Capítulo 6

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No primeiro momento eu não tive reação, mas logo depois meu corpo traidor fez com que minha boca se abrisse e desse espaço para a língua de Draco. Os lábios dele eram suaves e tinham gosto de champanhe. Ele segurou meu rosto com delicadeza, movendo os lábios nos meus e me fazendo suspirar enquanto o mundo ao nosso redor parecia sumir.

Ele definitivamente era muito bom naquilo, o beijo dele era como tocar um pedaço do céu e ao mesmo tempo do inferno. Com um ultimo selinho, ele se afastou mas continuou segurando meu rosto e encarando meus olhos. Eu nem lembrava mais a porra do meu nome aquela altura. E me odiava por isso.

-- Você vai me bater agora, não vai?

Ele riu e eu revirei os olhos, rindo junto com ele em seguida.

-- Não pegaria bem eu te bater depois de me beijar, afinal, como você fez questão de frisar a noite toda, somos um casal, mas se estivéssemos a sós...

-- Se estivéssemos a sós, você já estaria nua, acredite.

Pigarreei desconfortável, olhando ao redor discretamente e notando alguns olhares para nós.

— Você precisa parar com isso, é sério. Eu não vou pra cama com você.

Falei, continuando a dançar no ritmo da música.

— Por que você quer que eu pare? Tem medo de não conseguir resistir?

Ele falou com a sobrancelha arqueada e eu o fuzilei com o olhar. Mas a verdade era exatamente essa. Draco era um homem bonito e eu estava sem sexo á meses. Isso tudo, misturado ao champanhe estava fazendo uma confusão na minha cabeça e toda aquela convicção que eu tinha de não transar com ele, estava quase caindo por terra.

Me afastei quando a música parou e saí da pista de dança, dando um sorriso sem graça pra ele e indo sentar na mesa com os outros convidados, no caminho, peguei um copo com whisky e virei todo o gole de uma vez na garganta, sentindo queimar tudo por dentro. Draco sentou ao meu lado segundos depois e colocou o braço ao redor dos meus ombros. O toque dele era macio e acariciava meu braço sem perceber, enquanto ele conversa com um homem de meia idade que estava á nossa frente.

Durante o resto da noite, eu tentei fingir que estava tudo bem e que o toque dele não estava me afetando. Ainda bebi várias taças de champanhe e algumas doses de whisky enquanto conversávamos com as pessoas e ele me provocava com frases de duplo sentido. Minha cabeça já girava lentamente quando me levantei e avisei para ninguém em especial.

-- Quero ir embora.

Saí em direção aos noivos com Draco vindo logo atrás de mim. Pigarreei quando me aproximei, recebendo a atenção de Ronald e de Pansy.

-- Eu gostaria de agradecer o convite e dizer que estava tudo lindo, meus parabéns pelo casamento, mas temos que ir.

Falei para os dois que apenas sorriram em agradecimento e lamentaram estarmos indo embora tão cedo. Ronald apertou a mão de Draco com um pouco mais de força do que a educação exigia e nos desejou uma boa noite. Saímos dali e caminhamos em silêncio até onde o carro estava estacionado. Dentro do carro, Draco ligou o som e uma música sugestiva começou a soar. Dei uma risadinha nervosa e o olhei de lado.

-- Não há nada menos... sexual pra você ouvir?

Draco deu uma risada, e aquele som rouco misturado a batida da música, me fizeram engolir em seco, nervosa. Eu ainda podia sentir as mãos dele na minha cintura e os lábios macios que me beijaram a poucas horas atrás.

-- Menos sexual? E o que você sugere?

Dei de ombros, passando algumas faixas e tentando esconder o quanto meu estômago estava revirado.

The Fake Love / DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora