Uma confeiteira crosfiteira

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Sem revisão.

Júlia sentiu algo pesado sob sua cintura farta, apesar de sonolenta e um pouco dolorida, sua bixiga apertada a despertou do sono. Demorou alguns instantes para sintonizar tudo o que tinha acontecido na noite passada e não pôde deixar de sorrir ao relembrar todas as deliciosas maneiras que seu corpo foi tocado e todo o prazer que sentiu, como nunca antes tinha acontecido. O responsável por tal feito estava dormindo tranquilamente agarrado a ela. Não pôde deixar de notar como era bonito, o tom da sua pele lhe lembrava o chocolate preto, o seu doce preferido.

Sorriu ao pensar em como seria delicioso provar aquele corpo másculo coberto por chocolate. Um fetiche que não sabia possuir até aquele momento, na verdade. Ele despertava esse lado dela que não sabia que existia. Durante a noite, enquanto estavam tomados pelo desejo, não deixou que a vergonha ou qualquer outro pensamento negativo entrasse em sua mente. Se deixou conduzir naquela sensualidade natural que João Miguel transmitia e ele cumpriu exatamente tudo o que lhe tinha prometido anteriormente. Tinha perdido a conta de quantas vezes transaram durante a madrugada, parecia que quanto mais tinham um do outro, mas necessidade criavam de possuir mais e mais daquele prazer carnal. Hora de um jeito mais intenso, hora de forma mais gentil e lenta, hora demorando nas descobertas dos pontos de prazer dos seus corpos.

Sentiu as bochechas esquentarem quando lembrou de tê-lo entre suas pernas, chupando a sua boceta. Era um homem intenso e que sabia dar prazer a uma mulher. Confessou que imaginou comendo a sua boceta desde que a viu dançando no bar e que não poderia resistir aquela vontade. Torturou-a com a boca gulosa e a língua experiente, levando-a ao ápice do prazer.

Aquela foi uma noite realmente inesquecível, mas sabia que logo chegaria o momento constrangedor que envolvia o sexo casual. Não queria pensar como seria quando ele acordasse e começasse todo aquele discurso clichê que seguem esses momentos casuais. Por isso, tirou cuidadosamente o braço forte que a envolvia e pulou da cama no exato momento que o relógio marcava 06h:00min da manhã de um domingo caloroso. Seguiu para o banheiro que ficava no quarto e não pôde deixar de lembrar como fizeram sexo ali, como ele a tinha fodido contra a parede do boxe.

Sacudiu a cabeça para recobrar a razão e deu um jeito no seu cabelo. Fez uma rápida higiene e vestiu a roupa da noite anterior. Quando voltou ao quarto, não deixou de dar mais uma espiada naquele homem, seria uma pena não se encontrarem novamente, mas sabia que seria embaraçoso demais para si. Foi uma loucura de uma noite só, algo que guardaria carinhosamente em sua memória.

Escreveu um breve bilhete de despedida e saiu do apartamento apressadamente. Quando chegou em casa algum tempo depois, aproveitou para descansar mais um pouco antes do tradicional almoço de família no domingo.

Se pegou sorrindo ao pensar nele.

Ao pensar no quase desconhecido João Miguel.

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As duas semanas que seguiram aquela noite memorável foram dedicadas para atender as encomendas que chegaram a confeitaria, o que ajudou Júlia a manter a mente ocupada e não pensar em um certo homem que tinha marcado o seu corpo como brasa quente. Estava determinada a seguir sua vida como se aquele episódio fosse algo corriqueiro, mas quando estava sozinha em sua cama as lembranças do seu toque intenso voltavam a sua mente, obrigando-a a se tocar imaginando ele.

Suspirou mais uma vez naquela tarde de segunda-feira. Como parte da sua nova rotina, tinha decidido praticar alguma atividade física como foi recomendada por seu médico, mas até o momento não tinha encontrado algo que a motivasse. Definitivamente, academia não era algo que combinava com sua personalidade, gostava de algo mais dinâmico e divertido e foi por isso que aceitou a sugestão do personal em fazer uma aula experimental em um conhecido boxe de crossfit da região.

Chegou um pouco antes das 19h:00min e encontrou o lugar bem movimentado. O ambiente era bem expressivo e tinha gente de diversas idades treinando. A música embalava as atividades e as pessoas pareciam concentradas nos movimentos executados. Era um lugar estranhamente acolhedor, pensou enquanto se encaminhava para a recepção.

_ Boa noite, eu sou Júlia Maria e tenho uma aula experimental agendada para esse horário. _ falei para a recepcionista.

_ Seja muito bem-vinda Júlia, o treino da próxima turma já vai começar. Você pode se juntar ao pessoal e esperamos que venha fazer parte dessa família. _ respondeu de maneira simpática.

Enquanto se juntava a um grupo de mais ou menos quinze pessoas, não pôde deixar de pensar que nunca antes teria se imaginado em um lugar como aquele. Confessava que sempre acreditou que esse povo fitness fosse metido e superficial demais. Era um pensamento preconceituoso, tinha que admitir, mas não conseguia evitar imaginar o julgamento desses "saradões" sobre seu corpo fora dos padrões.

Foi tirada dos seus pensamentos com a saudação do coach a turma. Logo foi formado um círculo e os novatos foram apresentados ao pessoal, incluindo mais duas mulheres além dela. A maioria das pessoas foram simpáticas e logo o treino começou.

O Rafael, vulgo coach, fez questão de explicar detalhadamente o treino para quem estava iniciando. Passou as devidas adaptações para os exercícios propostos e acompanhou de perto a execução. Era um homem muito bonito, alto, negro, com o porte atlético e com um sorriso simpático no rosto. A turma parecia interagir bem com ele e o treino seguiu dinamicamente.

A medida que fazia os movimentos, sentia que o meu corpo estaria totalmente dolorido no dia seguinte. Entre um agachamento e outro, não deixava de se perguntar se aquela tortura valia realmente a pena. Um exagero pra lá de dramático, mas não podia resistir.

A aula durou cerca de uma hora e quando acabou não sentia mais as pernas lhe obedecerem. A respiração acelerada estava se acalmando aos poucos e sentia aquela explosão de endorfina se espalhar por seu corpo. O suor era uma evidência concreta de todo o esforço que foi submetida, um lembrete do potencial que seu corpo possuía.

_ Como está se sentindo, Júlia Maria? _ perguntou Rafael ao se aproximar dela. _ espero que tenha gostado do nosso treino. _ completou enquanto observava ela tomar água.

_ Acho que não vou conseguir sentir minhas pernas amanhã, _ respondi sincera, arrancando um sorriso seu. _ mas eu gostei sim e vou fazer a minha matrícula. _ tinha realmente gostado da dinâmica do treino e do ambiente. Estava determinada a dar uma oportunidade aquela nova experiência.

_ Fico muito feliz que tenha decidido se juntar ao nosso time, Júlia. Tenho certeza que vai acabar se apaixonando pelo crossfit. _ falou enquanto me acompanhava até a saída do boxe. _ nos vemos no próxima treino, tenha uma boa noite Júlia Maria.

Nos despedimos cordialmente e segui para o estacionamento. No caminho para casa me peguei sorrindo satisfeita da minha decisão. Tinha uma boa sensação sobre isso.

 DOCE SEGUNDA-FEIRAOnde histórias criam vida. Descubra agora