Error 404 (Taekook/Vkook)

Capítulo 2: Away From Keyboard

Por alguns minutos, achei que estava em um pesadelo e que talvez meu corpo tenha adormecido enquanto jogava, me fazendo misturar as duas situações em um único sonho. Mas aquilo não era um pesadelo e meu cérebro só processou a realidade quando vi funcionários da ambulância saírem da casa do Hoseok com ele em uma maca. Sua mãe ia atrás aos prantos, ela estava desesperada.

Eu corri o mais rápido que pude para os alcançar antes de entrar na ambulância, podia ver os vizinhos chocados e se perguntando o que havia acontecido.

- Hoseok! - parei assim que alcancei a maca, apoiando minhas mãos sobre a grade de ferro para ver seu estado.

Ele estava terrível. Meus olhos arregalaram de imediato ao entender o que havia acontecido. Eu não conseguia ver as pálpebras dos olhos do Hoseok direito, porque estavam queimadas, assim como sua orelha e uma parte da cabeça. Era o lugar onde estava o equipamento do jogo. Mas o que diabos havia acontecido?

- Taehyung. - ouvi a senhora Jung me chamar aos prantos e me virei para ela, sentindo-a me abraçar de imediato.

Eu estava em choque, mas tinha que ser forte porque a mãe do Hoseok estava pior do que eu. Apertei ela com força, afagando suas costas e murmurando para que ficasse calma.

Ela acabou me levando junto consigo para dentro da ambulância. Seguimos até o hospital e lá se passaram intermináveis horas de aflição na espera do resultado. Eu esperava que, por mais que o Hoseok acabasse ficando cego ou tivesse alguma sequela, ele ao menos continuasse vivo. A mãe do Hoseok tremia e não soltava minha mão enquanto estava sentada ao meu lado no sofá da sala de espera. Ela não chorava mais como antes, mas seu olhar estava perdido e eu apenas fazia um carinho em suas mãos.

- Tia Heejin... - ela me encarou ao me ouvir chamá-la, mesmo parecendo abatida. - Onde está o tio Changho?

- Oh, querido... Ele está no centro de Seul neste momento a trabalho. - ela suspirou, parecendo frustrada. - Eu mandei uma mensagem a ele contando o que aconteceu. Tenho certeza de que virá correndo até aqui.

- Sim. Eu também. - sorri reconfortante para ela, que me lançou um sorriso triste.

Eu não sabia no que o pai do Hoseok trabalhava, mas esperava que ele realmente viesse. Hoseok parecia sempre odiá-lo, então sempre evitamos tocar no assunto sobre seu pai. O médico logo chegou na sala de espera, fazendo tanto eu quanto Heejin levantarmos rapidamente.

- Doutor, por favor, diga que meu filho está bem... - ela já ameaçava chorar novamente.

Vi o médico suspirar desamparado. Aquilo não era uma boa notícia.

- Sentimos muito... Tentamos de tudo... - o médico passou as folhas sobre a prancheta para observar algumas coisas antes de nos olhar novamente. - Mas Hoseok sofreu uma morte encefálica. O equipamento que estava ligado ao seu nervo central explodiu e rompeu severamente suas artérias, causando hemorragia.

Meu corpo simplesmente gelou ao ouvir aquela informação. Apenas consegui ouvir o choro alto da Heejin por causa daquilo. Eu não podia acreditar. Hoseok estava morto. Meu melhor amigo estava morto. E para piorar, ele tinha algo a me dizer antes de morrer, mas eu nunca saberia o que era. Uma das minhas mãos foi de encontro ao pingente de YinYang que Hoseok havia me dado como símbolo de amizade no meu aniversário de quinze anos. Ele havia me dado o lado branco enquanto o seu era o preto. Eu, inesperadamente, não senti medo daquele mundo virtual. Meu corpo se encheu de raiva instantaneamente ao invés disso. O que havia acontecido? Uma falha no equipamento? Ele não usou direito? Não. Não era isso. O Hoseok usava o console há mais tempo do que eu. Não tinha como ele ter deixado alguma regra passar porque ele sabia como usar devidamente.