Codinome Amber

impasse

Neverland valley Ranch/ Los Ollivos

Annie/Amber

Sinto cócegas pela barriga, eu sei que os dedos dele viajam pela minha pele. O sol já ultrapassa a cortina do seu quarto. Não deve ser muito tarde, e ele como sempre já acorda naquele pique, querendo brincar de lobo mau e chapeuzinho logo cedo. Abro meu sorriso e depois meus olhos, vejo ele me observando com uma loucura estampada nos olhos e um desejo em me ter. Puxo seu corpo pra cima de mim, beijo seu pescoço e suas mãos começam a me despir vagarosamente, subindo minha camisola, subitamente a porta rangeu e a voz fina da Paris invadiu o quarto, nós sentamos mais que depressa, ajeitamos nossas roupas e ela entrou correndo trazendo seu ursinho de pelúcia preferido. Os cabelos estão bagunçados, mais ela é tão graciosa e fofa que dá vontade de morder e apertar.  Ela pulou na cama e sentou entre nós.

- Papai, eu sonhei que você tinha me dado dois unicórnios. Um era azul  com listras rosas e o outro, rosa com listras brancas. E eu brincava com eles o dia todo. Papai, quando você vai me dar os unicórnios?

Encarei Michael que me olhava com uma cara de riso muito hilária, toda garotinha na idade da Paris tem o seu próprio mundinho de fantasias, e o Michael sempre permitiu que ela  imaginasse e vivesse a aventura que quisesse, fosse uma criança que amasse a magia como todas amam. Mas, apesar disso ser lindo e ele ser um pai maravilhoso, eu não sei como ele vai sair dessa, por que infelizmente unicórnios ainda não existem.

- Tia Amber, você  podia ajudar o papai a escolher meu unicórnio ?

Os olhos azuis pequenos brilham como duas estrelinhas, estou fodida. Como eu vou responder ela sem acabar com todos os seus sonhos doces e puros de uma criança?
Eu não quero fazer isso, só que eu nunca fui muito boa na parte humana, acho que Samantha se sairia muito bem aqui nessa situação, eu estou acostumada a lidar com pessoas horríveis, e a  pureza de uma criança consegue me deixar totalmente sem ação.

Abro um sorriso.

- Querida, eu ajudo a escolher quantos unicórnios quiser – Aliso seus fios loiros e ela abre o sorriso meigo, mostrando seus dentinhos pequenos. Tão pequena, mas  já toma um espaço tão grande dentro do meu coração. 

- Podemos ir agora ? – Eufórica  ela me puxa pelo braço tentando me arrastar da cama.

- Paris  - Michael reaprende o afoitamento dela. – Meu anjo, acalme-se, você precisa tomar café primeiro, escovar os dentinhos,  trocar esse pijama e acordar o seu irmão, Prince. E aí depois que todos nós estivermos prontos, saímos pra comprar o que você quiser.

Ela acenou  com a cabeça  em concordância e beijou ele na bochecha, me beijou também e desceu da cama, correndo  saltitante pra sair do quarto. Depois que ela se foi, Michael se deitou olhando pro teto.

- Onde diabos eu vou arranjar um unicórnio?

Gargalhei.

- Não dê risadas Amber, eu estou perdido.

- Ah Michael por favor, não é uma bomba atômica,  não precisa desse drama todo.

Saio da cama.

- Huuum, senhora racional, então me diz, como eu devo fazer ? – Sentou-se.

- Ai Michael, podemos levar as crianças pra se divertirem pelo dia todo no lugar do sonhos delas, a Paris vai passar um dos melhores dias dela, e quando tudo terminar ela não vai estar nem lembrando mais desse unicórnio. Não é um bicho de sete cabeças, papai.