Capítulo 9° Machado Batendo

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Eu deveria ter feito algo, eu não devia ter deixado eles tratarem aquele homem daquela forma

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Eu deveria ter feito algo, eu não devia ter deixado eles tratarem aquele homem daquela forma. Entidade ou não, aquele senhor não merecia ser tratado daquele jeito.

    Bianca havia ficado puta da vida com os meus amigos, eu não a julgo, pois, eu também fiquei, as atitudes de cada um foram irreconhecíveis, não quero nem ver a cara do Ryan depois desta noite.

    Estávamos relativamente perto da rua onde eu moro, descíamos uma breve ladeira, até que Ryan acabou escorregando começando a rolar pela ladeira, porém ele mesmo caiu na gargalhada mesmo vendo que havia ralado algumas partes do seu corpo. Marcelo, Diogo e Beatriz caíram na gargalhada e sozinho, Ryan teve que se levantar, pois, eu não iria mexer nenhum dedo.
 
   Voltamos a andar, porém devagar, pois teríamos que passar por um caminho que não era asfaltado e por eles estarem bêbados, era bem capaz de caírem de novo. A iluminação que já não era boa, ficou pior quando as luzes começaram a desligar...

Droga!

 Para chegar na rua onde eu moro, é preciso subir uma ladeira, mas tinha também uma segunda opção. Quando olhamos para a ladeira que pretendíamos subir, paramos, pois, uma parte dela estava coberta por uma neblina estranha.

— O que é isso? — Perguntou Júlia.

— Não faço ideia, mas acho melhor nós ir pela outra ladeira. — Sugerir.

 Um assobio alto ecoou, olhamos para trás de forma automática e pelas caras de todos, algo estranha está rolando.

— Tá! legal, nós pode subir?
— Perguntou Diogo.

— Não acho uma boa ideia — Dei alguns passos ficando à frente do grupo.

— Vai se ferrar, vamos logo Lucas
— Tomou à frente, o Marcelo, porém no mesmo instante um poste estourou e os outros em seguida. O estrondo fez todo o mundo abaixar, mas não ficamos parados, corremos para ir em direção a outra ladeira que para termos, acesso era preciso passar por um corredor.
  

   Corremos, no entanto, a ladeira estava bem esburacada com presença de escadas mal feitas para piorar a situação

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   Corremos, no entanto, a ladeira estava bem esburacada com presença de escadas mal feitas para piorar a situação.

   Marcelo caiu e bateu o queixo, se isso não bastasse, ele estava deslizando e só não rolou, pois, segurou na escada de concreto. Parecia que uma certa força empurrava todos nós para baixo, pois estava sendo difícil subir essa ladeira dos infernos. Para piorar, uma ventania enorme passou por nós. Segurei na mão da minha namorada e fui puxando para tentar subir. Enquanto morríamos para subir, risadas estranhas começaram a ecoar, sei que todos ouviram, pois, todo mundo começou a se olhar. Pelo menos em mim, arrepiou tudo até o toba.

    Sussurros também começaram a ecoar e isso só piorava a situação. Todos ficaram agachados e as garotas ficaram encolhidas, chorando, mas parecia que ninguém na rua estava escutando.

****

   Quando tudo isso parou, alguns do grupo levantaram-se, mas teve outros que continuaram no chão. Elas estavam chocados com o que acabará de ocorrer.

— Ryan, acorda, vamos! Levanta cara, já acabou. — Diogo bate um pouco na cara de Ryan que parecia uma estátua. O mesmo até voltou a se mexer, porém, do nada ele sentiu dores na perna. Diogo dobrou a calça de Ryan e viu que ele tinha um corte feio. Me aproximei mais um pouco e vi que a região estava bem escura, nunca vi nada igual.

— Marcelo, ajuda o Diogo, vamos até a minha casa para cuidar desse corte na perna do Ryan — Fiz gesto para andarmos.

— Lucas, o que foi isso? — Perguntou a minha namorada, extremamente assustada.

— Não faço ideia, mas se não chegarmos em casa, estaremos fodidos!

Fui sincero.

 Para chegar na minha rua, só era preciso agora virar a esquina, mas antes de chegarmos perto desta curva, escutamos barulhos de tambor.

— Só pode ser brincadeira, uma hora dessas!! — Indagou Diogo.

Começamos a andar devagar, com receio do que estava nos aguardando ao virar a esquina. Antes de colocarmos a cabeça, a iluminação da rua começou a apagar uma hora por uma em cada poste, e antes de passarmos, ouvimos barulho de algo batendo e parecia bem pesado. Cada batida fazia o meu coração pulsar e Bianca apertava a minha mão cada vez mais. Com certeza estava tão nervosa quanto eu.

    Assim que viramos a esquina, tudo estava um verdadeiro breu igual o restante da rua. Respiramos aliviados, porém ficamos confusos, pois escutámos barulhos de tambor e barulho de coisa batendo.

— O que tá acontecendo aqui??? - Gritou Júlia.

— Fica quieta garota. Seja quem for, deve está nos olhando — Disse Marcelo olhando os arredores.

— Deixa de besteira. É claro que tem outra explicação. Agora vamos para casa do Lucas para tratar desse ferimento do Ryan — Falou em tom de ordem, o Diogo. O mesmo ligou a lanterna do celular e apontou para a direção onde deveríamos ir, mas antes de prosseguirmos, novamente escutamos barulho de coisa batendo. Esse som parecia até um machado, e isso fez uma memória minha ser desbloqueada, e um medo também.

— Meu Deus do céu o que é aquilo!?

   Virando a esquina, surgiu um homem alto com uma espécie de saia vermelha e colares no seu pescoço, porém boa parte do seu tronco e peitoral, estavam despidos. Nas suas mãos haviam várias joias que brilhavam em meio a escuridão da rua. E o pior de tudo, nas suas mãos havia um machado que emanava fogo. O seu rosto estava tampado por um lenço vermelho e na sua cabeça havia uma coroa.

— Onde vocês pensam que vão??? — Perguntou a entidade, com uma voz grave que me fez tremer. Assim que ele deu o primeiro passo, pedi para todos correrem, até Diogo que era o ateu do grupo saiu correndo, mas o barulho de machado batendo nos perseguiu durante a nossa corrida. O meu coração só faltava sair pela boca, e a sensação piorou quando eu vi a entidade correndo na nossa direção dando risada, se divertindo com o nosso medo.

     Estamos ferrados, isso eu tenho certeza, se comprovando quando Diogo foi pego. A entidade lançou o machado bem no calcanhar do meu amigo e o mesmo caiu. Tentei ajudá-lo, mas o ser vingativo estava se aproximando. Bianca me puxou e eu tive que deixá-lo, pois certamente eu morreria junto.

CONTINUAAAAA!


O Preço da Desobediência📿Onde histórias criam vida. Descubra agora