23- Hospital

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Enzo

Eu odiava os hospitais com todas minhas forças. Eu costumava vir quase todo dia desde que meu pai estava internado, eu passava algumas noites no quarto com ele, ficava horas sem comer e com os olhos sempre vermelhos.

Estamos há mais de uma hora na recepção esperando por notícias de Antonella e Giulia. Clara e Priscila estão sendo amparadas por seus namorados, Matias está inquieto igual eu. Estou preocupado, não sei se Antonella está bem.

— Se eu tivesse com ela o tempo todo isso não teria acontecido. — falei tão baixo que não passou de um Sussurro. Matias me encarou com os leves levemente vermelhos.

— Ei cara. — ele passou as mãos em minhas costas. — você não tem culpa de nada.

Suspirei.

— Não se preocupe, elas estão bem. — Ergui meu olhar para fitá-lo.

— Tomara...

Ele também estava morrendo de medo, dava para ver em seus olhos. As meninas não paravam de chorar, isso estava me deixando mais aflito.

— Não gosto de hospitais. — Comento, abaixando meu olhar para o chão. Sinto seus olhos em mim.

— Eu também não curto muito... — Sorri fraco.

— Será que aquele cara conseguiu forçar a Giulia? — ele perguntou, com a voz um pouco trêmula. Respirei fundo.

— Acho que não. — ele me olhou. — Giulia é uma das minhas amigas mais fortes e bravas — falei. —, acho que ela lutaria em uma situação como essa. E muito.

— Eu não protegi ela. — Ele murmurou mais si mesmo do que para mim.

— Cara, eu sei o que você está sentindo, mas não foi sua culpa.

— Invés de ficar com a garota que eu gosto, eu estava ficando com a inimiga dela. — estreitei os olhos confusos.

Matias passou as mãos no rosto parecendo frustrado com si mesmo.

— Como assim? — Perguntei.

— Carol. — ele me olhou. — eu estava com ela no momento que Giulia estava com aquele verme.

Fiz uma careta.

— Carol, sério Matias? — Perguntei rindo levemente. Ele deu um tapa em minha perna.

— Cala boca, Enzo. — Ele falou revirando os olhos.

— Tudo bem. — Olhei para um casal que também esperava notícias do filho. — Mas tipo não tinha ninguém que não fosse a Carol?

Matias ficou bravo me fazendo fechar a boca.

— Ok...

Ficamos em silêncio por um longo tempo até Matias quebrar o silêncio.

— Eu gosto dela. — Ele falou baixo.

— Eu sei. — Dei de ombros e sorri.

— Que?

— Eu sei que você gosta da Giulia. Está estampado na sua cara. — Digo.

— Mas ela não sente nada por mim. — Ele fechou os olhos.

— Como você sabe? — Questionei. — por acaso já perguntou para ela?

Matias negou.

— Então como tem tanta certeza que ela não sente nada por você? — Ele me examinou.

— Porque ela me odeia, Enzo. Me odeia. — Bufei.

— Meu Deus, cara, eu também te odeio, mas isso não significa que eu não goste de você. — Falei.

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⏰ Última atualização: Feb 13, 2022 ⏰

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A filha do diretorOnde histórias criam vida. Descubra agora