𝙏𝙃𝙀 𝙇𝘼𝘿𝙔 𝙊𝙁 𝘿𝙀𝘼𝙏𝙃

𝐓𝐄𝐍-¹⁰

GRACE BELLEROSE

Nos encarávamos, escutava sua respiração e seu coração estava acelerado, ele estava com medo, eu sentia.

-Você me procurava, pois bem, estou aqui.- Digo e logo em seguida termino minha frase.- Brian.- Digo com um sorriso ladino

Nunca falamos nossos nomes, deve ter sido a primeira vez que seu nome sai de minha boca.

Ele tenta parecer confiante, mas não estava, eu sentia, eu sabia, ele sabia.

Me aproximando de sua mesa, sem tirar meus olhos dos seus, aos poucos eu chegava cada vez mais perto, andando com elegância, meu salto fazia um barulho de salto fino em piso de madeira liso.

A cada passo seu coração se acelerava cada vez mais. Puxo a cadeira de frente para ele sento sem cortar o contato visual. Ele me segue com seus olhos.

-E então.- Pergunto olhando, logo pego a minha adaga em minha mão dou um giro nela com apenas uma mão e bato com tudo na mesa fazendo um barulho ensurdecedor e ele se assusta com tamanho barulho, logo em seguida engolindo a seco.

Ele disse que eu era fraca, apenas uma faísca com tanto fogo, facilmente derrotada.

Errado.

Eu seria seu pior pesadelo até os últimos dias de sua vida.

Cruzo minhas pernas de forma elegante, ele continua parado no mesmo canto, dou uma olhada em sua mesa, os papeis se tratava de minha pessoa. Até mesmo um dos livros de minha lenda.

-Achei que a CIA não acreditasse em contos de fadas.- Digo com certo deboche voltando a olha-lo

Ele continuava quieto e imóvel.

Levanto-me da cadeira tirando a adaga sem força alguma e indo em direção a uma enorme estante de livros, seu telefone toca e ele não atende, continua parado.

Pego um de seus livros sobre algo de direito e folheio.

-Você se diz inteligente, se diz o forte, o temido. Mas me diga, para que dizer isso se com apenas uma adaga eu o mato em menos de segundos, me diga para que se vangloria tanto sendo que agora está derrotado, imóvel, com medo, vulnerável.-Digo colocando o livro em sua mesa e o olhando- Patético.-Digo novamente pegando o livro.- Você fez experimentos em meu corpo, torturas que eu nunca irei esquecer, e que sim, atormentam minha mente, não de forma que isso me enlouqueça, eu me controlo super bem, mas torturar alguém que está em livros de mitologia como uma mera mentira, a CIA acredita muito. Gostaria até de saber se já capturaram a pequena sereia ou o boitatá.-Termino o olhando novamente com o livro em minhas mãos.

Espero ele dizer algo mas ele continua imóvel, escuto seu coração batendo mais forte do que antes, percebo que ele está sim com medo.

-Para um homem grande e forte, você não passa de uma farsa.- Me levanto e tiro minha arma de minha bota.- Não achou que eu iria apenas lhe cortar até a morte, achou?.- Pergunto.- Eu poderia fazer contigo o que fizeram comigo todos aqueles meses, não por vingança, mas para vocês verem que não, humanos sentem mais dores.- Aperto o gatilho.- Humanos são fracos.- Aponto em sua testa com uma mão.- E sim, vocês não aguentariam metade do que aconteceu comigo.- Digo e meus olhos ficam vermelhos medonho, como os de meu pai, quando ele fica com sua real face.- Peguei você e nem ao menos me esforcei igual você.-Digo atirando para cima fazendo um barulho enorme.- Ele se assusta mas logo mantém uma pose de machão autoritário.

-Você vai me matar?- Diz finalmente.- Então me mate.- Diz com os olhos trémulos.- Ou você não consegue.-Me olho com um sorriso ladino.

Odeio que me desafiem.

Antes mesmo que ele pisque viro a arma rapidamente para seu ombro e atiro um de cada lado, ele cai com o impacto.

-Porra...-Diz logo após.

-Não faça essa cara, eu ao menos comecei.-Digo indo atrás dele e me abaixando até seu ouvindo, falando baixo.-Estou apenas começando e como você disse uma vez, irei pegar onde mais doí.-Digo olhando um retrato com dois senhores e outro com uma criança.

Ele vira o rosto ficando a menos de um dedo de distancia de meu rosto e arregala os olhos.

-Você não sabe onde eles estão, estão seguros.- Afirma.

-Acho que a esse ponto nos conhecemos o suficiente. Bom, você me conhece, passa um bom tempo lendo sobre mim pelo que vejo.- Digo olhando os livros com meu nome e uns papeis.- E você já deve saber que eu consigo acha-los em menos de segundos.- Falo me levantando e indo em direção a porta.- Não ache que eu não lhe matei por ser fraca ou algo do tipo, gosto de brincar com a minha caça, e você é apenas o prêmio final.-Digo destrancando ela.- Seja lá o que você queira eu sugiro que pare antes de eu ir atrás deles e siga com seus casos criminais de homicídio, máfia e politica.- Digo me virando em sua direção, ando novamente até ele, ele estava com uma de suas mão apoiadas na mesa, pego minha adaga e meto com força em sua mão que ele da um grito.- Tiro ela com força e caminho novamente até a porta a abrindo e antes de fecha-lá novamente eu digo.- Está avisado, senhor Brian Deschamp.

Saio andando novamente, o ultimo andar ficava apenas o presidente da CIA, e as outras salas eram de coisas importantes como documentos, vídeos e fotos, casos intermináveis e separados do pior ao mais tranquilo. Tudo isso em varias portas e uma delas deve ser a sala de reunião suprema, aqui deveriam ter guardas, mas eles devem ter saído ou estarem nos fundos dos corredores.

Saio pela escada de emergência limpando o sangue de minha adaga com minha mão e colocando ela no mesmo lugar, minha arma coloco em minha cintura, indo embora.

Eu sabia que ele não iria parar, eu não ia matar aquelas pessoas, bom, não agora.

Ele me caçaria agora da pior forma.

Mas nunca subestime quem é o próprio diabo.

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