E agora, Marília?

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Depois de tudo perdido, a nossa sensatez, a nossa convicção, as nossas células...Vou me recobrando do êxtase, deitada sobre as costas nuas de Marília, totalmente coberta com gotículas de suor, minhas mãos segurando em seus quadris. Vou sentindo nossas respirações no mesmo compasso, se acalmando gradativamente.

Marília ajeita seu vestido, enquanto eu me afasto, ainda sem jeito pelo que acabou de acontecer entre a gente

—O que foi isso, Esther?

—Até onde eu me recorde, deram o nome de "sexo".

—Estou falando sério! Nós não poderíamos ter perdido o controle! Meu Deus! Na mesa de trabalho... a mesa que será do Júlio! – Marília tenta, com dificuldade, fechar o zíper do seu vestido.

—Deixa que eu fecho para você! – Me aproximo e deslizo o fecho. – Acho que o "Barbudo" jamais vai imaginar que você gozou deitada em sua mesa e, ainda, sem a participação dele!

—Não brinque com uma coisa dessas! Isso que fizemos é muito grave! Você não deveria ter me beijado!

—Opa! Opa! Espere aí, cara pálida! Eu estava quietinha na minha mesa, só vim me despedir e, pelo que eu me recorde, foi você quem veio em minha direção e mordeu deliciosamente a minha boca!

—Não é justo com o Júlio, Esther!

—Talvez não, Marília! Mas eu creio que não é justo conosco também! Essa marca que deixou na mesa dele, não veio de uma caneta marca textos!

Aponto para o local onde Marília se esfregou enquanto eu a comia.

—Que loucura, Esther! Estamos erradas! Ai, Meu Deus! Eu devo ter enlouquecido!

—Quanto a isso, eu vou ter que concordar. Você estava louquinha mesmo sobre a mesa do Barb..., digo, do Júlio!

—Pare de dizer isso!

—Ok. – Ergo minhas mãos, me desculpando.

—Eu não sei que tipo de poder você tem sobre mim, eu perco o meu juízo quando estou perto de você!

Me aproximo, envolvendo sua cintura entre meus braços. Chego bem próximo de seu rosto, Marília me observa com seus olhos assustados.

—O que temos é uma química maravilhosa! Perfeita!

—Esther, ...

—Shhh – coloco o dedo sobre seus lábios – e a beijo.

Marília se entrega ao beijo, envolvendo meu corpo, enquanto eu entrelaço minhas mãos por seus cabelos. Nossos lábios se degustam lentamente. Esquecemos quem somos e onde estamos.

Quando o beijo cessa, olhamo-nos apaixonadamente.

—Sabe que entre a gente é bem mais que tesão. Não sabe?

Marília baixa os olhos e assente.

—Fica comigo!

—Eu não posso! Sinto muito, Esther!

Marília sai dos meus braços, vai em direção a cadeira, pega sua bolsa. Eu apenas a observo.

Antes de sair da sala, ela me dirige um olhar triste e se vai.

Ô mulher para estilhaçar meu coração essa Marília!

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Marília

Estou tão compenetrada na planilha que tenho que fazer para entregar ao Júlio sobre os dados da Corretora, que nem percebo Esther parada na porta da minha sala. Escuto suas batidas, ergo meus olhos e ali está ela, com aquele sorriso sexy, meio de lado, que eu tanto amo!

CalienteOnde histórias criam vida. Descubra agora