Amor de Ouro {Bruno Rezende}

Meu amuleto da sorte

Pegamos nossas bagagens e fomos em direção a saída do aeroporto.

Um ônibus da delegação nos esperava. Entramos e nos acomodados. Demorou cerca de meia hora para que chegássemos na, tão sonhada, Vila Olímpica.

Era tão lindo! Um ambiente simplesmente mágico.

Já haviam muitos atletas lá, alguns amigos meus inclusive.

Fomos muito bem recepcionados pelos organizadores, que nos explicaram algumas coisas e nos mostraram onde ficavam nossos quartos.

Subimos muito animados.

Os nossos quartos eram todos na mesma ala. Fiquei feliz em ter Douglas por perto, precisamos colocar muita fofoca em dia.

Bia pegou a chave e abriu a porta de nosso quarto. Era simples e confortável. Colocamos nossas malas para dentro e ajeitamos as coisas.

Fui tomar um banho pra relaxar um pouco.

Saí do banheiro e Bia já não estava no quarto, coloquei um dos shorts que recebi da Nike, uma camiseta do uniforme e um tênis.

Aproveitei esse tempo pra fazer uma live, respondendo algumas perguntas.

Resolvi sair pra dar uma volta e conhecer a Vila antes do almoço.

Quando abri a porta, dei de cara com Bruno saindo de seu quarto, que era exatamente na frente do meu.

— Nos encontramos novamente! - disse ele em tom animado.

— Pois é! - respondi tímida.

— Indo dar uma volta também? - perguntou.

— Sim, estou ansiosa pra conhecer a Vila. - respondi.

— Me acompanha, então? - perguntou.

— É claro! - afirmei.

Andamos em direção a saída enquanto conversávamos sobre o fuso horário e as competições.

Tua primeira olimpíada, né? - ele perguntou.

Sim, estou com um pouco de medo, mas extremamente animada. - eu disse.

Sem dar tempo para que Bruno me respondesse, Douglas surgiu atrás de mim, fazendo com que eu me assustasse.

Quer me matar do coração, seu doido? - brinquei.

Olha o mais novo casal olímpico! - sussurrou para que Bruno não ouvisse.

Pude sentir minhas bochechas corarem na hora.

— Vamos lá nas lojinhas? - tentei mudar de assunto rapidamente.

Fomos até as lojas, compramos algumas lembranças e caminhamos mais um pouco.

— Também estão com fome? - perguntou Bruno.

— Famintos! - respondemos em coral.

Encontramos o pessoal do skate no caminho, nos juntamos a eles e andamos em direção ao refeitório.

Após o almoço, Bruno e Douglas me acompanharam até meu quarto. Resolvi tirar um cochilo pois o dia seria longo.

Acordei com o som do despertador. Olhei para o relógio e o frio na barriga se fez presente. A hora da grande abertura se aproximava.

Tomei um banho e comecei a me preparar. Coloquei a roupa e os chinelos, arrumei o cabelo e fiz uma maquiagem leve.

Enquanto isso Bia tentava me animar e motivar. Era nítido que eu estava me sentindo ansiosa e apreensiva. Ela não me acompanharia na abertura, pois só dois atletas foram escolhidos para representar nossa nação na cerimônia e isso me deixava mais nervosa ainda.

Terminei de me arrumar e liguei para minha mãe, ela sempre tem as palavras certas na ponta da língua, sempre me acalma.

Bia e eu saímos do quarto, ela iria se reunir com a galera pra acompanhar a cerimônia pelo telão. Já eu ia em direção a entrada da Vila, quando percebi que havia esquecido meu amuleto da sorte, não poderia carregar a bandeira sem aquele colar.

Voltei para o meu quarto e comecei a procurar a correntinha, estava tão nervosa que nem percebi que havia deixado a porta aberta. Eu revirava minha mala e não conseguia encontrá-lo.

— Pronta? - Bruno disse me olhando do corredor.

— Sim, só estou procurando uma coisinha. Entra aí! - respondi enquanto revirava os lençóis.

— Que colar lindo! - o loiro disse segurando a correntinha que eu procurava.

— Era exatamente isso que eu estava procurando! Muito obrigada! - agradeci ele. Onde estava?

— Aqui encima da prateleira. - ele disse rindo.

— Meu Deus, estou tão nervosa que nem vi! - disse envergonhada. Vamos?

— Sabe que eu também tô bem ansioso? - ele disse. É uma baita responsa mesmo, mas vai dar tudo certo, vamos só deixar fluir e aproveitar o momento.

Sorri e nos abraçamos. Aquelas palavras realmente me tranquilizaram.

Fechei a porta do quarto e fomos até o ônibus, que nos levaria até o local da abertura. Entramos, nos sentamos e em cerca de 10 minutos já havíamos chego.

Descemos e esperamos até que organização nos chamasse para dentro. Seguimos para debaixo das arquibancadas, e de lá já podíamos ver a bela decoração. Várias pessoas corriam de um lado para o outro, dando os últimos retoques.

— Tá chegando a hora! - falei, observando aquilo.