Abriu-se a porta da carruagem Demaciana, puxada por belos cavalos brancos e ornamentada com petricita, um minério que anula magia. Da carruagem saiu um senhor de vestes nobres, postura ereta, olhar frio e com o brasão Demaciano prendendo a capa.
Era o diplomata representando Demacia na reunião internacional diplomática.
Da carruagem da frente saem dois condecorados soldados demacianos, um sargento e um Capitão. O Capitão-Espada Garen Stemmaguarda. Foi incumbido de cuidar da segurança pessoalmente. Um só arranhão que o diplomata sofresse e seu posto estava em risco.
Das outras carruagens desceram mais 8 soldados, 2 sargentos e 1 tenente. Logo entraram em forma e ouviram as instruções do Capitão-Espada Stemmaguarda:
—Se chegaram até aqui é porque são os melhores. Esta missão é uma oportunidade para todos nós mostrarmos nosso valor. Por Demacia!
"Por Demacia!" gritaram os militares em uníssono.
Os soldados se posicionaram nas várias entradas externas do Grande Salão juntos de outros soldados de várias regiões. Era difícil se manter perto de um Noxiano sem tirar a mão do punho da espada.
Garen, seguido dos sargentos e do tenente, adentraram o Grande Salão. Era gigantesco, com várias bandeiras de nações penduradas nas paredes. Os diplomatas tomavam lugar na grande mesa circular enquanto os seus respectivos guarda-costas se mantinham em pé e sempre atentos.
Garen observou as entradas, os diplomatas, as bandeiras, as janelas, as colunas de sustentação, Katarina escondida entre as colunas.
Garen não mudou a expressão ao observar a gatuna se esgueirar pelo interior do teto do Grande Salão. Não podia já causar um alarde sem antes descobrir a real intenção dela. Seu alvo seria apenas o diplomata Demaciano? Seu alvo seria algum dos diplomatas? Precisava ter certeza.
—Vou verificar as tropas. Fiquem aqui.
—Sim senhor.
Garen fez uma pequena ronda no exterior do Grande Salão e fez questão de ser seguido.
Se afastou até longe do Grande Salão, longe das casas, atingiu a orla da floresta e continuou entrando.
De repente parou de andar e virou-se.
Katarina pousou em sua frente, com uma expressão furiosa.
—O que faz aqui?
—Cumprindo o meu dever. E imagino que faça o mesmo.
—Sim.
—Quem deve matar?
—Qualquer um que ameaçar o nosso diplomata.
—Missão de proteção? Você?
—Noxus tem uma mentalidade diferente quanto a "proteção".
—E qual seria?
—A melhor defesa é um ataque debilitador.
—Não quero ter que machuca-la.
—E eu não vou te machucar.
—Você promete que não vai tentar nada?
—Eu prometo. - Katarina beijou a bochecha de Garen.
—Por que você? Por que eu? Por que nós?
—Como assim?
—Minha devoção ao meu povo e a minha nação... O que sinto por você vai contra tudo o que acredito.
—Lembra quando nos enfrentamos pela primeira vez?
—Sim. Foi um combate de horas. Até hoje comentam que fizemos algo as escondidas para que eu aparecesse exausto daquela forma.
—Eu não queria te matar. Não usei tudo o que sabia e tudo o que podia usar contra ti. Não quis. Eu queria que você saísse vivo e queria que nos encontrássemos novamente. E eu sei que você também não.
—Sempre me baseei na razão e na lógica. Estudos bélicos e artes militares. Nunca vi nada assim nos anos e anos de academia militar. Nunca entregar uma vantagem ao inimigo nem deixar de aproveitar uma vantagem sua.
—Mas o que sentimos um pelo outro está além dos livros. Está além da ciência e da guerra. Está além do bem e do mal.
—Eu sei. Foi ótimo te ver. Mas temos que voltar.
—Sim, temos.
Katarina, sem dificuldades, escalou uma arvore e se preparou para começar seu avanço sorrateiro de volta a cidade, mas Garen a interrompeu.
—Espere!
—Sim?
—Será que isso algum dia vai acabar? Será que a guerra vai estourar e teremos que por um fim a isso? Ou uma aliança será feita e poderemos nos unir enfim?
—Garen. O amor e a guerra vão além de tudo isso. É igual um combate. Se você se fixar as formas treinadas contra um boneco vai perder. Deve sentir o fluxo da batalha e responder de acordo.
Entre um orgulhoso guerreiro Demaciano e uma assassina Noxiana, essa era a única língua que ambos entendiam.
—Nos vemos a noite?
—Se tudo der certo, sim.
Naquela tarde, foi declarada guerra.
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Contos para Aquecer o Coração
RomanceUma série de one shots simples e rápidos. Aproveitem!