Grandma loves Grisham / •GG•

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Rio disse que o pessoal de cima, os chefões, estavam nos esperando. Fiquei morrendo de medo, eles parecem ser mais sinistros que Rio, e agora com o Serviço secreto no meu pescoço e essa escuta em meu corpo... estou apavorada.

Acho que cheguei cedo, fiquei alguns segundos respirando e me dando coragem para entrar sem surtar por essa porta.

-Oi, nah.-Escutei aquele voz tão familiar que chega a dar medo. Rio.
Me viro e olho para ele. O cara que já me ameaçou umas mil vezes. Ontem eu fiquei pelada na sua frente, mas ele não fez nada.
Nada. Nadinha. Não me tocou. Não sei o porquê, mas sinto tanto medo que chega a ser divertido. Por exemplo, quando estamos em uma montanha russa, você só pode sair quando acabar, certo? Você pode se arrepender na hora, mas quando acaba pede mais. Então, com ele é a mesma coisa.

Olhei para o redor, ele veio à pé? Seu carro lindo e tenebroso não está aqui.

-Humf.- inspirei.

O mesmo estava vestindo uma camisa azul escuro e de botão. Sua calça é preta. Sua barba está raspada corretamente. Seu tênis  preto e branco está lá também.
Porque está tão arrumado?

Entramos pela garagem.

-Precisa me revistar?-

-Não, confio em você.-

Confia?

-ah...- Olho para frente, não vejo armas, caras ou pessoas horrorosas. Só pessoas sorrindo, crianças e uma idosa arrumando uma mesa recheada de comida.
Rio se aproxima da idosa, e a mesma o beija no rosto.
-Oi vó.- Ele diz.

Vó?
Ah não, isso é um jantar em família.

-Essa é a minha chefe.- Ele diz sorrindo e olhando para mim. Seu sorriso de dentes certinhos e limpos.
Ele está muito tranquilo, é estranho ver ele tão... vulnerável. Parece que ele está dormindo, ou chorando. Uma coisa pessoal demais. Pessoal demais para pessoas que se odeiam. Odeiam... odeiam?

Rio se aproximou, e quando ele pretendia pegar na minha mão eu me afasto.

-Que merda é essa?-

-Hum, foi mal.- O sorriso no seu rosto se tornou uma linha fina.

-Tô falando disso.- Disse me referindo a isso, um jantar em família.

- Eu queria te apresentar a minha família.- Ele disse sem gaguejar. Sua postura estava exemplar. Suas mãos atrás das costas como sempre, e o sorriso também.

-Por quê?-

-Por quê?- Rio pega na minha mão, e me leva para dentro da casa. - Vou mostrar para ela o banheiro !- Ele disse e sua avó assentiu. -Nos conhecemos a quanto tempo? Dois anos? Nesse meio tempo, já conheci toda a sua família. Sei quem é a sua irmã, seu marido idiota, seus filhos. Até passei com o seu cachorro. Somos sócios. Temos uma relação complicada, mas temos. Você pode até ficar mentindo para si mesma, falando que ainda ama ele. Mas a Elizabeth que eu conheço, gosta de armas, de transar em banheiros de bares, gosta de sentir medo. Essa é você. Não uma simples dona de casa. Então por isso, por isso eu te trouxe aqui.- O mesmo piscou, e se virou. Abriu a porta e saiu.

Caralho, ele largou a bomba e foi embora.

Respirei por alguns minutos, e saí para a varanda.
Me sentei à mesa, ao lado de Rio que estava quieto. Quieto demais. Acho que isso que ele 'sente' por mim está fazendo mal a ele. Ele não deveria gostar de mim. Mas acho que nós não podemos controlar essas coisas.
Não podemos mesmo, disse para mim mesma.

-Isso é o suficiente, obrigada.- Disse assim que a avó de Rio me serviu.

-Como você conheceu o meu tio?- Um dos sobrinhos do Rio disse. Marcus estava ao seu lado. Ainda não acredito que ele tem um filho, e olha que já tem muito tempo que ele " contou".

 One shots Brio Onde histórias criam vida. Descubra agora