Prólogo

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Quem disse que toda decisão bem tomada é fácil. Tal afirmação é um consolo hipócrita. Pois nem sempre será fácil escolher, em meio aquilo que você nem esperava viver.

Acreditei que me abrindo de verdade, conseguiria ao menos sua compreensão, é no final sua aceitação, mesmo que os caminhos até aqui trilhados não tenham sido os mais simples, acreditei que tudo ficaria bem. 

Mas me enganei!

Criei tanta expectativa quanto a tudo isso, para no final não ser nada do que eu esperava. 

Jamais me vi vivendo uma situação dessa, nunca passou pela minha cabeça que estaria me sujeitando a um momento como esse. 

Como pude baixar a guarda dessa forma, sempre fui tão aquém do que se esperava, sempre levando a razão acima da emoção e sentimentos. 

Como me tornei alguém tão comum, tão normal, tão fraco?!?

Já busquei com todos que poderiam me dizer onde ela está, mas ninguém sabe.

Parece que foi engolida pela terra! 

Fico sem saber como fazer, mas estou atordoado sem ter nenhuma notícia dela. 

Cogitei pedir a Eduard que realizasse uma busca, mas pensei melhor, não seria certo pedir a um de seus amigos que vasculhasse sua vida. 

Bom, ao menos nesse primeiro momento. Pois não descarto qualquer alternativa, para encontrar essa mulher. 

Ela fez menção de alguns dias, mas isso já foi há uma semana, no entanto,  ainda assim,  são alguns dias, mesmo que para mim pareça uma eternidade. 

Que saco! 

Droga, definitivamente não sei lidar direito com o tempo, essa é a merda! 

Como fui burro, deveria ter previsto que minha atitude poderia assustá-la, pela primeira vez em minha vida, decido fazer o que meus sentimentos me pedem e  olha o que dá.

É um inferno! 

Um cara como eu não comete erros idiotas assim, sempre fui tão centrado, por saber que os sentimentos só trazem problemas. 

Sempre corri dessa coisa de amor, de ter alguém, de relacionamento, mas agora estou aqui atormentado por uma mulher que simplesmente sumiu!

A merda de não ter domínio sobre as coisas, não é algo que eu consiga lidar com tanta facilidade. 

Essa coisa toda que sinto, me deixa muito aquém do cara que costumo ser.  Nunca deixei meus sentimentos levarem vantagem, mas agora, aqui estou eu, refém deles! 

É uma grande e tremenda… merda! 

Não adianta eu ficar aqui me auto analisando, como se me interrogando assim, fosse resolver alguma coisa. 

Pior, nem sei o que fazer, não sei como lidar com essa novidade toda, não sei na verdade… mais nada! 

A única coisa certa,  e que preciso descobrir ao menos onde ela se meteu e  depois disso, penso no que vou fazer. Mesmo porque, agora não tenho ideia alguma de tudo isso e me olhando assim, pareço um daqueles sentimentalóides que tanto já tirei sarro em outros tempos. 

“Que merda Stela, onde foi que você se meteu MULHERRR!!!”

Porque não fui mais devagar? 

Porque não esperei um pouco mais? 

Fui tomado pela emoção, essa é a verdade. Não estava esperando encontrá-la assim e  quando vi, já estava indo contra tudo o que haviamos combinado. 

Fui muito burro, precipitei demais as coisas. 

Ela não é como as outras mulheres, merda! 

Como fui tonto, acabei colocando tudo a perder! 

Poderia ter ganho um pouco mais de tempo, poderia ter investido em estar mais próximo dela, poderia ter feito tudo de uma maneira mais tranquila, mais suave. 

Mas não, agi sem pensar e com isso, posso ter colocado tudo a perder.

É uma merda!

Mas agora, preciso deixar isso um pouco de lado, se não irei enlouquecer, se é que já não estou enlouquecendo.

Mesmo com ela povoando  minha mente, mais do que desejava, preciso seguir, ao menos tentando trabalhar.

Uma vez que tenho muito o que fazer e meus dias, como todos sabem, não são tão simples assim.

Minha agenda não pode esperar, os compromissos não irão simplesmente desaparecer, pessoas dependem de mim, famílias dependem de mim. 

Mesmo sem nenhuma vontade, a responsabilidade fala mais alto e com isso, preciso agir, pois não posso continuar refém da sua ausência…

O Inquilino Onde histórias criam vida. Descubra agora