Capítulo 5

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Isobell Vickns

Chegamos a minha casa, me desfaço das malas e começo a conversar com o Emmet animadamente .
--- Foi tão maravilhoso lá, que pena que você não foi comigo. Aproveitei e fiz uma comprinhas. Você não sabe quem eu encontrei!... -- Perdendo todo o entusiasmo paro ao perceber que ele não estava prestando nem um pouco de atenção no que eu estava falando e já estava saindo. --- Você não estava me ouvindo? Pra onde você vai?
No vácuo fiquei até ele responder:
--- Eu tenho que ir recebi umas ligações, vou a empresa, se der nos veremos mais tarde. --- Falou ligeiramente e logo saiu, não esperando minha resposta.
Fiquei angustiada mas não poderia me deixar abalar porque mais tarde eu teria que estar em boas condições pois também era uma grande dia, daqui a algumas horas irei o encontrar. Deitei para descansar.

Acordei faltando apenas 2 horas para o evento, atrasada, tinha que me arrumar, ir ao cabeleireiro... E o Hough ainda não chegou, ligo para ele.
--- Emmet onde você está? Está quase na hora e você tem que vir me buscar cedo. --- Falei apressadamente.
--- Não vou poder te buscar, vou me arrumar tenho que estar apresentável hoje, quero conseguir algo para exaltar ainda mais minha empresa. --- Falou-me lentamente, e percebi que estava fazendo algo pelo afastamento de sua voz.
--- Como assim você não vai comigo? Você tem que entrar comigo o que vão pensar se o vissem sozinho, amanhã mesmo seria manchete em jornais e revistas. Não posso passar agora por isso, eles tem que visar minha carreira, não minha vida pessoal.--- A preocupação deixa minha voz ofegante.
--- Você só pensa em si, não se preocupe estarei lá e abrirei a porta da limusine e te acompanharei ao longo do tapete vermelho. --- Sua voz era fria como se isso não tivesse importância alguma.
--- Não sei como tive a audácia de te permitir entrar em minha vida, você conseguiu me conquistar com seu falso cavalheirismo, e seu amor hipócrita. --- Sentia meu sangue ferver enquanto abria meus olhos e via minha realidade.
--- No começo não foi nada fácil, mas aprendi a conseguir tudo o que quero, acho que talvez senti algo por você, mas foi um possível erro que não vou mais cometer. Quanto mais você me amava e me incluía em sua "vida", eu ganhava fama, consegui minha empresa, tive que te usar mais você me entende, nós fazemos o que podemos para não ficar na sarjeta. Vi minha família na pobreza por isso a deixei, eu sabia que se conseguisse uma mulher de boas "qualidades", eu nunca passaria pelo mesmo que eles. --- Me surpreendendo ele mesmo se desmascarava e provando ser calculista me lembrando de todos os detalhes.
--- Antes mesmo de te conhecer pessoalmente, já a tinha estudado, te encontrei como solução, eu não queria ter que casar com uma milionária velha medíocre que me enchia o saco, mas você, atraente, bonita e em começo de carreira, isso sim chamaria a atenção, usando algumas de minhas técnicas te ganhei e de bônus muito mais do que imaginei. Mas agora já cresci bastante já posso caminhar sozinho, mas como você precisa hoje de mim eu te acompanharei, mas só porque sou um homem de palavra . --- Ao terminar de falar sorriu petulante.
--- Eu te odeio, você não merece ficar com ninguém, nunca mais quero te ver, mas te digo que você brincou com a mulher errada, não duvide da minha capacidade, você verá o que lhe acontecerá. Ah! E faça-me o favor de nunca mais olhar se quer em meus olhos, ou pronunciar meu nome para mim você não existe mais. --- Ao ficar muito alterada desligo o celular e caio em pranto, tento me reerguer mas penso que não consigo. E agora o que vou fazer? Como vou encobrir isso, eu estava pensando em como aparecer aquela noite naquele estado, emocionalmente abalada, meu coração parecia não ter forças para bater, sentia me faltar ar, eu sentia ódio de mim mesma e me prometia nunca mais amar outra vez. Eu não tinha com quem desabafar, meu travesseiro quem me acolhia.Eu preciso parar de chorar, eu tenho que me controlar, eu tenho que me arrumar, ele não pode me ver abatida, aquele... hipócrita idiota, o odeio, como ele pode fazer isso comigo!
Meu telefone toca, vejo que é minha assistente, não quero atender mas sei que preciso.
--- Pode falar. --- Falo ainda choramingando.
--- Está tudo bem Srta. Bell? --- Pergunta ela preocupada.
--- Não se preocupe, está tudo nos conformes. --- Respondo me controlando.
--- Liguei para avisar que o Sr. Emmet disse que te encontraria lá, e pediu desculpas por não ter te dito antes mas foi porque não estava conseguindo entrar em contato com você.
--- Aquele... --- Estremeço de raiva. --- Obrigada por me avisar, até logo.
Não acredito, que cafajeste, mas ele vai ver só, eu vou, e lá mostrarei a ele que não me abalei com nada que ele me faltar e quando chegar entrarei sem nem sequer olhar para ele.
No closet, encontro meu novo vestido finíssimo feito especialmente para a ocasião, mas não me interesso mais em vestí-lo, coloco então um curto vestido preto caríssimo que ainda não tinha usado, prendendo os meus cabelos em um coque, me olho no espelho e avisto um colar em meu pescoço que já não o sentia mais por já fazer parte de mim, ele quem me deu, ao me pedir em namoro, me repudio a olhar para ele e em questão de segundo arranco-o de meu pescoço e lanço-o fora pela janela, substituo por um largo colar que cobria quase todo meu busto, lindo que contrastava com o sapato.
Depois de me arrumar liguei para meu motorista e cancelei a limusine, hoje seria diferente, terei uma entrada triunfal,quer dizer não sei bem se era essa a intenção, acho que era mais uma desculpa que arranjei para me distrair, fazia tempo que eu mesma não tocava se quer no meu carro, sinto saudades de quando tinha tempo para isso, viajar para viver e não para negócios.
Peguei as chaves a carteira e saí. Comecei a dirigir, isso me parecia diferente, eu sorria como uma boba pensando na liberdade, até me vir a mente uma lembrança de Emmet comigo naquele mesmo carro, foi um fim de semana maravilhoso com ele onde passeamos pela praia enquanto eu fugia dos paparazzis. Enquanto me lembrava meu corpo se estremecia de raiva e rancor, eu estava apenas a quatro ruas do local marcado, mas não era isso que eu queria, acho que não vou conseguir. Mudei de rumo sem direção a seguir tentando fugir de mim mesma, fugir dos meus pensamentos, me desprender da mente. Enquanto me desesperava eu acelerada mais e me desligava do mundo a fora. De repente uma luz forte em minha direção, solto o volante e me envolvo em meus braços como se fossem um escudo; o airberg foi acionado mas não me impede de sentir fortes pancadas em meu corpo, vejo vidros se despedaçando em minha frente, com a batida fui lançada para trás bruscamente, minha perna está presa e doe muito, quero pedir ajuda mas não consigo falar, o choro me toma como um engasgo, sinto tontura e vejo fogo a minha frente, fecho os olhos e espero o fim, penso ter sido um favor dado a mim, não aguentaria mais viver, eu não vivia, naquela noite minha vida estava diante dos meus olhos e eu não via forças para ficar e entre soluços, esmoreci.

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