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SIENA

A boate estava lotada, as luzes piscando em tons vibrantes de roxo, azul e vermelho. O som grave das batidas preenchia o espaço ao meu redor, engolindo qualquer tentativa de conversa que não fosse ao pé do ouvido. Os risos das pessoas, misturados ao clima elétrico, deixavam a noite carregada de adrenalina.

Caminhei em direção ao bar, onde Briana e as outras já estavam reunidas. Assim que me aproximei, ela me recebeu com um sorriso cúmplice, erguendo um copo de vidro que refletia as luzes coloridas.

— Vamos nessa — disse, e antes que eu pudesse responder, o primeiro shot desceu pela minha garganta, queimando o caminho como fogo líquido. Não consegui evitar a careta, mas Briana já ria do meu lado, claramente se divertindo.

— Acho que você precisa de outra rodada — provocou, os olhos brilhando de excitação.

— Vou pedir mais uma para nós — respondeu, sem esperar por minha aprovação, acenando para o garçom.

Ele apareceu rapidamente, e como já conhecia Briana de outras noites, as tequilas não demoraram. Em menos de dez minutos, uma nova rodada estava diante de nós, com fatias de limão e sal para acompanhar.

— Está tentando me embebedar? — brinquei, segurando o copo, embora o calor da bebida já começasse a fazer efeito.

— Só se você for fraca para a bebida. — Briana arqueou uma sobrancelha, um sorriso malicioso curvando seus lábios.

— Nunca duvide da minha capacidade — respondi, desafiadora, enquanto virava o terceiro copo, sentindo o calor subir pelo meu corpo.

Briana riu, claramente satisfeita com minha resposta, e continuamos a brincar e conversar, sempre entre risadas e provocações, virando copos de tequila como se o amanhã não existisse. A essa altura, a música e as luzes já pareciam distantes, como se estivéssemos em uma bolha própria, isoladas em nossa pequena zona de euforia.

Mas após mais uma rodada, senti Briana me puxar pelo braço.

— Vamos para a área VIP, vai ser mais divertido lá.

Eu ri, tentando não tropeçar enquanto me guiava pela multidão. Meus sentidos já estavam um pouco turvos, e a energia do lugar parecia mais intensa a cada segundo. As pessoas dançavam e riam ao nosso redor, mas nós estávamos em nosso próprio mundo, dominadas pela bebida e pela animação crescente.

Como de costume, fomos de encontro com o resto do pessoal que estavam sentados em um sofá grande e arredondado, todos conversando e bebendo

—Todos reunidos, parecemos até uma família feliz-Scarlet fala se sentando em um dos lugares vazios do sofá

— Aceita um?- Colin oferece um cigarro muito semelhante a maconha

—Claro- pego o papel que até então estava enrolado e dou uma tragada soltando a fumaça pelo nariz

— Entendi o conceito de feliz- Liam termina

—Senta aí- Scarlet oferece um lugar ao seu lado que curiosamente é muito perto de Dante

O restante do pessoal continuava conversando, mas algo me fez sentir observada. Levantei o olhar e lá estava ele: Dante. Seus olhos cravados em mim, molhando os lábios enquanto me secava dos pés à cabeça, descaradamente.

— Você nem disfarça que está me olhando. — murmurei, apenas o suficiente para ele ouvir.

— Não preciso. Você já sabe de todas as minhas intenções. — retrucou, a voz baixa e provocante.

Arqueei uma sobrancelha, tentando reprimir o sorriso que ameaçava surgir.

— Já quer começar com as provocações?

DOCES MENTIRAS | MAYMAYOnde histórias criam vida. Descubra agora