Taehyung não sabia se tinha feito o correto. Não sabia se ter assumido a identidade do irmão gêmeo no dia de seu casamento era a decisão mais sensata.
Taesook havia desistido, e agora cabia a Taehyung casar-se em nome do irmão para não botar tudo a...
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TAEHYUNG
Fui até o shopping falando com minha mãe, Yuna, ao celular. Interrogou-me sobre o casamento, como estava tudo... E percebeu algo errado em minha voz.
- Quero ver você e Taehyung. - disse sem motivo. - Juntos.
- Mas... Mas por quê? - questionei andando pela farmácia, observando os testes de gravidez. Seria cedo demais? Seria inoportuno? De repente, as imagens de Jungkook e eu fazendo amor invadiram minha mente com força, me recordando de que isso tinha mais chances de ser gravidez do que um simples atraso. Era intenso demais.
- Não sei, algo me diz isso. - deu de ombros. - Taehyung anda estranho. Falei com ele no telefone essa semana, e cá entre nós... Ele nunca falou tanta besteira. - E riu. - Até parece que vocês trocaram de lugar!
- Mãe... - gaguejei. - Mas que ideia absurda! - enfiei dois testes dentro da minha sacola de compras.
- Eu sei que é absurda! Taehyung nunca iria ser como você, e você nunca iria ser como ele. - ironizou. - Mas tudo bem, não é? Ainda sou mãe, e ainda quero vê-los!
- Combinado... Agora tenho que ir. Te amo. - coloquei a cesta de compras no caixa.
- Eu também. E querido... Não vá se machuca muito, está bem? Siga seu coração. - E depois veio o silêncio da linha.
Passei as compras e sai pelo shopping dando uma olhada nas coisas. Tomei um café sozinho, não podando evitar me sentir só. Era estranho, mas apesar de estar longe de casa, longe da faculdade e dos meus amigos... Estava sendo a época mais feliz da minha vida. Eu estava em uma cidade linda, com a única companhia que poderia me bastar. Jungkook, o homem mais incrível do mundo, e só esse fato me completava esplendidamente. Voltei pra casa um tanto deprimido, Yasu já não estava mais lá, e assim me senti em paz pra poder chorar sozinho deitado no sofá. O tempo que seguiu foi uma tortura, até ele chegar e o meu teatro recomeçar.
Estávamos deitados na frente da lareira assistindo a qualquer coisa na TV. A noite estava gelada, talvez chovesse de madrugada pelo sol forte de mais cedo. Abraçados, só abraçados.
- Porque às vezes te sinto tão longe? - perguntou acariciando meu cabelo gentilmente. Eu estava deitado em seu peito, meus dedos girando em sua camisa preta.
- Como assim, longe? - tentei entender, observando seu rosto.
- Às vezes você está aqui. - deslizou os dedos em meu braço levemente. - Só que não está com a mente aqui. Está em outro lugar, viajando. Ai me olha triste quando te chamo, como se... - Ele buscou palavras. - Como se isso fosse acabar logo. - Abaixei o olhar, tímido. - Por quê?
- Isso é coisa da sua cabeça. - Foi o que achei mais sensato dizer.
- Não, não é. - Jungkook ergueu meu rosto me fazendo olhá-lo. - Você está me escondendo algo, não está pequeno? - insistiu.
