A Surpresa Noturna

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Não há uma criatura que já não tenha sofrido de desilusão, dor de corno mesmo!

E eu, Esther Bitencourt, não poderia fugir à regra. Namorei por dois anos uma ruivinha de tirar o fôlego! Monique era a minha princesinha. Princesinha mesmo, tinha dezenove anos quando a conheci e eu já com os meus trinta e cinco anos.

 Princesinha mesmo, tinha dezenove anos quando a conheci e eu já com os meus trinta e cinco anos

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Sei o que vocês devem estar pensando: "papa anjo"!

Sou meio moleca, dentro desta minha aparência e trejeitos mais masculinos. Possuo cabelos bem curtinhos, me visto sempre com uma calça jeans e com uma camisa, algumas vezes ela possui estampa xadrez, de listras ou até mesmo com micro figuras; nos pés, sempre estou com meu tênis converse preto ou branco.

Já sei também o que vão dizer: "Esse estilo não combina nada"!

Tô nem aí! Me visto como gosto.

E por falar em gostar, adoro tomar meu sorvetinho ao final da tarde no parque da cidade, olhando os skatistas fazendo manobras na pista.

Fico ali por um bom tempo, sentada no chão mesmo. Passo a língua aqui, passo a língua ali.

(Estou falando do sorvete, gente! Sem pensamentos impuros!)

Não tiro os olhos da pista. De repente, surge a garota mais linda que eu já havia visto por ali, seus cabelos resplandeciam a luz do Sol ao final daquela tarde. Fiquei maravilhada com aquele anjo ruivo, que deslizava suavemente naquela pista, como se voasse.

Parei de lamber meu sorvete e nem sentia que o danado estava escorrendo por entre meus dedos. Eu só queria olhar praquela coisa mais linda que.... caiu. Ela caiu!

Joguei o sorvete e fui correndo acudir aquela princesa.

Horas depois, ela estava no meu apartamento, e eu agora lambia outra coisa, se é que me faço clara!

Bom, foi assim que conheci a minha ninfetinha Monique. Ficamos juntas por dois anos até fazermos aquele famoso acordo formal em que, ela entra com o pé e eu com a minha bundinha redonda.

A minha ninfetinha trocou a balzaquiana aqui por uma sapata de cinquenta e poucos anos, que mora numa cobertura na zona sul.

Entrei numa deprê, afinal a minha "Ninfa Bebê" me faz muita falta!

Trabalho em uma corretora de seguros, não ganho muito, mas como sou sozinha acabei economizando uns trocados ao longo desses últimos três anos. Como já tinha férias vencidas na corretora, pedi ao chefe e resolvi viajar para tentar curar essa minha ressaca de pé na bunda.

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Escolhi o Nordeste. Não seria nenhum Resort o meu local de hospedagem, mas pelo menos eu conheceria um lugar incrível e, quem sabe, caía nas graças de uma baiana que me consolaria.

Desembarquei em Salvador e a pensão era um sonho! Bem simples, mas tranquila e aconchegante; o quarto possuía uma varanda com uma rede pendurada, dessas branquinhas, dali descia uma pequena escada e "voilá", eu estaria na praia, com os meus pezinhos na areia!

CalienteOnde histórias criam vida. Descubra agora