Capítulo 3 - Estradas ruins e cavalos robôs

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"Como ele consegue?" Fikir se perguntou enquanto caminhava logo atrás de Faulk que parecia não se incomodar nem um pouco com a estrada horrível pela qual caminhavam, ainda mais com as roupas que ele usava, aquelas botas que chegavam na metade da canela não pareciam ser muito confortáveis, seus jeans azuis apertavam demais suas pernas ao ponto que ele não conseguia se abaixar, e a capa que ele usava para cobrir a camisa de flanela vermelha estava furada em várias partes, mas o mais impressionante não era o modo como o homem se vestia que só podia ser descrevido como cafona, uma palavra que Fikir não sabe o significado ainda, mas no que ele estava montado.

— Então, Faulk... O que exatamente é isso? — Fikir disse enquanto apontava para o equino mecânico gigantesco onde Faulk estava sentado.

— Isso não, ela, essa daqui é a Bem, ela tá comigo deisde que eu era miúdo, num é memo, meu Bem? — Falk dizia enquanto acariciava a crina holográfica do cavalo robô.

— Mas é claro, Faulk, minha diretriz principal é proteger você de todos os perigos que você mesmo causa — Respondeu o cavalo, o que foi uma surpresa para Fikir, que não imaginava que aquela máquina pudesse falar, já que todas com que teve contato até agora não falavam, pelo menos não pareciam falar.

— Olá Bem, talvez você possa me responder para onde estamos indo, já que o nosso "cowboy" não quer me dizer. — Fikir perguntou ao cavalo enquanto examinava cada centímetro de sua construção, se maravilhando com as curvas esguias que compunham o corpo, as luzes que piscavam por entre as juntas a cada movimento que fazia, a cor de azeviche que era acentuada pela crina e rabo holográficos de luz branca, os olhos que brilhavam em uma miríade de cores mas que quase sempre se mantinham em um tom escuro de vermelho.

— Infelizmente os detalhes sobre sua busca estão apenas na cabeça de Faulk. —

Enquanto o cavalo falava, era perceptível que por mais que falasse com certa normalidade, sua forma de montar frases ainda era dura, não-humana, com alguns pequenos cortes aqui e ali.

— Ai tá bom, tá bom, eu conto alguns detalhes... MAS SÓ DESSA VEZ! — Falk exclamou enquanto descia do cavalo e pegava novamente o mapa holográfico em seu bolso.

— O meu chefe me contratou para te buscar nesse complexo no meio da floresta de Taurisaal, te fazer passar por Bemore para te dar algumas roupas se fosse necessário, depois por Akalens pra pegar equipamentos, e finalmente o nosso destino final, Fauknard . —

Cada vez que ele falava o nome de uma cidade, ele clicava no mapa e mostrava uma cidade diferente,e finalmente parando em Fauknard, uma cidade com prédios enormes, tão altos que cortavam as nuvens do céu, uma cidade prateada, mas diferente de Uparoe, o prata era feito de aço e cromo, uma complexidade de pessoas e máquinas voadoras populavam as imagens que o mapa mostrava, se Labris era a cidade do progresso, aquela ali era a cidade que ela desejava ser.

— E nós vamos chegar lá a pé ou... — Fikir disse enquanto virava os olhos para Bem, mas ao ver o que parecia uma expressão de raiva se formar na crina que agora se tornara vermelha, rapidamente virou o olhar.

— podexá comigo, eu tenho um parceiro em Akalens que pode nus ajudá. —

Faulk disse com um sorriso, guardando o mapa e novamente se ponto a caminhar na estrada esburacada e lamacenta.

— "amigo", Faulk, eu devo lhe avisar novamente sobre o que aconteceu da ultima vez? — Bem pontou logo que Faulk se virou para continuar andando.

— Se acarme, meu Bem, tudo vai ficar daijoubu. — Falk respondeu para o cavalo com um sorriso que não passava confiança nenhuma. — Eu conheço o cara, e afinal, o que pode dar errado?

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