Descubra meu segredo

Capítulo 4

CAPÍTULO 4

Acordo com os gritos de Karen e Carol que invadem o meu quarto para pular na cama, me enlouquecendo logo de manhã.

– É hoje... É hoje... Levanta sua vaca! – Exclamou Karen aos risos.
– Ah que droga, vocês não se cansam de fazer isso? – Ainda debaixo da coberta, balbuciei.
– Que isso garota? É hoje que vamos ter nossa viagem épica querida. Vamos nos acabar de beijar as bocas dos americanos. Fica feliz, vai? Não era tudo o que você queria? – Carol me olhou com aqueles olhos cheios de compaixão.
– Beijar as bocas dos americanos? Rá! Não. Na Realidade, não quero beijar a boca de ninguém por um bom tempo, seja ele de qualquer nacionalidade.
A Carol sentou na cama, com os olhos arregalados e começou a rir.
– Uau, Já entendi tudo. Na noite de ontem você e o Tom... hahaha! Me diz que eu tô errada? – Disse Karen, deixando a Carol boquiaberta.

Carol era uma menina doce, apesar de conhecê-la há apenas três anos. Ela sempre foi muito bonita, chamando a atenção de todos os meus amigos, inclusive Tomás. Eles chegaram a se relacionar por alguns meses e logo depois terminaram, mas acabamos ficando amigas, já que tínhamos a Ká como amiga em comum. Ela era do tipo que chama atenção de todos por onde passava. Charmosa com seu longo cabelo loiro e liso, um corpo escultural de academia e olhos verdes bem grandes e poderosos.

– O dia de ontem é um dia que eu gostaria de apagar do meu calendário. Ah! E sem mais perguntas, ok? Afinal, hoje é o grande dia suas vacas! – Gritei, me levantando para pular na cama.

Caímos na gargalhada fazendo a maior bagunça na cama quando somos interrompidas pela minha mãe morrendo de rir parada na porta do meu quarto.

– Mas que alegria hein! Vim buscar o Brubru. – Minha mãe exclamou.
– Ah Mãe, para de chamar ele desse jeito. Assim, até parece que meu cachorro é uma... cachorra. – Eu abracei o Bruce que desvencilhou dos meus apertões para correr em direção a minha mãe.
– Ahhh, mas ele gosta, cadê o brubru da mamãe? Minha mãe se agachou e bateu na perna, fazendo com que o Bruce pulasse no seu colo.

É impressionante como meu cachorro ama minha mãe. Ele se abana todo e pula direto para o colo dela fazendo festa. Minha mãe ia ficar com o Bruce pelo tempo do meu passeio em Nova Iorque. O Bruce estava acostumado passar o tempo com a minha mãe, ele a idolatrava e para ela era sempre um prazer estar na companhia do Bruce já que ela passava tanto tempo sozinha nos afazeres de casa.

– Filha, quero que você vá tranquila, tá? Não quero que você se preocupe com o pagamento da viagem. Vamos fazer assim, eu pago as prestações e quando você voltar e arrumar um emprego, você me paga. Combinamos assim?
– Droga mãe. Você recebe pouco que mal dá para você, como você pensa em pagar a minha viagem? Você tá louca? Nem pensar. Não posso deixar você com esse peso.
– A conversa está acabada Lay. Eu já decidi e dei meu jeito com uma horinha extra. Não vai me atrapalhar. Afinal, meu trabalho é super prazeroso e você sabe disso. Você é que tem que curtir a vida. Eu nunca tive a oportunidade de sair do estado quiçá dirá sair do país. Você vai realizar esse sonho por mim e por você, minha filha. Acredite, a sua mãe não erra quando diz que tem coisas lindas chegando para você!
Meus olhos se encheram de lágrimas. Eu amo muito minha mãe. Apesar de ela ter esse jeito durona, ela sempre arruma um jeito de me deixar feliz. Eu a abracei muito forte e senti que minha mãe também chorava. Limpei suas lágrimas e lhe dei um beijo carinhoso no rosto, que a fez abrir um sorriso de orelha a orelha. E eu podia ouvir o "own" vindo das meninas.
– Vamos meninas, levarei vocês no aeroporto.
– Pera, falta arrumar minha mala! Merda!
– Não acredito nisso Lay! – Exclamou minha mãe com aquela cara de furiosa.

Dentro da mala, coloquei tudo o que via pela frente, algumas blusas, algumas calças, meias, muitas meias, muitas calcinhas. Coloquei dois casaquinhos leves e um mais pesado, além da jaqueta de couro que eu amo e que eu carrego para todos os lugares que vou. De acessórios, levei absolutamente tudo, ou melhor, minha mãe já havia me lembrado de tudo que eu deveria levar: carregador de celular, prancha de cabelo, maquiagem, remédios, muitos remédios! Escova de cabelo, escova de dente, perfume, entre outras mil coisas. Na minha mochila, coloquei meu laptop e meu caderno. Lamentei por alguns minutos por não poder levar meu violão.