Vocês tem uma visão horrível de mim

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Parecia que quando eu me livrava de um problema, outro chegava ainda maior, eu odiava quando atingiam pessoas na qual eu amava e falarem aquilo de Malai me machucou muito mais do que os chutes de Dener.

Era final de semana, eu, Malai e Edward decidimos dar uma volta, a semana havia sido conturbada o suficiente. Aviso meus pais e os mesmos concordam, visto uma roupa confortável já que o passeio seria pela tarde e estava um dia agradavelmente quente:

Edward- Nossa, foi quando eu levei um no queixo, pensei que iria tirar minha cabeça do meu pescoço - Ed contava animado do seu campeonato, eu e a loira ria pela sua forma de expressar - Quero muito que vocês me vejam lutando algum dia.

Malai- Já quase vemos isso todo dia quando alguém esbarra na sua carteira enquanto você desenha - Ed levanta suas sobrancelhas indignado enquanto eu e Malai ria.

Edward- EI, isso é mentira, eu não arrumo confusão sempre.

Aslan- Ed, você já levantou e quis partir pra cima de um garoto só porque ele pisou no canto do seu tênis.

Edward- Ele era novo.

Malai- Você sempre soube que isso acontecia, por que vai com tênis novo para a aula?

Edward- Vai se fuder vocês dois - diz fechando seu semblante e deitando na grama com seus braços cruzados.

Aslan- Gostamos do seu jeito encrenqueiro, é protetor.

Edward- Nem vem querendo me agradar, Aslan - ficamos em silêncio, eu observava cada detalhe de ambos, como eles eram incríveis, eram tão perfeitos.

Edward com sua pele bronzeada, cabelos escuros recentemente pintados de preto, olhos castanhos tão escuros quanto as árvores desse parque, dedos finos, braços fortes, mãos machucadas pelas lutas. Uma voz fina que intercalava com tons mais graves, um adolescente de filmes.

Malai era tão linda, pele clara e macia, cabelos tão loiros quanto o sol, coxas grandes que eram sensuais com um toque de delicadeza, bochechas que se enchiam sempre que sorria fazendo seus olhos sumirem, ela odiava o fato de não ter olhos como o da mãe, mas isso não importava, ela conseguia ser perfeita com cada detalhe que lhe existia:

Malai- Sabe, as pessoas gostam de gordas apenas na internet - corto meus pensamentos para prestar atenção na garota.

Aslan- Então pode me considerar um animal - vejo suas bochechas corarem e sinto que estava ficando assim também.

Edward- É muito fácil achar seus defeitos bonitos em outra pessoa, porque você está vendo de fora, vendo como os outros te veem, e você pensa ''Uau ela ou ele é tão perfeito'', mas tudo que você está fazendo é vendo você porém em outra, em outra perspectiva.

Malai- Mas então por que quando me olho no espelho eu não me vejo bonita?

Edward- Porque você já está acostumada a se olhar com defeito, e você sabe que é você ali, porém quando vê em outra pessoa você consegue ver o quão bonito é isso. O mundo é uma merda, se perdermos tempo nos preocupando como os outros vão nos ver, se isso é ou não bonito para outra pessoa, vamos acabar como velhos amargurados que odeiam quando vê alguém feliz demais, temos que curtir tudo que queremos.

Dener- Então aqui está os vagabundos que nos fizeram ser expulsos e ir para um colégio interno? - Ed revira os olhos.

Edward- O que vocês querem aqui?

Aslan- Não era para você já estarem no colégio interno?

Dener- Saímos aos finais de semana. E respondendo a sua pergunta, Edward Frank - Ed odiava ser chamado pelo sobrenome de seu pai - Aqui não tem nenhum câmera ou papai diretor - diz me olhando e acabo por me encolher - E não estamos mais na escola, não podem me expulsar daqui.

Edward- Mas posso mandar você pro hospital - diz logo se levantando, seguro sua mão o olhando com medo - Aslan, me solta, já estava passando da hora de me resolver com esse idiota.

Aslan- Não, Ed se você arrumar confusão você pode ser expulso dos campeonatos de luta.

Dener- Oh, é verdade, você não pode me bater, vai perder tudo por causa de mim - aquele sorriso sínico nos lábios de Dener causava uma carga de raiva em Ed.

Malai- Vamos embora - a loira se levanta e faço o mesmo, recolhemos nossas coisas e saímos, dando as costas para eles.

Neo- CUIDADO PARA NÃO QUEBRAR O CHÃO CONFORME ANDA, MALAI - não tivemos muito tempo, Edward se virou acertando um soco diretamente na boca de Neo que o desnorteou.

Aslan- Ed, vamos embora.

Edward- Escuta aqui - puxa Dener pela gola da camisa - É melhor deixa-los em paz, nunca mais cite o nome de Aslan ou de Malai.

Dener- Ou o que? - o moreno segura Dener pela nuca lançando sua cabeça de encontro ao seu joelho, algo que fez o garota tontear e caminhar para trás com seu nariz sangrando, ele não iria parar agora.

Edward o derruba no chão ficando por cima, lança seguidos socos em direção ao seu rosto e só para quando é acertado por um pedaço de pau em sua cabeça, geme pela dor e toca sua cabeça que sangrava levemente, olha na direção de Dickson que passa o pedaço para Joana. O moreno toma a madeira das mãos da garota e o roda em suas mãos, eu e Malai só conseguíamos nos olhar.

Acerta fortemente em uma das coxas do ruivo, que o faz ajoelhar, ergue a madeira e o bate contra o rosto do garoto que cai para o lado já apagado, lança um olhar para Joana que começa a se afastar. Ed se aproxima a encarando, poucos centímetros do rosto da garota, mas não diz nada e apenas caminha em nossa direção.

Caminhamos em silêncio, sabíamos que isso iria chegar no treinador de Ed e que ele seria expulso, mas ele não parecia se importar já que sua dor de cabeça era maior. Ele xingava quando encostava seu moletom na ferida:

Edward- Vamos ver quanto tempo vai demorar pra ela contar pro treinador.

Aslan- Por que ela contaria? Ela sabe quem é ele?

Edward- Sim, ela é uma das ring girls, mas sabe que se ela contar ela também se fode.

Malai- Por que?

Edward- Uma longa história, qualquer dia eu explico para vocês.

Aslan- Ed, no que você se meteu?

Edward- Parece minha mãe falando, dá pra pararem com isso? 

Aslan- Você transou com ela?

Edward- Que? Não, que nojo.

Malai- É a única coisa que passa na nossa cabeça.

Edward- Que visão horrível que vocês tem de mim - adentramos uma lanchonete e nos sentamos em uma mesa, ali esquecemos por um momento todo o conflito que houve a poucos minutos, riamos e brincávamos.

Querido EuOnde histórias criam vida. Descubra agora