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SIENA

Abro os olhos ao som de risadas no andar de baixo, antecipando que meu irmão e seus amigos estão envolvidos. Com fúria nos olhos, levanto-me da cama, calço minha pantufa e me dirijo à porta do quarto. Ao abri-la, sigo pelo corredor em direção às escadas, descendo cada degrau com determinação.

As risadas cessam, transformando-se em gritos furiosos que ecoam pela casa. Acelero meu passo até a sala, deparando-me com meu irmão e um estranho ao seu lado.

- Cole, o que está acontecendo aqui? - questiono ao adentrar o cômodo.

- Siena, vai para o seu quarto - ordena Cole ao notar minha presença.

- Eu estava lá até ser acordada por você e seu amigo, idiotas- olho nos olhos vermelhos de meu irmão.

- Oque você falou gracinha? - indaga o homem tatuado.

- Não liga para o que ela disse, ela não sabe o que está falando - Cole intervém, levantando-se do sofá.

- Eu sei o que estou falo, Cole. Então, você e seu amigo podem ficar quieto para eu poder dormir? - questiono sonolenta.

- Em vez de ir dormir, que tal eu te ensinar bons modos? - o homem eleva a voz.

- Olha, cara, ela é minha irmã e não tem nada a ver com isso. Deixa ela subir que nós resolvemos - Aiden se coloca à minha frente.

- Eu quero resolver algumas coisas com sua irmã agora. Sai da frente ou vai ter consequências, Lombardi- ameaça.

- Eu te pago o dobro, Dylan - diz Aiden nervoso.

- Sai da frente, Lombardi, agora - ordena o homem, sacando uma arma.

Assim que a arma é apontada para a cabeça de meu irmão, ele se afasta. Minhas mãos tremem, e minha respiração está desregulada. O som dos passos do homem em minha direção ecoa.

- Não fique com medo, boneca. Eu só vou te dar uma pequena lição. Não é legal xingar uma pessoa que você nem conhece direito - o homem toca meu rosto. - Sua língua é bem afiada, será que ela serve para mais alguma coisa? - pergunta, colocando as mãos em minha cintura.

- Desculpa, eu... Eu não queria te insultar. Por favor, não faça nada comigo - falo com voz trêmula e medo.

- Shh, quietinha. Não quero ouvir sua voz - desce a mão.

- Não - tento me afastar, mas ele agarra meu pescoço e me empurra contra a parede.

- Eu já disse que quero te ensinar bons modos. Então, fica quieta - enquanto uma mão está em meu pescoço, a outra desce para a calça do meu pijama.

Ao tentar colocar a mão dentro de minha calça, um disparo ecoa. Ao perceber, o sangue respinga sobre meu pijama, e o homem cai ensanguentado.

Olho para frente, vendo meu pai com uma arma ao lado de meu irmão e minha mãe.

- Mãe- é a única coisa que consigo dizer antes de correr até ela, abraçando-a com lágrimas descendo sobre meu rosto. - Eu estava com muito medo - falo, tentando regular minha respiração.

DOCES MENTIRAS | MAYMAYOnde histórias criam vida. Descubra agora