O novo prazo de validade

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Acordei muito cedo para minha nova vida, eu precisava me virar ali, em um país novo, e precisava estar totalmente aberta e disposta a mostrar todo meu talento e utilidade. Novamente eu tinha um prazo de validade. Mas dessa vez eu estava disposta a tentar!

Me preparei e desci para o saguão do hotel, pensando em conversar com alguém na recepção para poder pedir um taxi e voltar ao prédio chique do dia anterior, pra entregar os contratos e começar o que fosse preciso.

Conversava, ou tentava, em inglês com o recepcionista, quando escutei alguém com uma voz muito melodiosa responder em um inglês perfeito, quase sem aquele sotaque esquisito, bem perto da minha orelha como se tentasse ler o papel que eu mostrava pro recepcionista, com o endereço do prédio, por cima do meu ombro. 

- Eu trabalho lá, posso te levar. Você foi contratada? - Ele disse apontando pra pastinha com os contratos em minhas mãos apertada contra meu peito. 

Eu devia estar com cara de assustada ou minha típica cara de bunda, porque assim que me virei pra olhar quem estava falando, o rapaz deu 2 passos pra trás levantando as duas mãos em rendição. Ele vestia uma camisa de botão meio brega, calça preta bem justa e sapatos, sim o olhei de cima a baixo, eu nunca tinha visto alguém com uma roupa tão formal ficar tão bonito. 

Eu respirei fundo duas vezes e analisei o ambiente antes de dar uma resposta. Todos ali o cumprimentavam com pequenas reverências e era como se lhe devessem alguma explicação, então pensei que talvez fosse seguro ir até o prédio com ele. Engoli em seco e respondi.

- Okay, obrigada, eu aceito a carona! - Eu disse, sorrindo o melhor que pude. 

Abaixei as mãos, segurando a pasta ao lado do corpo, tentando abaixar a guarda e fiquei parada como uma estátua aguardando o rapaz, ele parecia ser um milhão de anos mais novo que eu. Ele começou a falar em coreano com o gerente do hotel, que surgiu como mágica ao nosso lado, eu entendia pouco ou quase nada de coreano, aquele momento me fez questionar se eu tinha endoidado de vez. 

Alguns minutos depois, o que me pareceu horas, o rapaz me indicou a saída do hotel me guiando, levando a mão direita às minhas costas, só que num toque tão leve e sutil que era quase como se ele não estivesse realmente encostando em mim. 

Na porta estava um carro chique e extremamente limpo, preto que eu não identifiquei de primeira, estava distraída demais com a mão nas minhas costas, que me levava como um flash até o tal carro e abria a porta do mesmo para que eu entrasse. 

A rapidez com que fui conduzida até o banco do carona me fez pensar que estava sendo sequestrada, que era agora que toda essa história tomaria um rumo ruim. Pensei em sair, mas o rapaz já estava sentado ao meu lado, ligando e arrancando o carro com uma maestria que me dava inveja, umas das poucas coisas na qual eu era horrível, dirigir. 

Imediatamente ele começou a justificar, agora falando em inglês, acho que percebeu que eu não entendia bem coreano, que precisava sair rápido e discretamente do hotel, para evitar os paparazzi, se desculpando por praticamente me enfiar dentro do carro e sair em disparada. Ele se apresentou, me dizendo que seu nome era Jungkook. No exato momento que ouvi seu nome pensei que já tinha escutado em algum lugar, mas não conseguia pensar onde. Eu apenas assentia e dizia que não havia problema nenhum e também não pretendia causar nenhum incomodo pra ele, tentando fingir naturalidade com o fato de ele ter mencionado paparazzi. 

SEVEN - Aventura em SeulOnde histórias criam vida. Descubra agora