Capítulo 6

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Pov's S/n:

Encontrar ele no lago não parecia uma indecisão, eu estava certa que queria vê-lo, e que queria descobrir o que ele realmente quer.

Depois que terminei de almoçar, corri para o banheiro, esbarrando em algumas alunas do terceiro ano cochichando no lado de dentro do local, fui até o espelho ajeitar meu cabelo que por sorte não estava embaraçado por conta do tempo úmido. Deve ser por isso que Sirius me chamou para ir ao lago, para aproveitarmos o calor de setembro.

Respiro fundo, me encarando sobre o reflexo com as mãos apoiada na pia. Eu sei o que eu quero, mas isso não significa que ele saiba o que ele quer também, e mesmo que ele queira algo, pode ser que isso não seja algo que eu quero. Caramba eu estou muito confusa.

Saio do banheiro apressada, mas quando chego no Saguão desacelero os passos, não quero parecer desesperada. Vou caminhando pelo ar de verão, sem vento, o que eu agradeço mentalmente pelos meus cabelos.

Me deparo com uma silhueta perto de uma árvore ao lago, sei que é ele pelos cabelos negros pelos ombros. Caminho em uma velocidade considerada normal, com a cabeça baixa e as mãos cruzadas as costas.

Ele se vira quando ouve meus passos, o movimento é rápido e faz seus cabelos se mexerem e sua expressão mudar de sério para aliviado, como se ele estivesse agradecido que eu tenha vindo.

Me sento sem falar nada, e ele continua me encarando, sem soltar nenhum suspiro, é como se ele soubesse que eu estou predendo minha respiração também, não vou ousar respirar perto dele, até porque ele está me deixando sem ar.

Eu mantenho meu olhar para o lago, fico de perfil para ele, mas pelo canto do olho sei que ele me analisa, abaixo a cabeça checando, ou pelo menos fingindo que eu estou checando minhas unhas, sinto o rubor subir pelas minhas bochechas porque sei que ele me ainda observa.

- Você fica mais fofa ainda quando está com vergonha.

- Como que eu não vou ficar tímida com você me encarando? - falo me virando para ele.

- Me desculpe - ele ri - Mas é que você me prende.

Sinto meu rosto ferver mais ainda e encaro o lago novamente.
Queria poder falar mais com ele, saber sobre ele, talvez seja por isso que ele tenha me chamado mas eu simplesmente não consigo reagir. Tento manter a calma e quebro o silêncio:

- Temos exatos 13 minutos de intervalo do almoço.

- Eu sei, estou tentando conversar com você se você colaborasse - ele vira o olhar para a grama e completa - sem querer ser grosso.

Eu rio.

- Eu sei, eu só não sei sobre o que podemos conversar, se você quiser começar eu agradeceria.

- Vamos começar pelo básico.

Ele vira o corpo para mim e encosta sua mão no meu joelho desnudo pela saia das vestes para que eu me vire, ficando frente a frente com ele. Seu toque pode parecer insignificante mas eu consegui sentir meu estômago queimar e os pelos do meu corpo subirem.

- Então comece Senhor Black - digo debochando depois de me recuperar do pânico.

Ele se mexe e nossos joelhos se tocam. A corrente de ar quente me invade novamente. Droga

- Bom, acho que você não está saindo com algum garoto está?

Eu até riria se isso não fosse humilhante, é óbvio que eu não saio com ninguém.

- Ou garota, se for o caso - ele completa

- Não, claro que não, eu não saio com ninguém, e sim, eu sou bissexual caso você queira saber.

- Eu não ligo caso você queira saber - ele diz me imitando - Não acho que as pessoas deveriam se privar do amor, ainda mais quanto estão insanamente apaixonadas, e não acho que as pessoas deveriam odiar aqueles que escolheram amar de uma forma diferente uma das outras.

Isso me fez gostar ainda mais dele, ser bissexual não me faz ter vergonha, e não é que eu esconda mas eu não costumo dizer isso para todos, e saber que Sirius realmente não se importa, ou melhor, me apoia, mostra o quanto eu o admiro.

- Uau - É tudo o que eu consigo dizer - Você é o cara mais fofo que eu conheci, fico feliz que possamos ser amigos.

- Se é isso que você quer. - Ele abaixa a cabeça pegando um fio de grama.

- Como assim? Como o que eu quero?

- Não se faça de sonsa S/n - ele me olha - Você sabe que eu não te chamei até aqui para que possamos ser apenas amigos.

Eu mal sei o que dizer, estou brava por ele ter me chamado de sonsa, mas é como eu estou agindo.

- Eu não quis dizer dessa maneira - ele diz se indireitando e coloca a mão no meu braço - Só quero dizer que...

Antes que Sirius termine, a sineta do fim do almoço toca e eu me levando apressada, preciso pegar minha mochila no dormitório e correr para aula de Adivinhação, mesmo que eu deteste.

- Previso ir - corro limpando os pedacinhos de grama grudadas na minha saia.

illicit affairs | SIRIUS BLACK Onde histórias criam vida. Descubra agora