Capítulo 31 - O Amor É Cego

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Toni e Cheryl estavam sentadas no jardim da casa, abraçadas, conversando e namorando. Estavam tentando aproveitar ao máximo a companhia uma da outra, e Cheryl ainda não havia decidido se ia voltar para Paris ou se ficaria.

Toni: Cher, posso te perguntar uma coisa? - Toni pediu.

Cheryl: Claro amor, o que quiser - sorriu.

Toni: Você... Você já pensou em fazer. Uma cirurgia para poder enxergar? - ela perguntou.

Cheryl: Já - ela assentiu.

Toni: E? - a olhou de lado.

Cheryl: Para falar a verdade, esse foi outro dos motivos pelo qual eu fiquei sem te dar notícias.

Toni: Como assim?

Cheryl: Eu... Fui a um médico em Paris - ela confessou - fazer uns exames de vista, saber qual a gravidade do meu problema. Se eu poderia fazer uma cirurgia para poder enxergar.

Toni: Sério? - Toni sorriu animada - e o que o médico disse?

Cheryl suspirou um momento fechando os olhos, ela um dia prometera a si mesma que não criaria esperanças sobre poder enxergar, afinal tinha se acostumado a sua realidade. Mais estando em Paris, num lugar desconhecido e já ouvira falar que era tão bonito, ela simplesmente não pode evitar.

Cheryl: Ele disse que eu nunca poderei ver - ela sussurrou.

Toni: O que? - o sorriso de Toni sumiu imediatamente.

Cheryl: O meu problema é grave, sempre foi. Afinal eu nasci assim - ela deu de ombros - ele disse que talvez se eu tivesse ido procurar o médico antes eu talvez tivesse a chance de ver. Mas agora é impossível.

Toni: Eu... Sinto muito Cher - ela não soube bem o que dizer.

Cheryl: Tudo bem - ela sorriu de lado - eu no fundo sabia que seria assim. Nunca criei muitas esperanças sobre poder enxergar, mas eu devia essa tentativa a mim mesma, sabe?

Toni: Não pensa em consultar outro médico? Uma segunda opinião?

Cheryl: Não, eu não quero isso - ela afirmou - seria mentira da minha parte dizer que eu não quero ver. Eu sempre quis. Mas eu já me acostumei a ser assim e sinceramente não me incomoda. Não é como se eu fosse sentir falta, é uma coisa que nunca tive.

Toni estava triste por isso, ela sinceramente esperava que talvez um dia Cheryl poderia ver. Gostaria de compartilhar com ela todas as belezas do mundo, queria poder vê-la olhando para seu rosto e dizendo que Toni era linda como sempre fazia. Mas isso não aconteceria.

Cheryl: Eu gostaria de poder enxergar o mundo onde vivo, mas o que realmente me incomoda é que nunca vou poder olhar para você. Seria um sonho realizado - ela disse sorrindo, tocando delicadamente o rosto dela.

Toni: Nunca entendi como pode amar alguém que nunca viu - Toni confessou.

Cheryl: Para se amar alguém não é preciso enxergá-la... Apenas senti-la - ela sussurrou, escorando sua testa na de Toni - e eu gosto muito do que sinto.

Toni sorriu, a beijando docemente. Como poderia deixá-la partir de novo? Como poderia deixá-la sozinha no escuro?

Toni: Então você está mesmo bem com isso? - Toni perguntou.

Cheryl: Eu vou sobreviver - ela garantiu - tenho tudo o que preciso bem aqui. E sabe de uma coisa?

Toni: O que?

Cheryl: Talvez, se eu pudesse enxergar como todo mundo, eu fosse uma pessoa diferente - ela comentou - e... Eu gosto de quem eu sou.

Toni: É... Eu gosto muito também - Toni sorriu.

Toni a deitou com cuidado na grama verde e a beijou. Naquele minuto Toni decidira o que queria fazer da vida, e nada a faria mudar de ideia.

A Bailarina - Choni (G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora