O início

17 3 0
                                    

Acho que todo mundo odeia o barulho do despertador em plena segunda-feira, mesmo para Ana que adora acordar cedo. Já se passava das 7:30 quando conseguiu levantar da cama, fez sua higiene, comeu uma banana, colocou seu fone de ouvido e fez seu mantra da manhã, correr por 30 minutos e andar 5 minutos, era sua rotina desde os 18 anos, e mesmo cansada não desistia do seu cronograma.

Todos os dias como de costume Ana terminava sua corrida na casa de Esther, (sua melhor amiga). Elas eram amigas desde que Ana se conhecia por gente, estudaram juntas do pré ao ensino médio, o caminho só modificou quando Esther ficou grávida, tentou um casamento forçado que durou apenas 6 meses. Ana estava sempre presente, fazia de tudo que podia por sua afilhada Camile, que hoje já tem seus seis anos.

Como de costume Ana, nem bate na porta, já vai entrando e acordando Esther para não se atrasarem pro trabalho. Pega Camile no colo, leva ao banho e já começam os preparativos para um novo dia.
Esther por sua vez emburrada por ser apenas 9 da manhã, já acorda xingando a Ana como se tudo de errado fosse culpa dela.

Esther era uma mulher bonita na casa dos 25 anos, cabelo preto longo e liso, um corpo bem modelado, mas sabia que estava com uns quilinhos a mais, (coisas da gestação que ainda não tinha se recuperando), entretanto o que era marcante em Esther com  certeza era sua força, determinação,  mesmo com tanta dificuldade, estava sendo uma ótima mãe solo, aquele tipo de mãe que todo mundo queria ter, (claro que depois do fiasco de casamento com Paulo). Esther  morava nos fundos da casa de sua mãe, e vivia para ser o exemplo que Camile merecia ter, mesmo que as vezes ela saia do controle e acabava não sendo exemplo pra ninguém.

Ana e Esther viviam tão grudadas que todos achavam que elas eram irmãs, uma sabia tudo da outra, segredos, o que aprontavam, sonhos, realizações e dificuldades, mesmo assim as duas viviam brigando, ainda mais quando o assunto era Camile. Ana era mais nova tinha 24, além de ainda ser casada a 4 anos com Cristian e que nem de longe sonhavam em ter filhos, pois ainda  viviam um casamento comum, com seus altos e baixos.. Ana era muito diferente de Esther, tinha  1,75 cm de altura, olhos claros, corpo bem definido e de uma responsabilidade fora do normal.

Ambas trabalhavam no centro de São Paulo, em uma empresa administrativa, onde Ana já havia se tornado líder de equipe, cuidando das partes burocráticas. O horário de serviço era no período da tarde, saiam as 22 horas e por várias vezes chegavam tarde, por conta do ônibus atrasar. O dia que não estavam atrasadas era quando Esther acordava de bom humor e nada atrapalhava o seu dia, sendo feito de tudo para permanecer assim.

Ana sempre foi centrada, estudiosa, (no popular CDF), focada e em busca dos seu sonhos, fazia faculdade a distância e queria se tornar a melhor ADM da região, mesmo ela sabendo que o mercado já estava super faturado.

Ana casou-se com Cristian aos 20 anos, eram amigos de escola e já se conheciam o suficiente, mesmo quando todo mundo falava pra ela não fazer isso por que ele não prestava, ela se afundou de cabeça sem medo de ser feliz.

Mesmo assim ela nunca acreditou em príncipe encantado, dizia que isso era coisa de novela, e não iria se iludir a ponto de permitir uma chance esperando o homem ideal. Eles viviam bem, nada de luxo, mas como era só os dois sempre viajavam pra curtir um pouco que a vida tem a oferecer.

A segunda- feira se tornou bem atípica, quando Esther do nada começou a cantarolar  e rir a toa e super concordando com tudo que Ana tinha a falar. E todo mundo sabia que ela só fazia isso quando queria alguma coisa, até Camile com seis aninhos já olhou pra tia Ana e disse:
- O que será que a mamãe quer dessa vez tia Ana?

As duas caíram na gargalhada, e Ana falou:
- Eu não sei, mas seja o que for eu não tenho dinheiro. - riram mais uma vez.
Após os afazeres, e terminarem de se arrumar foram correndo ao ponto para não perder o ônibus.

E Se...Onde histórias criam vida. Descubra agora