Tu e somente tu, amor;

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Abro as janelas e sinto a brisa fria da manhã em minha pele. Debruço-me no batente, as cortinas se agitam e o cheiro de terra molhada nubla o aroma de chuva. Fecho os olhos e respiro fundo, absorvendo calma e lucidez. Inconscientemente, escuto a tua voz.

Há doçura nos teus gestos tímidos e zelo para mim em tuas ações;

Há graça no teu sorriso e profundidade nos teus olhos: há melancolia revestida de um belo verde-caramelado;

Há uma melodia implícita na tua respiração, tão hipnotizante e intrigante quanto as batidas do teu coração. Ainda consigo ouvi-las, como se tu estivesse aqui comigo;

Entre tantas, atentei-me à tua sinestesia. A tua e, unicamente, à tua. Escutei-te pois me atraiu, como um chamado, o qual apenas eu fui capaz de escutar. Singelo e doce, firme e vibrante. Senti e provei, Vi;

Sorrio, a brisa aos poucos me abandona. As cortinas já não se agitam mais e já não sinto cheiro algum, se não o do café que acaba de ser preparado. Abro os olhos e observo as nuvens se moverem, iluminadas pelo sol que aos poucos irradia minhas íris. Meu castanho cintila dourado;

A tua e, unicamente, à ti;

Tu e somente tu, amor.

𝐻𝑜𝑚𝑒𝑜𝑝𝑎𝑡𝑖𝑐𝑜𝑠 - Compilado de textos autoraisOnde histórias criam vida. Descubra agora