Capítulo 6

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Isobell Vickns

Abro os olhos lentamente... A claridade me incomoda... Tento me mover e sinto uma leve pontada na minha perna esquerda; fecho os olhos fazendo força e os abro piscando com rapidez para que pudessem se acostumar com a luz. Ao abrí-los completamente, percebo onde estou, em uma sala de hospital e não estou só, vejo uma enfermeira preparando uma injeção; há um soro em meu braço, tento me mexer e... minha perna como dói... tento falar ao sentir a dor mas não estou com forças para isso. Ao perceber que eu tinha acordado, a enfermeira rapidamente injetou um líquido branco que estava preparado na seringa e em seguida me disse:
--- Não se preocupe Srta Vickns isso vai amenizar a dor.
O remédio rapidamente fazia efeito, o sono me tomava e novamente adormeci.
...

Acordo...
Agora estou sozinha.
Quanto tempo será que dormi?
Será que faz muitos dias que estou aqui?
Começo a me recordar do que aconteceu, e sinto minha cabeça doer um pouco, quando passo de leve a mão sinto que está com um curativo. Vou me levantar, preciso sair daqui.
A enfermeira aparece.
--- O que a senhorita está fazendo? Deite-se você pode cair! --- Com cuidados ela fala correndo para me deitar na cama novamente.
--- Eu preciso ir ao... banheiro! --- Invento alguma desculpa para sair dessa cama, já estava me sentindo sufocada, nunca passei tanto tempo deitada e nem quero mais.
Ela consente mas, eu começo à interrogar.
--- O que aconteceu comigo? Não me lembro muito bem, após a batida apaguei e quando acordo estou aqui e tenho a impressão de que já faz alguns dias.
--- A Srta. não está em condições de fazer muito esforço, depois conversamos, vamos logo para você descansar. Precisa ficar de repouso! ----- Fala ela me aquietando.
Ela percebeu que eu não iria parar de insistir até que ela me falasse. Então me respondeu: -Vamos, enquanto te acompanho, falarei tudo o que você precisa saber. -Disse ela segurando o soro com a mão e outra me equilibrava colocando-me na cadeira de rodas.
-- Quando aconteceu o acidente, rapidamente os paramédicos foram acionados, e ao te encontrarem tiveram muita dificuldade pois sua perna ficou presa ás ferragens,mais graças a Deus a senhorita não ficou muito ferida; já outra pessoa não teve tanta sorte, seu estado ainda é grave, se encontra em coma.
--- Quem é? Onde está? --- Sinto-me preocupada, e talvez um tanto culpada por ter sido culpa minha, eu quem estava andando ligeiro e irresponsavelmente. E agora se encontra em coma, se morrer... Aí meu Deus não permita isso, nunca irei me perdoar.
--- Foi um médico, ele é bem novo, está no quarto logo a frente... --- Ela para de falar quando a porta do quarto de quem é falado se abre rapidamente, e uma moça bonita de olhos claros e cabelos escuros aparece assustada, porém demostra ser por algo que a deixe feliz, ela vem em nossa direção com lágrimas nos olhos e fala sorrindo:
--- Ele acordou, ele acordou! --- Puxa ela a mão da enfermeira que estava comigo que me carrega até a porta me dando o soro para eu segurar, e indo ver o que estava acontecendo.
Da porta eu via o homem que estava deitado, porém acabara de acordar, devia ter algum parentesco com a mocinha que feliz chorava o abraçando, seus olhos eram iguais e os cabelos tinham a mesma cor; mesmo ele estando naquele estado, era robusto, bonito, parecia ser simpático. Vendo aquela cena começo a sorrir e a me emocionar, ele estava bem! Enquanto eu estava em súplicas para que melhorasse, ele acorda e olha como está, já me parece forte. Ele olha para a porta e seus olhos se encontra com os meus; outra enfermeira chega e me retira do meio da porta, o tirando de minha vista, ela entra e a outra enfermeira que antes estava comigo novamente me acompanhava.
Essa moça era diferente, ela ficou tão feliz com a notícia daquela jovem que não se impôs a ir vê-lo; enquanto empurrava minha cadeira sorria emocionada, acho que talvez estivesse envolvida com isso, ou era nova no ramo, uma recém formada, ou está em estágio, não sei...
...

Depois daquele dia não mais o ví, mudaram ele de quarto, e dois dias após o acontecido recebi alta.
A minha enfermeira me ajudava a sair do hospital e ir até onde minha assistente me esperava, todos os dias ela tinha ido lá, ver como eu estava, e hoje me levará para casa.
--- Qual dos dois senhores veio te buscar? --- Pergunta a enfermeira empurrando a cadeira de rodas onde eu estava me levando pelos corredores do hospital para a banca de atendimento perto da saída.
Ela disse dois senhores? Me intrigo para saber.
--- De que dois senhores você se refere? Não vi nenhum.
--- Teve um que veio todos os dias, hoje mesmo veio pagar tudo para sua saída, se eu não me engano o nome dele era Sr. Laurent. Nos primeiros dias ele não saia do seu quarto, não soltava sua mão. --- Disse-me sorrindo.
Ela falava do meu pai! Fiquei pasma ao imaginar as cenas que ela descrevia. Ele se preocupou comigo! Ficou comigo! Como eu queria ter ficado acordada para o ver segurando em minha mão, ou ver sua testa franzida de preocupação... Espere um minuto, ela disse dois senhores, tem ainda outra pessoa, eu então a questiono e ela me responde: 
--Senhor Emmet, seu namorado.

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