Curso de beijos

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Mark andava pelo corredor apertando contra o peito os livros das aulas do dia, ia em direção ao seu armário mas no caminho se deparou com Taeil, seu professor de redação. Sorriu simpático mas mas bufou quando notou gloss sob a boca do mais velho.

Da mesma sala que Taeil acabara de sair, agora saía Donghyuk limpando o canto da boca, com o cabelo levemente desgrenhado. O mesmo fechou a porta e se pôs à andar ao lado de Mark.

- E se seus pais descobrirem isso, Hyuk? Acha que vão aprovar essa relação aluno e professor?

Donghyuk riu soltando o ar e arrumou os cabelos vermelhos no reflexo do celular.

- Que relação? São só uns pegas, e mesmo assim, e daí se descobrirem? Isso não é mais ensino médio, Mark, agora nós estamos na faculdade, e eu nem moro mais com eles.

Finalmente pararam diante do armário do garoto de cabelos loiros. Mark digitou a combinação no cadeado e colocou os livros lá dentro.

- Isso significa que você pode ser totalmente inconsequente?

O mais novo se escorou na parede e olhou para o amigo.

- Talvez.

Mark sorriu e revirou os olhos. Já estava mais do que acostumado com Donghyuk sendo um galinha. Desde que Jiwoo terminou com ele no primeiro ano do ensino médio, o ruivo se dispôs a ser o maior cafajeste que pudesse, promessa essa que ele honrou.

Praticamente todos os dias o garoto levava alguém para a cama, ou para qualquer lugar em que pudessem transar. Mark se sentia curioso sobre o por que Hyuk já havia beijado tantas pessoas, exceto ele.

Ambos voltaram a andar.

- Você tem aula de quê agora?

- Equipamentos e luz. E você?

- Mecânica. - Donghyuk disse num gemido sofrido.

Mark sorriu e deu um leve tapinha nas costas do amigo.

- Eu disse pra escolher um curso que você realmente gostasse, né?

- Existe curso de beijo na boca?

Mark parou no meio do corredor vazio, olhou o mais novo e revirou os olhos com desdém.

- Como se você precisasse de curso...

- Você não sabe, Mark. - com os dedos Donghyuk indicou seus lábios e os lábios do loiro. - Nós nunca nos beijamos.

Não foi por falta do meu interesse, Mark pensou. Mas se controlou, ele não iria implorar por um beijo de Lee, mesmo que fosse apaixonado pelo garoto desde o ensino fundamental.

- Se não fosse bom, você não estaria pegando seu professor.

E se virou pra continuar andando, porém recebeu um soco fraco no ombro.

- Vai colocar um cartaz também?

Mark riu junto do melhor amigo.

- Preciso ir no banheiro terminar de arrumar o cabelo e hidratar minha boca. - O mais novo ergueu o gloss que sempre usava. - Te vejo mais tarde.

Mark assentiu e continuou em direção à sua sala de aula.

{•••}

- Okay, Lee Donghyuk, não deixe ninguém perceber o quanto você é vazio e patético, então coloque um all star e reage.

Ele repetia se olhando no espelho. Essa noite iria sair com seus amigos e sabia que sua maior inimiga estaria lá.

Há alguns anos, o garoto recebeu um sorriso tão doce de sua colega de escola, Kim Jiwoo, que seu coração estremeceu. Ele amou a menina desde o primeiro momento, e fez tudo que estava ao seu alcance para conquista-la. O que deu certo, por um tempo. Donghyuk e Jiwoo namoraram por 2 anos, até a garota dizer que estava confusa com os sentimentos e que precisava pensar.

Donghyuk sempre fora muito compreensivo, e deu à sua amada o espaço que ela precisava. O que ele não imaginava, é que esse espaço se tornaria tão grande.

Jiwoo passou a ignorar suas mensagens e não retornava mais suas ligações, e a ansiedade de Donghyuk apenas aumentava. Um dia, num ímpeto, ele decidiu ir até a casa da namorada. Que grande erro.

Comprou uma caixa de chocolates e uma caneca nova, pois sabia que a garota as colecionava, talvez isso ajudasse ela a se distrair da dor que vinha sentindo. Quando parou em frente à casa notou todas as luzes acesas e ouvia vozes feliz lá dentro, o que era estranho; Jiwoo sempre as brigas dos pais e os mesmos não davam atenção à menor, dizia que ela era uma garotinha mimada que não deveria ter local de fala na casa. Donghyuk tocou a campainha e se surpreendeu com o homem alto de cabelos cacheados que abriu a porta.

Quando Donghyuk perguntou por Jiwoo, o mais alto perguntou o que ele queria, e irritado, o ruivo perguntou quem ele era, porém não estava pronto para ouvir a resposta. "eu sou o namorado da Jiwoo, o que você quer aqui?".

Desde aquele dia, Lee declarou a Kim sua maior inimiga, e não descansaria até que ela visse tudo que jogou fora ao pisar em seu coração. Ele a faria rastejar, depois a ignoraria.

Na teoria tudo é mais fácil, por isso Donghyuk sentia o peito doer só de imaginar que Jiwoo estaria nessa maldita festa. Apenas respirou fundo e saiu do banheiro, encontrando Mark sentado em sua cama.

- Vamos.

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