Doze anos, um diário, muitos segredos...

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Era o aniversário de doze anos de Áster, e entre muitos presentes, estava o de Filipo, um diário com capa de couro. Martina e Giordanno convidaram seus parentes e amigos, que embora fossem pobres, levaram muitos presentes à menina de cabelos ruivos. Dentre os muitos convidados, se destacavam seus tios e tias, seus primos e primas, e Dante, um amigo distante dos amigos de Giordanno, que veio de penetra, e de presente, trouxe um colar de quartzo. Ela não soube o porquê, mas seus olhos ficaram tão vermelhos quanto seus cabelos tocados pelo fogo. Entretanto, ela não foi a única que reparou em alguém naquela confraternização. Dante não deixara de encarar a menina desde que chegara no local, discretamente, é claro.

Na noite daquele dia nublado, no meio de outono, Áster confiou ao presente de seu irmão, tudo o que sentira naquele dia. E desde então, escrevera todos os dias no diário com capa de couro que Filipo lhe dera no seu último aniversário.

Já era dezembro, e o inverno estava chegando, então a menina saiu para caminhar ao sol no bosque, sozinha agora, porque seus irmãos já eram adultos, e tinham empregos na cidade. - Mas isto não os impediu de ensina-la a cavalgar, escalar, atirar flechas e duelar com espadas. - Porém, nesse dia, algo de diferente aconteceu. A menina ouviu sons de um cavalo, e um homem cantando. Era Dante, que assim que viu a menina, desceu do cavalo para a cumprimentar, e ali perdeu horas conversando.

Dante tinha 39 anos, iria completar quatro décadas no ano seguinte. Áster, que agora tinha doze anos, possuía um corpo mais chamativo. E Dante parecia gostar disso. Ao se despedir da menina, deu um beijo no rosto e apertou levemente o mamilo direito dela, que imediatamente se assustou e o xingou. Mas se tranquilizou após Dante dizer que havia sido um acidente.

- Querido diário, hoje encontrei o Sr. Penazzo no bosque, ele pediu para eu o chamar pelo primeiro nome, Dante. Foi uma conversa agradável, mas ao se despedir, ele tocou meu peito. Disse ele ser acidente, mas acho que foi intencional, e tenho medo.

Nas semanas a seguir, Áster ia caminhar no bosque toda quarta-feira - o dia em que se encontrara com Dante anteriormente - para ver se ele estaria lá, pois ele seria seu único amigo, e ele parecia fazer a mesma coisa, pois sempre se encontravam. Depois de algumas semanas conversando, Dante tornou a tocar os seios da garota, e olhar para ela, que nem piscava ao olhar para ele, de medo.

- Querido diário, hoje Dante tocou no meu peito, acho que ele gostou. Estou com medo, mas não quero contar aos meus pais, já que são amigos e eu nem nasci aqui.

Passaram semanas, e Áster ainda encontrava Dante no mesmo local naquele bosque fechado, mas não intencionalmente, já que ela ia em dias diferentes para não o ver pessoalmente. Mas ele ia todos os dias e ficava esperando por ela o dia todo, de modo doentio.

Com o passar do tempo, ela parou de caminhar no bosque, mesmo gostando tanto da mata, e o motivo era claro: Dante. E ao invés de fingir que nada aconteceu como a Srta., este começou a frequentar frequentemente a casa de Giordanno. E ficava encarando a jovem.

A Filha do Fogo: Uma nova luz de esperançaOnde histórias criam vida. Descubra agora