em mim
as minhas manias, os meus trejeitos.

meu cerne estava em chamas,
me recusava a acreditar
que quem eu adorava
fez o punhal para eu me matar.

e não com qualquer arma, era florida e pesada.
como se em todo esse tempo, não houvesse amor e nem mais nada.

ali jazia a culpa, o amor e a minha vida.

𝐀𝐓𝐎 𝐈𝐈 : renascemos do vazio, onde pode haver amor, mas é frio.

mas se contar-lhe isso dói tanto, por que tardo a sentir ?

eu descobri que os seus golpes não ardiam, não queimavam.
na verdade, eram um acalento aos pensamentos que me espinhavam.

hoje, eu sou você.
e sou pior,
mais desprezível.

e se o amor é uma doença, me odiar é bem plausível.

você prefere a cura, a liberdade, a solitude;
mas eu te contaminei!
não fuja mais,
não se amargure.

nascemos para o amor,
e então morremos na juventude.
somos imediatistas,
e a paciência é uma virtude.

꿈, K.

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⏰ Última atualização: Jan 25, 2022 ⏰

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