Corte De Um Amor Para Nyx

Capítulo 2💜

Nyx

— Cassandra, eu te mato.

Eu andentrei seu consultório, elegante e bem ajeitado em tons de vermelho.

Belas cadeiras estofadas de couro vermelho bordô fazem fila no canto da parede, formando a fila de espera, onde há muitos feéricos e feéricas, diante das cadeiras há dois metros está a recepção, onde há um ursinho de laço vermelho enfeitiçado, com uma agenda, mensagens de fogo indo e vindo até ele, se trasnformando em pequenos pergaminhos em uma pilha organizada.

Eu passei pelo o corredor entre eles e um sino tocou, o ursinho.

— Sr geleia geladinha, é sério. -falo.

Ele balançou a cabeça, batendo com a caneta na agenda.

— Não estou agendado. -falei.

Ele apontou para a fila de espera.

— Não vou esperar.

Ele cruzou os braços.

Encaro a porta vermelho rubi com uma placa dourada com o nome Cupido Cass. Com um coração gravado no ouro.

De lá um feérico sai contente e eu adentro as pressas antes que o ursinho me impeça.

— Bom, do que precisa?

Encaro uma grande cadeira giratória vermelha de veludo, em forma de coração grande, onde Cassandra se vira sentada nela, diante de uma mesa.

Usando um terninho vermelho, a única fêmea a lançar essa moda que antes apenas machos usavam, agora, ela quebra a cara de qualquer um usando um terninho assim.

— Nyx? Você agendou? -questiona.

— Aconteceu. -falo.

— Oh, merda, sente. -apontou.

Eu sentei em uma poltrona de veludo vermelho, encarando a minha prima.

— Descreva, com detalhes. -uma pena e uma caderneta surgiram, levitando no ar.

Eu contei tudo, vendo a pena escrever magicamente sozinha enquanto Cassandra me encara seriamente.

Ela pode brincar com tudo, tudo mesmo, menos com o seu trabalho.

— Filha do inimigo, certo? -ela questiona.

— Sim. -falo.

— Eu a conheço. —ela disse— somos amigas de longa data.

— E como nunca nos apresentou? -questiono incrédulo.

— Não sou obrigada a te apresentar o meu círculo de amizades, assim como você não me apresenta totalmente os seus, eu faço o mesmo. -falou.

— Porque você ilude eles e depois deixa. -a encaro com tédio.

— Eles quê não sabem diferenciar uma ficada pra um casamento. -ela rebateu.

— Preciso de sua ajuda, eu preciso conversar nem que seja cinco minutos com ela. -a encaro.

— Posso convidá-la para passar o final de semana aqui, ela sempre teve uma grande vontade de conhecer Velaris, posso inventar qualquer desculpa para o idiota do pai depois. -falou.

— Faria isso? -a encaro.

— Hello? Você vai desencalhar, e isso significa uma coisa. -falou.

Eu pisco.

— Que eu estarei livre de arrumar pretendentes da minha família! —ela ergue as mãos agora cima em glória— tio Az já foi, Lucas também, meus irmãos, e agora, você!

— Sabe que ainda tem seus clientes, não é? -questiono.

— Meus clientes não são lentos e não fazem cagadas na conquista como vocês. —ela rebate— eles são práticos.

Ela bate palmas e um bule de chá flutua até nós, uma xícara sendo enchida e entregue a mim.

— Você evoluiu mesmo, de chá imaginário para chá de verdade. -zombo.

— Esquece que a mãe tá evoluída. —ela ergueu sua xícara— sabe quantas consultas tenho que fazer em um mês? Trezentas, Nyx, TREZENTAS, e só vai aumentando.

Eu pisco surpreso.

— A maioria dos casais de pythrian foram formados e juntados por mim. —ela disse— não há um que não diga não, seus filhos perguntam, papai, como conquistou a mamãe, e eles dizem, meu filho, foi uma cupido chamada Cassandra do departamento do amor red love, um dia talvez chegue sua vez de se consultar com ela.

Eu bufo uma risada, revirando os olhos.

— Isso realmente aconteceu. —ela disse— quinze anos depois veio um garoto pedir minha ajuda, está casado agora e tem dois filhos.

— Você como sempre fazendo milagres. -falo.

— Por que você acha que a Lis está nesse mundo mesmo? —ela questiona— eu estava fazendo serviços fora quando o pai dela veio até mim pedir conselhos, me pagou uma fortuna para conquistar uma feérica difícil, a mãe da Lis, e enfim, deu certo, a Lis está aí de prova. -falou.

— Quantos anos Lis tem? -questiono.

— Acho que oitenta, não, não, espere, ela tem cinquenta e cinco anos. —falou— isso, cinquenta e cinco anos. -assentiu.

— Ela sabe que foi você quem juntou os pais dela? -pergunto.

— Sabe e sempre que me vê pede para eu contar a história pela milésima vez. -assentiu.

Ela suspira.

— Pena que a mãe dela morreu cedo demais. —murmurou— juntar casais é fácil, agora, vê-los desmoronar ou um deles partir é o que é mais difícil.

Ela me encara.

— Muitos acham o meu trabalho bobo mas é sério, cada conselho é sério, cada flechada de amor tem que ser certeira. —falou— ganhei experiência e sabedoria conforme o século se passou, não foi fácil mas hoje tenho tudo isto aqui.

Ela toma um gole do seu chá.

— Não é fácil juntar corações, Nyx, é muito difícil, e muitas vezes uma missão perigosa, nunca sabemos o que se passa no coração do outro, é algo impossível de se saber. —fala— quando a mãe dá brecha, eu entro em ação, sou como a mensageira dela em forma de gente.

— Já teve algum caso difícil? -questiono curioso.

— Casos de amor a três ou a quatro. —fala sincera— juntar três ou quatro corações é difícil, ainda mais quando um é teimoso, outro inseguro, e um machucado.

— Tem diferença?

Ela assente.

— É daí que eu começo, se o coração está machucado, eu faço a pessoa ajudar a outra a curar as feridas e a conquistar desse modo, se está inseguro faço a pessoa mostrar que suas inseguranças são bonitas e que não precisa ser insegura por elas, a conquistando por aí, se está teimoso, eu faço a pessoa mostrar que não há o que teimar, e conquista dali.

Eu assenti, entendendo realmente que o trabalho dela é complexo e sério.

— Requer estudo e prática. —falpu— há gente que nasce com esse meu dom, há gente que não, e os que nascem normalmente não sabem usar esse dom e o deixam de lado.

Ela me encara.

— Sei como vai conquistar a Lis, agora, você tem que me ouvir e fazer tudo direito, sem brincadeiras.

Eu assenti, pronto para ouvir.

*Até o próximo capítulo ☄️ deixem seu comentário e seu voto pfvr ☄️*.