DOZE - Jogo perdido

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Sarah chegou depressa ao duplex e  foi direto à parte de cima. Ela ficou de cara com a porta do quarto de Juliette e passou a ouvi-la chorar. Aquele som lhe entristeceu de uma forma aguda, em sua garganta se formou uma espécie de angustia que ela poderia jurar ser palpável. Com a sua cabeça encostada na porta, suspirou diversas vezes antes de revelar que estava ali.

- Posso entrar? - Enfim perguntou baixinho, consonante às batidas também baixas e até meio cuidadosas.

- Quem é? - Juliette perguntou do outro lado já imaginando que era Sarah, o seu timbre carregado de rouquidão era inconfundível, mas ela precisava ter a certeza.

- Sou eu, Sarah.

A morena levantou da cama e abriu a porta. Seus olhos estavam vermelhos e levemente inchados, era notável que havia chorado por algum tempo.

- O que faz aqui?

- Eu vim por você. Não deveria?

Juliette estava cansada demais para lutar contra o seu desejo e então só fechou a porta.

- Dorme comigo hoje. - Seu queixo tremeu quase que imperceptivelmente. - Por favor.

- Durmo. - Assentiu e lhe abraçou. - Juliette, por favor, me desculpa, eu não tinha ideia de nada, por favor, confie em mim, eu não quero machucar você. - Suplicou enquanto Juliette ainda mantinha a cabeça encostada em seu peito.

A morena não queria ouvir nada daquilo naquele momento, mas estranhamente ela se sentiu em casa nos braços da sua guarda-costas.

(n/a) Se puderem, deem o play em "Arcade" de Duncan Laurence (feat. Fletcher), prometo que com a música a experiência será mais completa.

Juliette interrompeu o abraço que já se prolongava há algum tempo e puxou Sarah para a sua cama, posicionando-se por cima do seu corpo. Sentada em seu colo enquanto a loira já estava deitada, ela pôde olhar nos seus olhos como desejava e, ali em meio aqueles olhares, surgiu um carinho sublime que fez Juliette derramar uma lágrima, a qual ela enxugou disfarçadamente.

Sarah não queria lhe ver chorar e lhe ofereceu um sorriso, um sorriso que apenas elas duas podiam entender a quantidade de coisas que significava, e, mais uma vez, a morena se sentiu segura. Mas eram tantos sentimentos entrando em conflito que ela não estava sabendo lidar.

Ela aproximou os seus rostos e com o seu nariz fez um caminho do topo da cabeça da loira até os seus lábios. As suas respirações começaram a se embaraçar e já seria impossível diferenciar uma da outra. Foi quando a morena parou o "brincar" que fazia com a ponta do seu nariz e encostou a sua testa na de Sarah. Com a mão, ela percorreu o seu braço, pescoço e cabelo de um jeito a lhe provocar arrepios.

- Nós não damos certo, não é? - A voz carregada de dúvida e de medo da resposta.

- Eu não sei. - Sarah foi sincera.

Nesse momento Juliette estava tomada por tantas sensações que só lhe levariam a uma coisa: beijá-la. A loira entreabriu a sua boca e passou a sentir a língua de Juliette se arrastar pelos seus lábios.

- Você tem certeza?

- Você pediu que eu confiasse em você. Agora confie em mim.

Juliette iniciou um beijo profundo e cheio de sentimentos quando finalmente sucumbiu às suas vontades. As suas línguas se acariciavam e lhes provocavam fortemente, foi como ir do inferno ao céu na mesma rapidez em que se dá um único passo. Com os olhos fechados, elas pareceram estar conectadas como nunca antes, e realmente estavam.

- Eu confio em você. - Sarah disse e em seguida sorriu singelamente.

- Por que ri?

- É só que nunca na minha vida eu me imaginei aqui com você, Juliette Freire, e falando isso.

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