Capítulo 5 - Vênus - Versus - O Mundo

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Paris - França
2008

...

(5 Meses Depois)

Incessantemente eu não conseguia parar de observar com perplexidade toda a grandiosidade de todo aquele espaço magnífico. Paris era realmente incrível, e nem nos meus mais surreais sonhos, imaginava que seria tão especial estar conhecendo a capital do amor, com um estranho ao me lado é claro, insistindo em me proteger de um mal, algo que continuava recusando me contar, momentaneamente.

Só que nada era o que parecia ser, e disso eu sabia melhor do que ninguém, ainda mais depois do ocorrido dentro do quarto de hotel, tudo graças a bendita Vênus e seu jeito altruísta de ferrar com a vida dos outros. Se soubesse o quanto aquela mulher mudaria minha vida, jamais teria aceitado o boquete que ela havia me dado.

Quem me visse à alguns meses atrás, até pensaria que eu poderia ter um futuro promissor, mas jamais imaginariam a vida boa que hoje o antigo nerd de Auckland estaria levando bem longe dali, deixando todos os seus problemas passados para ir morar na capital da França.

Porém, havia algo que continuava a me incomodar. Tudo bem que até ali nenhum segredo do mistério ainda havia me sido revelado, com eles não deixando passar nada por debaixo dos panos, coisas que eles mesmos colocavam em suas artimanhas. Algo que me fez subjugar o pessoal com quem eu estava andando, aparecendo de fato o real perigoso de mim estar envolvido com uma quadrilha.

Nem mesmo a troca de aparência havia me feito perder a desconfiança que minha pessoa carregava de todos, sendo tudo culpa do Jorge que me obrigando a força, fez com que eu raspasse a cabeça e descolorisse o resto que havia ficado de cabelo, me dando uma aparência de albino, característica que combinou perfeitamente com as roupas pretas estilos punk compradas num brechó por ele.

Demorei a acreditar que aquilo fosse possível quando o vi surgir com aquelas sacolas enormes, mas após horas e mais horas de brigas, chegamos ao consenso de que se eu quisesse sobreviver para ver o fim daquela história, precisaria passar por todo esse disfarçe para conseguir salvar minha alma.

Claro que depois de todo o caos causado por ele, Jorge me levou para tomar novos ares da capital francesa, visitando inúmeros pontos turísticos, junto da promessa que sairíamos para comer algo depois, isso se eu agisse conforme o combinado, não contando nossa verdade ao dar pinta de turista, muito menos de bandido.

E como o prometido, já estávamos à cerca de 2 horas conversando, sentados naquele singelo café próximo ao arco do triunfo, encantados com o movimento tenebroso que o trânsito de lá possuía. Todos sempre apressados, dispostos para chegaram atrasados como sempre em lugar nenhum.

Contundo, o devaneio de realidade não perpetuou o bastante após chegar a conclusão de que Jorge ficava me encarando sem parar, vendo algo em mim que nem eu mesmo cosmeguia enxergar.

-E cá entre nós, você acha que esse plano teria chance de dar certo? - perguntei relutante, não acreditando na proposta que Jorge estava me fazendo. Sentando com a maior cara de deboche, ele me encarava sorridente.

-Com certeza. Se Vênus estivesse envolvida no meio, seria outra história, e aí sim precisaríamos nos preocupar com um plano B - expôs a verdade, não sentindo remorso ao citar o nome da falecida amiga.

-Jeito carinhoso esse seu de falar sobre sua ex-amiga. Quando te conheci 5 meses atrás, jurava que vocês eram unha e carne - observei com destreza, tomando um gole do café que ele havia mandando nos servir à poucos minutos.

Deus é uma Mulher (O conto) - John Victor RochaOnde histórias criam vida. Descubra agora