Capítulo 5

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Entrei em meu quarto e na minha humilde cama um homem que nem sequer cabia direito ali.

Seus olhos vermelhos, maxilar trincado, ele tentava em vão se acalmar, eu via fúria em seu olhar.

Sevar: O que fazia com ele?

- Rei, eu...

Sevar: Já lhe disse meu nome Caterina.

- Não acredito que seja apropriado meu rei.

Sevar: Por acaso o chama por guarda ou usa o nome?

- O chamo de senhor, pois fui muito bem educada, não entendo o porque de tamanha grosseria no tom de voz, não tens o costume de me tratar de tal modo.

Sevar: Não entende? Vou a sua procura e não lhe encontro, quando a acho está com outro acariciando seu rosto, acha que não tenho motivos para estar desse jeito ?

- Sei que toda noite que vem me ver volta para os braços de sua esposa ou de uma das mil concubinas e mesmo assim não fui grosseria com o senhor, não,  o senhor não tem motivos para me tratar assim, o que faz comigo é cem vezes pior e ainda lhe estampo meu melhor sorriso ao te ver chegar.

Sevar: Talvez porque você não sinta o que eu sinto, eu tenho vontade de arrancar cada membro do corpo dele, de por fogo em sua mão por se atrever a tocar o rosto de uma mulher que não lhe pertence.

- Não venha dizer que meus sentimentos são menores ou irreais, nem fale coisas que não são verdadeiras, o senhor me deixou, não o contrário.

Sevar: Eu ainda sou o Rei desse país.

- E eu ainda sou a moradora desse quarto,  a cozinheira desse Palácio e nada em comparação com você.

Sevar: Você é o que eu quero,  não lhe basta?

- Sou o que o senhor não poderá ter, estou cansada, poderia me dar licença?

Sevar: Faz dias que não durmo pensando em você.

- Faz dias que eu desço a sua procura, não é o único sofrendo.

Sevar: Então não me mande embora, vamos aproveitar desse momento.

- Eu preferia que o senhor não tivesse voltado.

Sevar: Não me machuque dessa maneira.

- O que sentimos não é correto e nem possível,  pelo menos a distância eu consigo sobreviver.

Sevar: Pois eu vou morrer, tenho certeza que vou morrer, não durmo, não como, não tenho ânimo sem você, não faça isso comigo.

- Sinto muito meu Rei.

Sevar: Eu sempre serei seu.

- Deixe me meu Rei, preciso descansar.

Sevar: Permita que eu fique até pegar no sono, prometo não lhe tocar, só deixe que eu ouça sua respiração tranquila.

- Não seria correto.

Sevar: Não finja que não dormiu em meus braços noites atrás.

- Não entreguei minha pureza ao senhor, apenas deitei-me sobre seu corpo.

Sevar: Faça novamente.

- Não.

Sevar: Então me deixe te olhar.

- Como desejar.

Esse castelo ainda é dele, ele ainda é o rei, então deixei, sua presença ali não retirou meu sono e eu pude dormir tranquila, acordei às 05 como de costume e o vi deitado no pé da minha cama adormecido.

A cozinheira do reiOnde histórias criam vida. Descubra agora