Capítulo 13

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— Boa noite, crianças.

Draco disse, com um sorriso irritado o rosto e os ombros tensos. Victor o encarou, depois me olhou com as sobrancelhas arqueadas como em uma interrogativa silenciosa. Ele se aproximou, olhando para as mãos de Victor ainda em mim.

— Não vai me apresentar seu amigo?

Pigarreei, sorrindo desconcertada.

— Claro. Draco, este é Victor Krum, um amigo da época de faculdade. Victor, este é Draco Malfoy, meu vizinho.

Draco estendeu a mão e Victor a apertou. Por trinta segundos inteiros os dois se encaram com as sobrancelhas franzidas e as mãos juntas. Foi bizarro e ridículo. Fiz um som de tosse disfarçada e então eles se soltaram, me encarando em seguida.

— Suponho que vocês estavam ocupados?

Victor deu um risadinha, levantando a sobrancelha para encarar Draco.

— E gostaríamos de continuar, se você nos dá licença.

Victor apertou minha cintura, colando mais nossos corpos. Mas que merda era aquela? Draco riu também, mas a falsidade daquele ato emanava do corpo dele.

— Não esqueça de ligar o aquecedor, você sabe como seus pés são gelados pela madrugada, babe.

Ele disse casualmente. Eu o encarei com os olhos arregalados.

— Como ele sabe disso?

Victor perguntou me olhando. Dei de ombros, fazendo cara de inocente.

— B-Bom... e-eu... n-não...

Gaguejei, fazendo Draco rir baixinho. Eu juro que estava prestes a cometer um homicídio.

— Oh, ela não te contou? A gente dorme junto ás vezes. E eu devo dizer que ela manda muito bem nisso.

Victor arqueou as sobrancelhas e eu grunhi de frustração, fechando os olhos e apertando a ponte do nariz com os dedos.

— E eu devo lhe dizer que sei bem os dotes de Hermione na cama, visto que eu já fui namorado dela. Então, tenho algum crédito nisso.

— Ah, outro ex? Isso só melhora. Por acaso você não vai se casar, vai? Eu adoraria ir em outro casamento.

Draco disse em um tom debochado e ali foi o ápice pra mim. Bufei, revirando os olhos.

— Já chega vocês dois! Eu não preciso que minhas experiências sexuais sejam debatidas por dois idiotas como vocês. Tenham a decência de respeitar minha presença. Que inferno!

Peguei minhas chaves e abri a porta. Parei na soleira e olhei pra Victor, depois pra Draco, grunhindo de frustração. Será que eu não tinha um dia de paz, caralho?

— Pois muito bem, essa é a minha deixa. Aproveitem a noite. Aliás, a minha também só está começando. Se é que vocês me entendem.

Draco piscou pra Victor e caminhou até os elevadores. Meu estômago revirou com aquela insinuação. Será que ele ia se encontrar com alguém? Mas aquilo não era da minha conta. Draco era solteiro. Ele podia fazer o que quisesse da vida.

Mas mesmo pensar assim não tirou o frio que se instalou ao imaginar ele com outra pessoa. Que grande idiota eu era. Victor então pigarreou, me fazendo voltar a realidade.

— Vai me convidar pra entrar?

Ele disse com um sorriso gentil quando Draco sumiu pelo elevador. Eu poderia chamá-lo pra entrar, tomar um vinho e depois fazermos um sexo bom. Talvez amanhã ele me ligasse e me chamasse pra sair de novo. Com sorte, em três semana estaríamos namorando.

The Fake Love / DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora