Capítulo VI

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"O tanto que usei se eu pudesse
quando na verdade eu podia

infelizmente demora demais
para reconhecermos nosso tamanho"

-Tudo nela brilha e queima (Ryane Leão)

S/n narrando

Entro no prédio mancando e chorando desesperadamente, entro na primeira porta que vejo e felizmente foi a certa.
Cinco estava lá, me olhando assustado e se não o conhecesse até diria que o mesmo iria chorar.

- Você...
Foi somente o que ele disse.
Nada mais, nada a menos e mesmo assim aquela palavra foi a mais dolorosas que já ouvi em minha vida.
- Eu
Respondo sorrindo em meio aos choros forçados (nem tão forçados assim) em busca da atenção do mesmo.

- está ferida? Você está péssima! - diz ele vindo em minha direção.
- Belas palavras para iniciar uma conversa, vai dizer também estou fedendo ou algo do tipo? - digo rindo.

- Estou falando sério, não é hora para brincadeiras ou algo do tipo. Está ferida? - ele volta a perguntar e toca em meu rosto em busca de algum hematoma e rapidamente me afasto, sentando em uma cadeira qualquer.

- Estou bem, só estava lutando contra uns capangas da gestora. é inacreditável como até aqui ela me persegue.
- Como assim lutou com eles? Acabei de vê-los - cinco pergunta desconfiado.
- então creio que não estamos falando dos mesmos, você sabe, ela deve ter um estoque de babacas que defendem ela caso precise. - tento parecer o mais convincente possível e pelo visto cinco acredita, pois não toca mais no assunto.

- Mas enfim, pelo visto não estamos sozinhos... - falo analisando um homem que parece ter saído do hospício olhando para a gente com uma cara de que ganhou muita grana, ou muita comida.

- Ah, esse é o morador daqui, estava me contando sobre... - enquanto cinco falava eu olhava a janela, não prestando atenção em nada do que ele falou, então se a informação foi importante... Eu nunca irei saber.

Quando ele termina de falar com o homem louco sobre alguma coisa pela qual eu não ligo, ele me segura pelo braço levemente e nos teleporta para um lugar que aparentemente era um hospício.

- Você tem que parar com isso! Não pode ficar me empurrando para os lugares que você vai como se eu fosse sua propriedade. - falo irritada.
- Eu não sabia que iria se incomodar, a culpa foi sua de não ter avisado! - ele responde como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- Tem razão, você nunca pode está errado, não é mesmo? Eu me incomodo Cinco, você me trouxe em um lugar que eu não conheço, sem a minha autorização! - ele abre a boca para dizer algo - eu não acabei de falar. De vez culpar os outros pelos seus problemas, deveria aprender pedir desculpas e ficar calado.

- tá bom... Foi mal - ele fala assustado.
- fala logo pra que me trouxe aqui. - digo entediada
- Acho melhor você ver com seus próprios olhos.

Entramos em uma sala e logo depois chega Diego, mas definitivamente não é o mesmo Diego que eu conheci a um tempo atrás.

- Cinco, S/n. - diz Diego ao chegar

- Oi Diego
- Eai - respondemos em uníssono.

- Fica bem de branco - diz cinco, sentado.
- Já estava na hora de você aparecer - Diego responde sentando na outra cadeira.
- Como sabia que eu ia voltar - ele pergunta se inclinando.
- Porque isso é o tipo de coisa que você faz. - Diego fala copiando seu movimento

- Finalmente alguém sensato até agora - digo sorrindo para Diego, e o mesmo revira o olho - retiro o que disse, a única sensata até agora sou eu. - falo observando-os.

- Cadê os outros?
- não estão com você?
- vamos achar eles, nós vamos. A quanto tempo está aqui?
- setenta e cinco dias, aterrissei em um beco atrás da...
- é, eu também.
- eu também - ambos me olham - sei que não perguntaram mas achei que seria bom avisar.
- Claro - Cinco diz com o sorriso sarcástico pelo qual eu tanto gostava, mas agora, não me faz efeito nenhum.

- e como me achou? - eles continuam
- hum, página dezeseis:
Homem perturbado com várias facas foi preso no número 1026 da rua xxxx.
- tá zuando? - me aproximo para ver o papel rindo - gostei disso.
- Foco. E então, quer me explicar? - diz Cinco entendiante como sempre.

- Digamos que a polícia de Dalas não tem apoiado muito minha tentativa de impedir o assassinato de John Fitzgerald Kennedy.
- E quem liga para presidente, pelo amor. -digo revirando os olhos.
- ela tem um ponto - Cinco diz.
- Isso ainda nem aconteceu - eu falo o óbvio.
- e não vai acontecer. Não se eu puder evitar.

Eu aplaudo rindo
- belo discurso, isso é o que? Um filme?
Diego olha para mim com desgosto e volta a falar
- Eu venho limando as grades do meu quarto, mas um dia ou dois eu vou conseguir fugir e vou salvar o presidente. Vocês estão a fim de ir? É só falar. - ele fala orgulhoso
- tenha Santa paciência - eu falo revirando os olhos.
- me escuta com atenção, seu tagarela idiota. Você não vai fazer nada disso. - cinco fala sussurrando
- e por que não?
- porque a gente tem que impedir o apocalipse.

Eu finjo surpresa e olho para Cinco.
- Apocalipse?! - falo sussurrando para mesmo.

- mas isso só vai acontecer a setenta anos - diz Diego.
- não esse apocalipse. Esse agora é... Novo. Ele seguiu a gente. Eu vi... Guerra nuclear, Diego.
- GUERRA NUCLEAR? 10 DIAS? e só piora - eu digo bufando e andando pela sala, enquanto Diego esquizofrênico ri do fim do mundo.

- e eu é que tô no hospício, é? Me fala aí, o que causa ele?
- não sei, talvez um babaca maluco com o complexo de herói tente salvar o presidente e ferre com tudo.
- então acha que deu certo? Que eu salvei o presidente? Eu sabia que ia conseguir! - eu prendo o riso, não acredito que ele esteja falando sério, é patético.

- tá bem, tá bem, eu vou ajudar vocês.
- até que fim! - digo irritada
- aí depois de salvar o Kennedy, a gente volta algumas épocas para eu arrancar o pescoço do Hitler com uma faca de manteiga.
- não me parece uma má idéia - dou de ombros
- e é por isso que não tem amigos - cinco fala sério. - quer saber? Guarda! - ele diz se levantando. - meu irmão planeja fugir, ele limou as grades do quarto dele.

- SEU MERDINHA - Diego vai para cima do cinco mas é parado pelos guardas.
- É para seu próprio bem, Diego.
- NÃO, CINCO.
- nosso irmão é muito doente. Eu rezo para que ele receba a ajuda que tanto precisa. - eu falo enquanto eles injetam um tranquilizante no braço de Diego que grita nossos nomes.

Cinco sussurra algo para Diego e me guia para fora da sala mas antes falo pros guardas:
- cuide bem dele, tá? Ele é louco, muito louco.
E cinco me guia para outro lugar aleatório em busca de mais um irmão perdido, como se eu me importasse.

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⏰ Última atualização: May 21, 2022 ⏰

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