Capítulo 12

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— Dá pra acreditar, vó? – Falou com um sorriso radiante.

Rosé não conseguia para de pensar na noite anterior.

— Mas você ainda não sabia que ele te amava? – A senhora tecia seu croché enquanto balançava serenamente em sua cadeira de balança. — Quero dizer, sei que o rapaz tem problemas em demostrar seus sentimentos, mas achei que você já soubesse que ele te amava.

— Sim mas... eu não sei. Eu tinha minhas dúvidas exatamente por ele ter problemas em demonstrar. Fica muito difícil saber ao certo o que uma pessoa sente por você se não demonstrar ou lhe dizer como se sente.

Charlotte assentiu em concordância.

— E você, o que sente? O ama? – Olhou para Rosé por cima dos óculos de grau.

— Estamos juntos há um ano e agora ele me resulta tão surpreendente, tão divertido, espontâneo, diz as coisas com intensidade... Quando eu o beijei ontem à noite foi diferente. – Franziu o cenho aos poucos, lembrando-se de seus olhos. — Não sei explicar. Foi como se fosse a primeira vez. Como se fosse um novo Bambam. Mais romântico e dizendo que me amava pela primeira vez...

— Você não respondeu minha pergunta. – Charlotte deu sorriso singelo e Rosé sorriu tão lindamente que o sorriso chegou aos olhos.

— Se alguém me fizesse essa pergunta há duas semanas atrás, eu não saberia responder. Mas agora... – Pausou em sua fala, sorrindo e se lembrando dos momentos. — Sim. Com toda certeza sim... Eu o amo! Como nunca antes.

(...)

Lisa passou a noite toda revirando em sua cama sem conseguir dormir. Não conseguia tirar aquele beijo de sua cabeça. As imagens dos beijos se repetiam várias e várias vezes em sua mente como um filme insistente ou um disco arranhado. E por incrível que pareça, ainda podia sentir o gosto da boca de Rosé, e, durante à noite, por muito tempo passava levemente os dedos no local acariciando os próprios lábios. Desistiu de tentar pegar no sono, sabia que era uma missão impossível. Passou a madrugada em claro sem conseguir fazer outra coisa a não ser pensar em Rosé, e de como beijá-la era coisa mais gostosa do mundo...

A manhã veio e ela logo partiu pro banho. O maior motivo dela querer ir à escola hoje era só para poder ver aquela neozelandesa linda que em menos de um mês virou seu mundo de ponta cabeça.
Seus olhos passaram pelos corredores da escola procurando pela garota que a atormentavam até em seus sonhos. Não a encontrou.

Foi em busca de seu armário mas viu uma cena completamente estranha e surpreendente. Minatozaki Sana, uma das líderes de torcida e amiga de Rosé, conversava com a pessoa menos improvável daquela escola. Ela segurava as mãos de ninguém menos que Son Chaeyoung, e as alisava. Mas também havia uma outra pessoa, Myoui Mina estava olhando diretamente para Sana com uma expressão irritada. Sana parecia se desculpar com Chaeyoung. A morena era um pouco menor que Sana. Lisa não entendia o que elas estavam conversando, por causa da distância.
Chaeyoung apenas assentiu com a cabeça com um sorriso leve, parecia aliviada. Sana soltou suas mãos, saindo de perto delas.

A próxima coisa que veio fez a maioria das pessoas, que assistiam a cena, arregalarem os olhos: A morena dos traços coreanos, que continuava calada, descruzou os braços para logo segurar o rostinho pequeno da loira à sua frente. Sua expressão logo se suavizou diante de Chaeyoung que também sorria. E sorrindo, aproximou-se beijando a loira para logo abraça-la com firmeza sendo retribuída da mesma forma.

De longe podia-se ver o garoto que Lisa passou a odiar, Mark. O garoto tinha machucados pelo rosto e braços, também mancava. Ele assistia tudo aquilo transtornado. A morena, que estava com Chaeyoung, o viu e enxergou vermelho. Ele logo tentou sair de lá, mas a garota o encurralou entre os armários. Agarrou sua camisa e disse algo bem baixo só para que ele pudesse ouvir. O rapaz assentiu com a cabeça rapidamente grunhindo ainda dolorido, mas parecia aliviado achando que ela o deixaria em paz. Isso aconteceu, porém recebeu uma joelhada bem naquele lugar. Lisa mordeu o lábio vendo o rapaz fechar os olhos com a mão no meio das pernas. A mesma garota pegou a mão de Chaeyoung e entrelaçou com a sua, a puxando para fora do corredor com um famoso olhar frio fazendo as pessoas abaixarem o olhares, constrangidos. Parecia que não era só de Rosé que eles tinham medo.

Se eu fosse você - ChaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora