Capítulo 3

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Exausta e com medo, chego em Angra dos Reis. Olho para minha filha que fica admirada com a vista do hotel que nos hospedamos, as praias, as pessoas andando na rua, é muito bom ver uma criança feliz, ela não tem ideia do motivo que nos trouxe aqui. Quero ir embora dessa cidade o quanto antes, ela só me traz péssimas recordações, aqui eu conheci ótimas pessoas, o Artur, o Miguel e o Lucas mas também conheci péssimas, inclusive de família. Me sento na cama enquanto Isabela olha a janela, teclo o número de Artur, depois do que houve e dele ter me encobertado ficamos muito amigos, eu devo minha vida a ele. O telefone chama e escuto sua voz rouca.

-Raissa? Ele pergunta do outro lado da linha.

-Oi, Artur, tudo bem? Pergunto nada bem.

-Não muito, aqui as coisas estão tensas e você? Pergunta.

-Eu imagino o porquê. Falo.

-É? Artur não entende.

-Eu recebi uma intimação para comparecer a delegacia..

-VOCÊ também recebeu!? Artur se espanta.

-Sim, vocês vão dizer o quê? Pergunto receosa.

-A gente vai fazer uma reunião hoje na casa do Miguel, se você tivesse no Rio..

-Eu estou em Angra. Interrompo. -Cheguei hoje pela manhã. Digo. -Eu posso ir a essa reunião? Pergunto.

-Claro! Ele responde. -A reunião começa as oito horas, viu!? Artur fala.

-Tá bem, beijo. Digo.

-Se cuida. Artur diz e desliga. Me deito na cama, penso em toda merda que fiz para merecer isso, eu sei que fui péssima, matei, roubei e menti. Fecho os olhos por um instante, penso em Isabela, eu sou uma outra pessoa mas sou capaz de tudo por ela, tudo!


20:00 HORAS


NARRADO POR MIGUEL

Me arrumo, saio do quarto e caminho até a sala, escuto a campainha tocar. Abro a porta e cumprimento Tomás e Artur. Os dois se sentam no sofá, Lucas aparece logo em seguida da cozinha, seu semblante é bem tranquilo, acho que só eu que estou com péssimos sentimentos. Fui o único a não receber essa maldita intimação, Tomás também não recebeu. Respiro fundo e caminho até a cozinha em busca de um copo d'água. Abro a geladeira, pego uma jarra de vidro e ponho em cima do balcão.

-Oi, Miguel. Escuto a voz de Artur atrás de mim, me viro e o abraço.

-Desculpa não ter te cumprimentado direito. Falo desfazendo o abraço. -E como você tá? Pergunto enquanto bebo água.

-Eu tô indo. Responde. -Mas você, pelo jeito não parece bem. Artur fala. Pior que ele não está errado.

-É, digamos que depois dessa intimação tem sido difícil. Digo, ponho a jarra com água de volta na geladeira.

-Você precisa ficar bem, Miguel. Ele fala. Devolvo o copo no escorredor de louças.

-Eu só vou quando isso passar. Digo. -Não entendo como o nosso passado sempre volta a tona. Falo. Artur apenas me olha. Ele se aproxima.

-Miguel, aconteça o que acontecer eu estarei sempre aqui por você. Diz e me puxa para um outro abraço.

-Obrigado. Agradeço com voz de choro. Artur sempre tentou me proteger de tudo, eu o admiro demais, apesar dele saber que não o amo, ele sempre esteve por mim. E eu o quero comigo, não como meu namorado ou coisa assim, mas como meu amigo.

MEU GAROTO! Especial (ROMANCE GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora