Há muito tempo atrás,
Éramos tratados como animais.
De nossa mãe fomos tirados,
Nosso nome virou escravo.Famílias despedaçadas,
Por continentes, separadas.
À África sofria,
Por cada filho que perdia.Tiravam nossa identidade,
Nossa cultura e liberdade.
A cada chibatada,
Nossa pele era arrancada.Em 1888 tentaram cobrir a ferida,
Depois de tirarem tantas vidas.
Fizeram a gente sentir tanta dor,
Por causa da nossa cor.Não tínhamos lar,
Nosso espaço tivemos que conquistar.
Mesmo hoje, em um Brasil diferente,
O preconceito está presente.Não somos mais escravos,
Porém, somos maltratados.
Os coronéis estão disfarçados,
Ferem com cuidado.Não por chibatadas,
Mas com olhares e palavras.
Somos rotulados, visto como empregados,
Por esse preconceito enraizado.A mente de muitas pessoas mudou,
De outras na ignorância do passado ficou.
A nossa história é de superação,
De um povo que luta por aceitação.Enquanto o preconceito existir,
Ele vai nos ferir,
Só de um jeito vão nos aceitar,
Quando o vermelho do corpo, sobre a nossa pele transbordar.Quando estivermos caídos,
Sem forças e feridos.
Quando não pudermos gritar,
E o ódio, essa luta ganhar.Se nosso povo não lutar,
Aos poucos vão nos calar.
Alguns preferem continuar nessa situação,
Do que nos tratar como irmão.Letícia Martins da Silva
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versos que refletem
Poesíapoemas autorais do qual refletem a realidade do cotidiano das pessoas.