Now Banks | Beauany

00 | the lady

Any Gabrielly pov

Desde pequena eu sonhava em ser modelo, passava pela frente das lojas de luxo em Connecticut todos os dias com a minha mãe, Priscila, mas nunca era por passeio.

Ela era faxineira em um dessas lojas e eu não tinha lugar para ficar então a acompanhava todos os dias por 10 horas até ela voltar para casa.

Meu pai sempre foi um homem asqueroso, ele vivia batendo em minha e na minha mãe, por isso ela nunca me deixava sozinha com ele.

5 anos atrás

- Vamos Any, temos que chegar rápido ou eu me atrasar. - Minha mãe falava andando mais rápido.

- Vai dar tempo mãe. - Tentava acalmar ela de alguma forma.

Esse iria ser o seu terceiro atraso por minha culpa, e provável seria demitida por isso.

Dobramos a última esquina ficando a poucos passos de distância da loja, vejo um suspiro tranquilo quando ela olha o relógio e percebe que daria tempo até que nossos passos são interompidos por dois homens enormes que param na nossa frente.

- Boa tarde senhora Soares. - Um deles fala e ela respira ofegante. - Podemos conversar?

- Eu não tenho nada para falar com vocês. - Ela pega minha mão e tenta passar entre eles mas é impedida.

- Temos sim. - Ele responde. - O seu marido esta nós devendo, estamos aqui para cobrar.

- Ele que deve á vocês, eu não tenho nada com isso me deixem passar por favor.

- Mas como a senhora sabe, o Luís é um vagabundo que não tira a bunda do sofá, e como a senhora trabalha...

- Eu não tenho dinheiro agora. - Minha mãe fala cansada e parece aceitar que vai perder o pouco que ganha para eles. - Venham buscar no fim do dia por favor.

- Mas é claro. - Ele sorri fingindo simpatia. - Mas precisamos de uma garantia. - Seus olhos se direcionam para mim.

- Não! - Minha mãe percebe e fica na minha frente. - Deixe minha filha fora disso, eu vou te pagar, eu juro! - Sua voz falhava tentando segurar o choro.

- Pega ela julian. - O homem fala com o outro e aponta para mim.

Em questão de segundos ele a empura para longe e segura forte no meu braço. Eu tento me debater mas minha força era ridiculamente menor que a dele, era como uma barata lutando contra um leão, simplesmente inútil.

- Mãe por favor - Eu gritava loucamente enquanto o homem me levava pra longe.

- Any me desculpa - Ouvia os gritos da minha mãe e pouco a pouco ela saia do meu campo de visão. - EU VOU BUSCAR VOCÊ ANY, EU PROMETO QUE VOU TE BUSCAR!!

Eu não consegui ouvir mais nada. Minhas mãos tremiam e meu corpo esta completamente paralizado de medo de tudo, eu apenas desmaiei.

Acordei em um quarto escuro e notei que minhas mãos estavam amaradas, olhei por todos os lados e não consegui ver nada mas antes de tentar pedir ajuda, a porte se abre.

- É ela. - O mesmo homem que me trouxe fala pra outro que ficava me olhando detalhadamente.

- E eles pagaram? - Ele pergunta sem desviar seu olhar de mim.