A treta dos novos vizinhos

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Só um aviso antes de começar.

Nessa história a Amanda e o Samuel são brasileiros (como se nas outras eles não fossem) mas ela se passa nos EUA e lá o pessoal fala inglês (avá) e consequentemente os dois também falam, mas terão algumas partes em que os dois vão falar em português e essas frases ou palavras irão estar escritas em itálico (que é quando as letras estão assim, para quem não sabe) para não confundir vocês, essas frases onde eles falam em português vão ser maioria a amanda xingando o pessoal pra que eles não saibam que estão sendo xingados ou para os dois se comunicarem sem o resto entender o que tá rolando, enfim, resumindo, se as letras estiverem em itálico é porque eles estão falando português e o resto do pessoal nem vai entender o que eles estão falando.

É isto.

***

[Amanda]

Abri a porta de casa, dando de cara com uma assombração parada estaticamente sentada de frente para a TV. Era a porra do meu irmão vidrado no videogame, nem deve ter notado que eu cheguei.

— Demônio.

— A mãe tá dormindo. — Ele respondeu sem tirar os olhos da televisão, já sabendo qual seria a minha pergunta.

— Certo… — O encarei, caminhando até a escada que levava para o segundo andar. — Vê se sai da frente dessa TV antes que ela acorde ou vai levar um xingão por chegar da escola e já se enfiar aí, sem nem mudar de roupa.

— Tá, tá. — Fez um gesto com a mão.

Suspirei, começando a subir as escadas.

Como aquela coisa era meu irmão? Tá certo que ele é muito inteligente pra uma criança da idade dele, mas só usa essa inteligência pra se gabar, porque é um verdadeiro inútil.

Entrei no quarto, jogando a mochila em um canto e me jogando na cama. Eu só queria me lembrar do sonho que tive mais cedo, quando estava voltando pra casa, parecia ser algo importante, mas eu não consigo me lembrar de jeito algum.

— Que merda! — Gritei com a cara enfiada no travesseiro. — Culpa do Samuel, aquele arrombado, que me acordou no meio do sonho.

Rolei mais um pouco na cama, vendo que era totalmente inútil, resolvi levantar, já que provavelmente minha mãe já havia acordado e eu queria passar um pouco de tempo com ela, já que era difícil ela vir pra casa e quando vinha usava o tempo para repor o sono.

Fui levantar, mas meu pé enroscou no carregador no notebook que estava em cima da cama, fazendo com que eu me desequilibrasse e fosse direto dar um abraço no chão duro. Culpa minha, ninguém manda deixar as coisas jogadas por aí. Otária.

— Mas que merda.

— Amanda, a mãe tá te chamando… — Ouvi uma voz dizer. Olhei pra cima, vendo meu irmão parado na porta, me encarando. — Nem a tua cama te aguentou e te jogou fora? — Riu.

— Vai pro caralho. — Falei enquanto levantava e desenrolava meu pé. — Tá fazendo o que aqui ainda? — Briguei.

— Grossa, dinossaura. — Resmungou, saindo logo em seguida.

Tenho que aturar esse demônio pessoal por dez anos e ele ainda acha que tem o direito de ficar reclamando.

Finalmente levantei, saindo do quarto e descendo as escadas, logo vendo minha mãe parada na frente da janela, meu irmão do lado. Os dois pareciam olhar alguma coisa.

— Será que finalmente venderam essa coisa? — Minha mãe falou.

— Acho que não, quem iria comprar essa casa esquisita e mal assombrada? — A criança esquizofrênica respondeu.

O clichê do vampiro | Side storyOnde histórias criam vida. Descubra agora